Qualificações e Defesas

EFEITO DA APLICAÇÃO DA RADIOFREQUÊNCIA MICROABLATIVA ISOLADA OU ASSOCIADA AO TREINAMENTO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NOS SINTOMAS URINÁRIOS E VAGINAIS EM MULHERES CLIMATÉRICAS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Candidato(a): Anna Lygia Barbosa Lunardi Orientador(a): Cássio Luís Zanettini Riccetto
Doutorado em Ciências da Cirurgia
Apresentação de Defesa Data: 08/12/2024, 08:30 hrs. Local: Integralmente à Distância
Banca avaliadora
Titulares
Cássio Luís Zanettini Riccetto - Presidente
Hospital das Clínicas da UNICAMP- Hospital das Clínicas da UNICAMP
Ana Carolina Sartorato Beleza- Universidade Federal de São Carlos
Elizabeth Alves Gonçalves Ferreira
Néville Ferreira Fachini de Oliveira- Universidade Federal do Espírito Santo
Ana Carolina Rodarti Pitangui de Araújo- Universidade de Pernambuco
Suplentes
Marcela Ponzio Pinto e Silva - Universidade Estadual de Campinas
Anita Bellotto Leme Nagib - Centro das Faculdades Associadas de Ensino
Natalia Miguel Martinho Fogaça - Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino

Resumo


Introdução: A radiofrequência microablativa fracionada (FMRF) tem sido utilizada como alternativa aos tratamentos conservadores, como o treinamento da musculatura do assoalho pélvico (TMAP). No entanto, faltam evidências que apoiem sua eficácia em comparação ao TMAP ou isolada. Objetivo: Comparar os efeitos da FMRF, TMAP e sua combinação nos sintomas urinários, vaginais, sexuais e função do assoalho pélvico em mulheres climatéricas incontinentes após 6 meses de tratamento. Métodos: Ensaio clínico randomizado, cego, prospectivo e controlado, incluiu mulheres entre 45 e 65 anos com incontinência urinária de esforço, divididas em 3 grupos de tratamento: TMAP, FMRF e TMAP + FMRF. A avaliação dos foi realizada por questionários validados, teste de absorvente de uma hora, avaliação funcional do assoalho pélvico, saúde de vaginal, Indice de maturação das células vaginais e a espessura da parede vaginal foi obtida por ultrassonografia transabdominal. Análise estatística foi realizada através do teste ANOVA para comparação entre avaliaçãoes e verificar a interação entre gruposxavaliações. Resultados: O estudo incluiu 117 mulheres (39 por grupo) com características clínicas e sociodemográficas semelhantes. A IUE, avaliada pelo ICIQ-SF UI, mostrou melhora significativa em todos os grupos após o tratamento e no seguimento (p < 0,001), com maior variação no grupo PFMT+RF (p = 0,002). No Pad test de 1 hora, observou-se redução significativa da perda em gramas nos grupos PFMT (p < 0,001) e FMRF+PFMT (p < 0,001) aos 6 meses. A função muscular mostrou aumento semelhante nos três grupos (p < 0,001). A resistência melhorou no pós-tratamento no grupo PFMT, com um leve declínio aos 6 meses (p = 0,027), enquanto o grupo FMRF+PFMT manteve a melhora (p < 0,001). A repetição aumentou nos grupos PFMT (p < 0,001) e FMRF+PFMT (p = 0,001). As contrações rápidas aumentaram nos três grupos, com interação significativa grupo x tempo (p = 0,002). Apenas o grupo PFMT apresentou melhora na perineometria. Após 6 meses, 22,61 (n = 19) das mulheres relataram estar muito satisfeitas com o tratamento e 46,42 (n = 39) satisfeitas; ao todo, 79,76 (n = 67) relataram melhora nos sintomas. A qualidade de vida e os sintomas vaginais, avaliados pelo ICIQ-VS, apresentaram melhoras significativas sem diferenças entre os grupos no escore total (p < 0,0001), dor abdominal (p < 0,001), dor vaginal (p < 0,0001), redução da sensibilidade (p = 0,0004), flacidez vaginal (p < 0,0001), secura vaginal (p < 0,0001), preocupações com a vida sexual (p < 0,0001) e comprometimento da vida sexual (p = 0,0005). O escore total do ICIQ-VS manteve-se elevado após 6 meses em todos os tratamentos. A queixa de secura vaginal (p = 0,0002) e dispareunia (p < 0,0001) melhorou nos três grupos, conforme a escala visual analógica. A Função Sexual Feminina (FSFI) apresentou melhora após o tratamento, mas sem manutenção aos 6 meses, sem diferenças significativas entre os grupos para o escore total (p = 0,0102), desejo (p = 0,0134), lubrificação (p = 0,0093), satisfação (p = 0,0239) e dor (p = 0,0430). No Índice de Saúde Vaginal (VHI), houve melhora dependente do tratamento, sem efeito no grupo PFMT, mas com melhora nos grupos FMRF e FMRF+PFMT após 6 meses no escore total (p = 0,0028), umidade (p < 0,0001) e volume de líquidos (p = 0,0004). O pH (p < 0,0001) e a integridade epitelial (p < 0,0001) melhoraram de forma semelhante nos três grupos aos 6 meses. A elasticidade apresentou melhora inicial (p = 0,0001), mas sem manutenção. Não houve diferenças nas porcentagens de células superficiais, intermediárias e parabasais. A ultrassonografia abdominal mostrou aumento progressivo na espessura da parede vaginal em todos os grupos (p < 0,0001) Conclusão: A combinação de técnicas apresentou resultados superiores para o tratamento da incontinência de esforço em mulheres no climatério após 6 meses de tratamento, promovendo melhora dos sintomas urinários e da função do assoalho pélvico em comparação aos tratamentos isolados. Em relação aos sintomas vaginais e sexuais, não foi observada diferença entre as técnicas, reforçando a importância do treinamento da musculatura do assoalho pélvico como estratégia terapêutica. O treinamento da musculatura do assoalho pélvico, a radiofrequência microablativa e sua combinação resultaram em melhorias comparáveis nas queixas vaginais, função sexual e qualidade de vida entre mulheres incontinentes na fase climatérica em um acompanhamento de médio prazo.



