Qualificações e Defesas

IMPACTO DA COVID-19 NOS PACIENTES COM HANSENÍASE ATENDIDOS EM MOSSORÓ, RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL

Candidato(a): Ana Flávia Sobral de Medeiros Orientador(a): Renata Ferreira Magalhaes
Doutorado em Clínica Médica Coorientador(a): Aline Lidiane Batista
Apresentação de Defesa Data: 30/05/2025, 09:00 hrs. Local: Remotamente
Banca avaliadora
Titulares
Renata Ferreira Magalhaes - Presidente
Diego Ariel de Lima- Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Andrea Fernandes Eloy Da Costa Franca
Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho
Leticia Fogagnolo- USP - RIBEIRÃO PRETO
Suplentes
Marina Rovani Drummond - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Emerson Henrique Padoveze - Universidade de São Paulo
Gerlane Modesto da Silva - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Resumo


Introdução: A pandemia causada pelo SARS-CoV-2 teve impacto no sistema de saúde, afetando significativamente a notificação e o manejo clínico da hanseníase. Este estudo investigou o perfil epidemiológico e clínico dos casos de hanseníase diagnosticados no município de Mossoró-RN antes, durante e após a fase aguda da pandemia de COVID-19, além da ocorrência de coinfecção entre COVID-19 e hanseníase em pacientes sob tratamento com poliquimioterapia. Objetivos: Realizar levantamento epidemiológico dos casos novos de hanseníase no município de Mossoró, avaliar o impacto temporal da pandemia sobre o diagnóstico e acompanhamento desses pacientes e analisar as características clínicas dos indivíduos que apresentaram coinfecção por COVID-19.Métodos: Trata-se de estudo prospectivo e observacional realizado com base em 363 casos novos notificados entre 2018 e 2023. Os casos foram divididos em quatro períodos epidemiológicos: pré-pandêmico (2018 a fevereiro de 2020), pandêmico agudo (março de 2020 a dezembro de 2021), transição (2022) e pós-pandêmico (2023). Variáveis clínicas (classificação operacional, presença de reação hansênica, tratamento e abandono), sociodemográficas (sexo, idade, raça, escolaridade) e epidemiológicas (incidência ajustada por 100 semanas epidemiológicas) foram analisadas. Para pacientes tratados durante a pandemia aguda, também foi realizada testagem sorológica para COVID-19, além da coleta de dados clínicos complementares. As análises estatísticas incluíram testes de associação, regressão de Poisson, regressão logística e testes comparativos entre períodos, com rigoroso controle dos pressupostos estatísticos e possíveis violações. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 51,8 anos, predominando homens (61,7 ), com maior frequência entre 30 e 59 anos. Houve predomínio de casos multibacilares (MB) em todos os períodos analisados. Durante o período pandêmico agudo, foi observada uma maior taxa ajustada de incidência semanal (1,50 casos por semana), seguida por redução significativa nos períodos de transição (0,94 casos por semana; RT=0,63; IC95 : 0,47–0,85; p=0,006) e pós-pandêmico (0,49 casos por semana; RT=0,33; IC95 : 0,24–0,45; p<0,001). Destaca-se uma redução acentuada nos diagnósticos em indivíduos mais jovens e menor impacto sobre pacientes com baixa escolaridade, reforçando o perfil de vulnerabilidade socioeconômica. A taxa ajustada de abandono de tratamento atingiu seu pico durante o período pandêmico agudo (0,08 abandonos por semana), com maior risco associado ao sexo masculino (OR=6,3; IC95 : 2,6–15,3; p<0,05) e idade avançada. Em relação à coinfecção por COVID-19, dos 57 pacientes analisados, 21 (36,8 ) apresentaram testes positivos sem agravamento dos quadros clínicos de hanseníase ou COVID-19. Conclusões: O estudo demonstrou impacto significativo da pandemia de COVID-19 sobre o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com hanseníase, evidenciando redução importante na incidência após o período agudo. Embora não tenha sido identificado agravamento clínico significativo por COVID-19 nos pacientes coinfectados, os resultados indicam necessidade de estratégias específicas para monitorar pacientes de maior vulnerabilidade social, homens e idosos, grupos com maior risco de interrupção de tratamento. Os achados reforçam a importância da manutenção das ações preventivas e de vigilância epidemiológica, sobretudo em contextos pandêmicos, visando evitar subdiagnósticos e garantir tratamento continuado para grupos vulneráveis.



