Resumo
Objetivo: Verificar quais fatores podem influenciar a extubação, sucesso do desmame ventilatório, tempo de ventilação mecânica e tempo de internação na unidade de terapia intensiva (UTI) de pacientes com traumatismo craniencefálico (TCE) grave.
Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, baseado em coleta de dados de banco de dados anonimizado de centro único. Coletados dados clínicos, tomográficos e ventilatórios de pacientes com TCE grave.
Resultados: Incluídos 188 pacientes. Os pacientes com classificação tomográfica de Marshall (CTM) tipos I e II apresentaram maiores taxas de extubação (p = 0,0001) e menor tempo de ventilação mecânica (p = 0,0144) em relação aos pacientes com CTM tipo III e IV. Na análise de regressão logística obteve-se o modelo preditor para extubação composto por CTM (p < 0,0001) e escore APACHE II (p < 0,0001), e, o modelo preditor para sucesso do desmame ventilatório, composto por idade (p = 0,0001), CTM (p < 0,0001), escore SOFA (p < 0,0001) e realização de neurocirurgia (p = 0,0013). Para tempo total de ventilação mecânica não houve modelo preditor com diferença significativa, composto pelo escore SAPS3 (p = 0,0583) e, para tempo de internação na UTI, o modelo foi composto por tempo total de ventilação mecânica (p < 0,0001) e realização de traqueostomia (p = 0,1153).
Conclusões: A CTM, em conjunto com o escore APACHE II, resultou em modelo preditor para avaliação da viabilidade de extubação eletiva de pacientes com TCE grave, e, a combinação da CTM com a idade, escore SOFA e realização de neurocirurgia resultou em um modelo preditor para sucesso do desmame ventilatório. Além disso, a realização de traqueostomia e o tempo de ventilação mecânica podem influenciar o tempo de internação na UTI e, quanto ao tempo de ventilação mecânica, os principais fatores que influenciaram foram a realização de neurocirurgia e o tempo de internação na UTI.
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