Candidato(a): Pedro Henrique Silva Carvalho Orientador(a): Rita De Cassia Ietto Montilha
Doutorado em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação Coorientador(a): Maria Fernanda Bagarollo
Apresentação de Qualificação Data: 09/12/2024, 09:00 hrs. Local: Sala Amarela da Pós-graduação
Banca avaliadora
Titulares
Rita De Cassia Ietto Montilha - Presidente
Maria Elisabete Rodrigues F Gasparetto
Amanda Brait Zerbeto
Suplentes
Zelia Zilda Lourenco De C Bittencourt
Irani Rodrigues Maldonade

INFLUÊNCIA DE VARIANTES NO GENE CTLA-4 NO RISCO E PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM MELANOMA CUTÂNEO

Candidato(a): Ana Maria Castro Ferreira Orientador(a): Carmen Silvia Passos Lima
Doutorado em Fisiopatologia Médica
Apresentação de Defesa Data: 09/12/2024, 09:00 hrs. Local: Anfiteatro pós graduação
Banca avaliadora
Titulares
Carmen Silvia Passos Lima - Presidente
Angelo Borsarelli Carvalho de Brito- FCM-UNICAMP
Ericka Francislaine Dias Costa- Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP
Yara Cristina de Paiva Maia- Universidade Federal de Uberlândia
Fernanda Viviane Mariano Brum Correa
Suplentes
Manoela Marques Ortega - Universidade São Francisco - Bragança Paulista
Fernanda Van Petten de Vasconcelos Azevedo - Universidade Federal de Uberlândia - UFU
José Augusto Rinck Júnior - Hospital do Cancer - AC Camargo