Candidato(a): Alessandro Augusto Viana Oliveira e Sous Orientador(a): Fernando Cendes
Doutorado em Fisiopatologia Médica
Apresentação de Qualificação Data: 30/05/2025, 10:30 hrs. Local: Auditório do Laboratório de Neuroimagem (LNI) no 3 andar do Hospital de Clínicas
Banca avaliadora
Titulares
Marcio Luiz Figueredo Balthazar - Presidente
Alberto Rolim Muro Martinez
Alfredo Damasceno- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Suplentes
Brunno Machado de Campos - Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP

O consumo de frutose durante a gestação e lactação exacerba a resposta inflamatória alérgica pulmonar na prole de maneira diferente entre os sexos.

Candidato(a): Amanda Santos Cavalcante Orientador(a): Silvana Auxiliadora Bordin da Silva
Doutorado em Farmacologia
Apresentação de Defesa Data: 30/05/2025, 13:30 hrs. Local: Anfiteatro do CPG
Banca avaliadora
Titulares
Silvana Auxiliadora Bordin da Silva - Presidente
ICB - Universidade de São Paulo- ICB - Universidade de São Paulo
Richardt Gama Landgraf- Universidade Federal de São Paulo - Campus Diadema
Matheus Leite de Medeiros- Departamento de Medicina Translacional - Faculdade de Ciências Médicas
Ricardo De Lima Zollner
Ivani Aparecida de Souza- Faculdade de Medicina de Jundiaí
Suplentes
Enilton Aparecido Camargo - Universidade Federal de Sergipe
Maria Aparecida de Oliveira - UNIVERSIDADE DE SAO PAULO
Flaviano Lorenzon - Faculdade de Ciências Médicas

Resumo


O consumo de bebidas adoças artificialmente com frutose vem crescendo na sociedade ocidental desde a década de 70 do século anterior. Em paralelo a esta mudança no hábito alimentar, dados epidemiológicos recentes mostram um aumento da incidência de asma em crianças que nasceram de mães com hábitos alimentares aliados a um consumo excessivo de bebidas adoçadas artificialmente com frutose. Apesar da correlação epidemiológica relacionada ao desenvolvimento de asma, não foi mostrado experimentalmente se o consumo de frutose durante a gestação programa alterações na resposta inflamatória alérgica das vias aéreas na prole. A correlação entre hábitos nutricionais maternos e alterações no fenótipo alérgico da prole, entretanto, já foi demonstrada em situações como obesidade gestacional ou consumo de dietas ricas em gorduras durante a gestação. Deste modo, o objetivo primário deste estudo foi esclarecer se o consumo de frutose durante a gestação e/ou lactação de camundongas pode intensificar a resposta inflamatória da asma alérgica na prole de ambos os sexos. Para atingir estes objetivos expusemos camundongas C57BL/6 à frutose 10 na água de beber durante a gestação e/ou lactação e em seguida realizamos múltiplas análises em mães e proles. Ao atingirem 5 semanas de vida, a prole foi submetida ao modelo de sensibilização/desafio com ovalbumina (OVA) para avaliação da resposta alérgica das vias aéreas. Nossos resultados mostram que o consumo de frutose exacerbou a asma alérgica experimental, com achados como aumento de contagem de leucócitos no lavado bronquioalveolar (LBA), incluindo eosinófilos; aumento de interleucinas do perfil Th2, Th1/Th17 no BAL, IgE no soro; Aumento do infiltrado inflamatório no tecido pulmonar; e aumento de peroxidase eosinofílica (EPO) no parênquima pulmonar. O aumento da infiltração eosinofílica foi um achado exclusivo na prole de machos enquanto o aumento das interleucinas Th2 foi encontrado exclusivamente na prole de fêmeas. O consumo materno de frutose também aumentou a deposição de colágeno e causou hiperplasia de células caliciformes no pulmão de proles machos. Do ponto de vista transcricional, o consumo de frutose por gestantes alterou a expressão de genes relacionados a resposta alérgica, como MUC5AC, MUC5B, NLRP3, RAGE, ARG-1. O aumento de eosinófilos no LBA da prole macho também foi encontrado naqueles nascidos de mães que consumiram frutose exclusivamente na gestação ou na lactação. Também foram observadas alterações na expressão de ZO1, OCLN e CLDN2, indicando comprometimento da integridade pulmonar das proles em decorrência da exposição intrauterina e neonatal à frutose. Nossos dados permitem descartar que a presentemente descrita programação fetal tenha ocorrido em decorrência da obesidade materna ou da prole, uma vez a frutose não alterou o peso corporal destes animais. Este estudo apresenta a primeira evidência experimental que demonstra a programação da intensidade da resposta alérgica das vias aéreas na prole pelo consumo materno de frutose. Também demonstramos que esta programação acontece de maneiras diferentes entre proles de machos e de fêmeas.