Resumo


O melanoma cutâneo (MC) é o tumor mais agressivo de pele. O sucesso da imunoterapia em pacientes com MC indica que o sistema imune tem papel fundamental no desenvolvimento tumoral. O cytotoxic T lymphocyte-associated antigen-4 (CTLA-4) inibe a ativação dos linfócitos T por meio da sua ligação com proteínas de superfície da família B7 em células apresentadoras de antígeno. O CTLA-4 pode ser identificado também em melanócitos anormais, permitindo a evasão do sistema imune. O CTLA-4 é codificado pelo gene polimórfico CTLA-4. Os objetivos do estudo foram verificar se as variantes de nucleotídeo único (SNVs) no gene CTLA-4, c.-1765C>T, c.-1478G>A, c.-1577G>A e c.-1661A>G influenciam o risco, as manifestações clínicas dos pacientes e biológicas do tumor e a sobrevida dos pacientes com MC, bem como suas consequências funcionais. Foram avaliados 432 pacientes com MC e 504 controles (doadores de sangue). Os genótipos das SNVs do CTLA-4 foram identificados por meio da reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR). As expressões do CTLA-4 com a SNV de maior interesse (SNV com resultados mais significativos em risco e sobrevida) em indivíduos com genótipos distintos das SNVs foram avaliadas por PCR quantitativo (qPCR) e pelo ensaio da luciferase. Análises de ciclo celular, proliferação, apoptose/necrose e migração foram realizadas em linhagens celulares SK-MEL-28 e A-375 modificadas para apresentar os genótipos homozigotos ancestrail ou variante da SNV de maior interesse pela técnica de Clusters of Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPR). O significado estatístico entre grupos foi calculado pelo teste de Fisher ou qui-quadrado e pela regressão logística. As comparações entre expressões gênicas e análises dos ensaios celulares foram realizadas por meio dos testes-t e ANOVA ou teste de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. As sobrevidas foram avaliadas pelos testes de Kaplan Meier e log-rank e por análises de Cox. Os indivíduos com o genótipo AA da CTLA-4 c.-1577A>G e com o genótipo combinado AA + AA das SNVs CTLA-4 c.-1577A>G e c.-1478G>A estiveram sob riscos 1,60 e 3,12 vezes maiores de desenvolver MC, respectivamente. O genótipo CTLA-4 c.-1577AA foi associado com menor sobrevida livre de eventos (SLE) com 1,80 vezes mais chances de recidiva ou progressão de MC, a maior expressão do gene, maior proliferação, menor apoptose e maior migração de células quando comparado ao genótipo CTLA-4 c.-1577GG. Os resultados obtidos poderão contribuir para o entendimento da fisiopatologia do MC e para identificar indivíduos com alto risco de ocorrência do tumor e pacientes com prognóstico desfavorável.



INFLUÊNCIA DA TRANSIDROGENASE DE NAD(P)+ MITOCONDRIAL NA DISFUNÇÃO METABÓLICA E OBESIDADE INDUZIDAS POR DIETA RICA EM GORDURA EM CAMUNDONGOS

Candidato(a): Giovanna Leite dos Santos Orientador(a): Roger Frigerio Castilho
Mestrado em Fisiopatologia Médica
Apresentação de Defesa Data: 09/12/2024, 13:30 hrs. Local: Anfiteatro - Prédio Pós Graduação FCM UNICAMP
Banca avaliadora
Titulares
Roger Frigerio Castilho - Presidente
Maria Cristina Cintra Gomes Marcondes
Ana Catarina Rezende Leite- Universidade Federal de Alagoas
Suplentes
Tiago Rezende Figueira - USP - Escola de Educação Física e Esporte
Bruna Bombassaro - Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas

Resumo


A proteína transidrogenase de NAD(P)+ mitocondrial (NNT) tem sido implicada em alterações metabólicas observadas na obesidade. Camundongos com o fundo genético C57BL/6J possuem uma mutação espontânea no gene Nnt, apresentando ausência de expressão desta proteína. Esses camundongos são conhecidos por apresentar maior suscetibilidade a distúrbios metabólicos induzidos por dieta. A maioria dos estudos sobre NNT no contexto da obesidade induzida por dieta comparou camundongos C57BL/6J com outras linhagens de camundongos, onde diferenças no fundo genético podem atuar como fatores confundidores. Além disso, esses estudos predominantemente utilizaram uma dieta rica em gordura (HFD), composta por aproximadamente 60 das calorias provenientes de gordura, o que pode não reproduzir com exatidão as dietas ricas em gordura do mundo real para humanos. Neste estudo, nosso objetivo foi investigar a influência da NNT na disfunção metabólica e obesidade induzidas por dieta, utilizando camundongos congênicos para ausência de NNT e uma HFD com aproximadamente 45 das calorias provenientes de gordura. Nossos resultados indicam que os camundongos sem NNT são mais protegidos contra o ganho de peso induzido pela HFD, mas apresentam um desempenho pior no teste de tolerância à glicose, embora não no teste de tolerância à insulina. Notadamente, o tecido adiposo marrom interescapular dos camundongos Nnt+/+ alimentados com HFD apresentou uma maior massa e uma taxa de consumo de oxigênio ex vivo mais elevada, considerando-se todo este tecido. Além disso, a HFD aumentou a expressão dos marcadores inflamatórios Iba1, Il1b e Tlr4 e no hipotálamo dos camundongos Nnt-/-. Em conclusão, estes resultados mostram a importância da NNT no contexto da síndrome metabólica e obesidade induzidas por dieta, indicando sua contribuição para atenuar a inflamação hipotalâmica e sugerindo seu papel no aumento da massa do tecido adiposo marrom interescapular.