RECONSTRUÇÃO EM DUPLO TRÂNSITO A ROSANOV MODIFICADO COMPARADA A TÉCNICA Y DE ROUX APÓS GASTRECTOMIA TOTAL NO CÂNCER GÁSTRICO

Candidato(a): Luigi Carlo da Silva Costa Orientador(a): Luiz Roberto Lopes
Doutorado em Ciências da Cirurgia Coorientador(a): Nelson Adami Andreollo
Apresentação de Defesa Data: 30/05/2025, 14:00 hrs. Local: Anfiteatro do Gastrocentro
Banca avaliadora
Titulares
Luiz Roberto Lopes - Presidente
João de Souza Coelho Neto- FCM-UNICAMP
Geraldo Ishak- Hospital Universitário João de Barros Barreto - UFPA
Valdir Tercioti Junior- Faculdade de Ciências Médicas
Marcus Fernando Kodama Pertille Ramos- HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP
Suplentes
André Roncon Dias - Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - Octávio Frias de Oliveira
Osvaldo Antonio Prado Castro - Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo
Everton Cazzo

Resumo


RESUMO

Introdução: O câncer gástrico é a quinta neoplasia mais diagnosticada no mundo, muito prevalente na América do Sul. Os principais fatores de risco são a predisposição genética, tabagismo, alimentação, o H. pylori e outros. É por sua evolução insidiosa, com sintomas inespecíficos, o diagnóstico costuma ser atrasado. A depender do estágio de desenvolvimento, a gastrectomia é o método mais eficaz de tratamento. Ainda não há consenso quanto a melhor técnica de reconstrução, pois diversas foram desenvolvidas para alcançar melhores resultados nutricionais e qualidade de vida. Entre elas, destaca-se a Y de Roux (YR), que impede o trânsito de conteúdo pelo duodeno ao se realizar uma esofagojejunostomia com enteroenteroanastomia entre o jejuno e a alça biliopancreática. A técnica Rosanov modificado (RM) tem sido avaliada como opção à YR por permitir fluxo duodenal adicionando uma anastomose jejuno-duodenal. Objetivos: Comparar as técnicas de reconstrução após gastrectomias totais RM e YR quanto aos seus resultados ponderais, nutricionais e funcionais. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo longitudinal com participantes submetidos a gastrectomia total oncológica com reconstrução de trato por RM ou YR entre 1989 e 2023 em um hospital universitário. Foram analisados dados demográficos, clínicos, antropométricos, laboratoriais, histológicos, operatórios e medidas adotadas no pós-operatório. Resultados: Foram incluídos 28 participantes, com 19 deles submetidos a reconstrução por YR. A maioria era do sexo masculino; de idade média: 62,25 ± 14,54 anos e IMC médio prévio 25,51 ± 4,78kg/m², ambos menores no grupo RM; tipo histológico predominante: adenocarcinoma tubular (67,9 ). A vesícula biliar foi o órgão adjacente mais resseccionado em ambos os grupos, seguida pelo baço. Cinco pacientes precisaram de reabordagem, sendo 4 do grupo YR. A suplementação nutricional foi realizada majoritariamente com vitamina B12, seguida pela associação B12 + Ferro. Após 6 meses de cirurgia vemos que o IMC médio foi de 20,28 ± 2,95 kg/m², menor no grupo RM; a hemoglobina média foi de 11,90 ± 2,15 g/dL e a concentração média de ferritina foi de 78,83 ± 106,03 ng/mL, ambas inferiores no grupo YR; a capacidade média de ligação à transferrina foi de 406,85 ± 112,60 µmol/L, menor no grupo RM; a concentração média de ferro foi de 77,00 ± 47,61 µg/dL no YR contra 102,38 ± 37,57 µg/dL no RM; a saturação de transferrina foi de 30,50 ± 23,29 no RM contra 20,00 ± 12,85 no YR; a concentração de vitamina B12 encontrada foi de 559,23 ± 355,06 pg/mL no grupo YR e 526,66 ± 331,55 pg/mL no RM; a concentração média de albumina foi de 4,06 ± 0,59 g/dL. Os sintomas gastrointestinais mais comuns foram diarreia e náuseas, com medida de esteatócrito fecal de 8,61 ± 7,16 no grupo RM e de 10,19 ± 6,16 no grupo YR. As complicações mais comuns foram as fístulas e aderências, sem diferença significante entre os grupos. Conclusões: não houve diferença estatisticamente significante entre as duas técnicas em nenhuma variável, mas em geral, a RM obteve resultados clínicos e nutricionais superiores.



Candidato(a): Gustavo Vicenzi Orientador(a): Wu Feng Chung
Doutorado em Ciências da Cirurgia
Apresentação de Qualificação Data: 04/06/2025, 09:00 hrs. Local: Integralmente à Distância
Banca avaliadora
Titulares
Wu Feng Chung - Presidente
Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Adriano Fregonesi- Hospital das Clínicas
Orlando Petrucci Junior
Suplentes
Raquel Franco Leal