Ácidos alfa linolênico e esteárico modulam a expressão de genes relacionados a entrada viral e à resposta inflamatória de macrófagos derivados de THP-1 expostos ao vírus SARS-CoV-2

Candidato(a): Aline Rosa Maia Orientador(a): Joseane Morari Ricciardi de Aguiar
Doutorado em Farmacologia
Apresentação de Defesa Data: 09/12/2024, 14:00 hrs. Local: Sala Amarela da CPG/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Joseane Morari Ricciardi de Aguiar - Presidente
Universidade Estadual de Campinas- Universidade Estadual de Campinas
Natália Ferreira Mendes- Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas
Maria Lucia Bonfleur- Universidade do Oeste do Paraná
Sandra Lucinei Balbo- Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Marcio Alberto Torsoni
Suplentes
Jean Franciesco Vettorazzi - Universidade Federal da Integração Latino Americana
Vanessa Cristina Dias Bóbbo - Faculdades Integradas Einstein de Limeira
Fabiola Taufic Monica Iglesias
Dennys Esper Correa Cintra

Resumo


O coronavírus SARS-CoV-2 causa a COVID-19, pandemia respiratória decretada em 2020. Os ácidos graxos modulam as respostas à infecção pelo SARS-CoV-2 e seus níveis circulatórios são elevados em indivíduos com obesidade. Não está claro se os ácidos graxos não esterificados alfa linolênico, Ala, e esteárico, Est, podem modular a entrada do vírus e a resposta inflamatória de macrófagos e de células epiteliais pulmonares ao SARS-CoV-2, contribuindo com as alterações observadas em indivíduos obesos. O objetivo do presente estudo foi avaliar qual entre os dois tipos celulares concentra maior expressão de genes envolvidos com a entrada do vírus nas células e na resposta inflamatória quando expostas ao SARS-CoV-2. Ainda, como o vírus afeta a expressão destes genes em indivíduos obesos e se a expressão destes genes seria modulada de forma semelhante por Ala e Est. Para tal, foram analisados dois conjuntos de dados de sequenciamento de RNA de células únicas (scRNA-seq). O primeiro avaliou macrófagos e células epiteliais purificadas de tecido pulmonar de pacientes com COVID-19. Neste, observamos que, em comparação às células epiteliais, os macrófagos concentram maior expressão de TMPRSS2, IFITM3, AXL, genes relacionados à internalização viral, além das citocinas inflamatórias IL-1 β, TNFα e de IFNλ. Macrófagos derivados de THP-1 e células Beas-2B (epiteliais brônquicas) foram incubados com SARS-CoV-2 e então submetidos à quantificação da expressão de genes alvo por qPCR, confirmando os achados do scRNa-seq. Por isso focamos os seguintes experimentos apenas nos macrófagos. No segundo scRNA-seq o objetivo foi avaliar macrófagos pulmonares de indivíduos com COVID-19, com obesidade ou não. Os macrófagos dos indivíduos obesos apresentaram maior expressão de ACE2, TMPRSS2 E IFITM3 e menor expressão de IFNλ. Macrófagos derivados de THP-1, que foram expostos ao vírus ou à sua proteína spike recombinante na presença de Ala ou de Est foram submetidos a qPCR, em que vimos que a exposição ao vírus causou nos mesmos uma infecção não produtiva que induziu aumento da expressão gênica de TMPRSS2, AXL, IL-1β, IL-10 e de NLRP3, que indica a formação de inflamassomos. Ambas as incubações com Ala e com Est associados ao vírus potencializaram o aumento da expressão de IL-1β induzido pelo vírus e permitiram o aumento da expressão de IFITM3, da citocina TNFα e de SOD-2, enzima mitocondrial que converte ânion superóxido em peróxido de hidrogênio. Somente a co-incubação com Ala preveniu o aumento da expressão de TMPRSS2 e de NLRP3 promovidos pelo vírus. Somente a co-incubação com Est e vírus elevou a expressão de IFNβ e IFNλ. A incubação dos macrófagos derivados de THP-1 com a proteína spike recombinante, somente quando aliada à co-exposição ao Ala ou ao Est, promoveu aumento da expressão de ACE2, o receptor de SARS-CoV-2, e de IL-1β. Dessa forma, concluímos que os macrófagos, enquanto células imunes, são o principal ator da resposta inflamatória induzida pelo vírus SARS-CoV-2 nos pulmões dos pacientes com COVID-19 e que Ala e Est atuam de forma sinérgica com o vírus modulando as respostas de macrófagos ao SARS-CoV-2 de forma comparável a modulação promovida pela obesidade.