Qualificações e Defesas

Simbólicos emergentes da experiência de vida com a Doença de Graves: um estudo Clínico-Qualitativo de relatos de pacientes em estado tireotóxico com e sem Doença Ocular da Tireoide

Candidato(a): Lucas Serra Valladão Orientador(a): Egberto Ribeiro Turato
Doutorado em Ciências Médicas Coorientador(a): Denise Engelbrecht Zantut Wittmann
Apresentação de Defesa Data: 21/11/2024, 08:30 hrs. Local: Anfiteatro da Pós-Graduação/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Egberto Ribeiro Turato - Presidente
Bruno José Barcellos Fontanella- Universidade Federal de São Carlos
Regina Yu Shon Chun
Gisah Amaral de Carvalho- Universidade Federal do Paraná
Daniele Pompei Sacardo
Suplentes
Vera Engler Cury - PUC
Maria Giovana Borges Saidel
Cristina Andrade Sampaio - Universidades Estadual de Montes Claros

Resumo


Introdução: Para conduzir adequadamente um tratamento, é importante conhecer as expectativas do paciente que busca ajuda. Então, é relevante nos perguntarmos: como o paciente interpreta seu diagnóstico, terapia e cuidados? Como uma doença autoimune, a Doença de Graves (DG), com e sem Doença Ocular da Tireoide (DOT), pode ser tratada adequadamente, embora as alterações psicológicas e emocionais sejam persistentes mesmo após atingir o eutireoidismo. Apesar de ter terapêutica bem estabelecida e com grande taxa de sucesso, a adesão ao tratamento de longo prazo é instável. Para o manejo emocional adequado dos pacientes, é importante que os clínicos entendam suas expectativas e fantasias em relação ao adoecimento e resultados do tratamento. Isso pode contribuir para harmonizar a adesão e reduzir a angústia relacionada à doença.

Objetivos: Compreender psicodinamicamente as fantasias, desejos e interpretações emocionais relacionadas à DG, conforme relatados por pacientes em seguimento clínico em hipertireoidismo, com e sem DOT, entrevistados no ambulatório especializado em doenças autoimune da tireoide do Hospital das Clínicas da Unicamp.

Métodos: Desenho Clínico-Qualitativo do Turato. Os dados foram coletados por meio de Entrevistas Semidirigidas de Questões Abertas e em Profundidade realizadas com pacientes em segmento clínico no ambulatório. O material foi tratado pela Análise de Conteúdo Clínico-Qualitativa de Faria-Schützer, técnica baseada em conceitos psicodinâmicos do referencial teórico da Psicologia Médica, cujo autor principal é Michael Balint. A amostra fechada pelo critério de Saturação Teórica de Informação segundo Fontanella. O entrevistador foi um psicólogo do sexo masculino e doutorando na Área de Saúde Mental. Os achados foram revisados ​​por pares no Laboratório de Pesquisa Clínico-Qualitativa da Unicamp.

Resultados: Foram realizadas 17 entrevistas com pacientes com DG e em hipertireoidismo. Os participantes foram divididos em dois grupos amostrais por solicitação da equipe do serviço. Uma em hipertireoidismo, com oito participantes, e outra com oftalmopatia, com nove. Foram produzidos dois artigos de resultados originais, um para cada subamostra, nos quais as categorias emergentes foram apresentadas e discutidas. Para a amostra com hipertireoidismo emergiram as categorias: 1) “Uma bomba atômica na minha vida.”: a doença reconfigura a vida. 2) “Não achei que a tiroide fazia tanta coisa assim”: o ganho psicológico secundário em decorrência da doença. 3) Diferenciação entre as emoções reativas vivenciais normais e as emoções/comportamentos relacionados ao quadro clínico da tireotoxicose. Para a amostra com oftalmopatia de Graves as categorias emergentes foram: 1) “O desespero de alma”: como comunicar a bagunça que a doença causa em minha vida ao profissional clínico? 2) “Nossa, é de livro!”: O diagnóstico médico como uma experiência de vida que ajuda o paciente a lidar com a doença. Categoria 3) “Mudei bastante, eu não era assim”: impactos sobre a fisionomia.

Conclusões: Os resultados revelaram aspectos até então pouco discutidos cientificamente da psicodinâmica dos pacientes em hipertireoidismo decorrente da DG, com e sem DOT. O estado emocional frágil dos participantes se apresentava nos relatos de forma discreta frente a riqueza da descrição de sinais e sintomas do adoecimento. A ação de mecanismos de defesa psicológicos inconscientes e as alterações metabólicas restringem a disponibilidade cognitiva necessária para a simbolização e a conexão afetiva com a experiência vivida. A DG e o tratamento tendem a ser representados de forma ambivalente pelo paciente, podendo haver incômodo quando sintomas associados com ganhos psicológicos secundários são sanados. Exercer o papel terapêutico e educador inerente a atuação clínica reconhecendo o sofrimento emocional do paciente e o validar, assim como respeitar os mecanismos de defesa atuantes, tem potencial de harmonizar o relacionamento entre profissionais de saúde e pacientes e a adesão ao tratamento.



A RELAÇÃO ENTRE PROCESSAMENTO AUDITIVO E ENVELHECIMENTO:
UMA REVISÃO DE ESCOPO

Candidato(a): Izabella dos Santos Brites Orientador(a): Christiane Marques Do Couto
Doutorado em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação
Apresentação de Defesa Data: 21/11/2024, 13:30 hrs. Local: Anfiteatro da Pós-graduação/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Christiane Marques Do Couto - Presidente
Liliane Desgualdo Pereira
Ana Carolina Constantini
Roberta Alvarenga Reis
Maria Francisca Colella Dos Santos
Suplentes
Isabela Hoffmeister Menegotto
Maria Cecilia Marconi Pinheiro Lima
Leticia Reis Borges

Resumo


Introdução: Dentre as pessoas idosas uma queixa recorrente é a dificuldade de
compreensão do discurso, principalmente em ambientes com condições acústicas
desfavoráveis. Independentemente da presença ou não de perda auditiva e do uso de
tecnologia para correção da mesma, muitas pessoas idosas mantêm a queixa auditiva de
compreensão, o que as leva a uma restrição das funções cotidianas. Para compreender
melhor como o envelhecimento pode afetar as habilidades auditivas, obter um panorama
geral sobre os principais achados na área, é que se objetivou fazer uma revisão de escopo
para compreender melhor a correlação entre alteração do processamento auditivo e
envelhecimento. Objetivo: O objetivo da presente pesquisa é verificar se o
processamento auditivo é afetado pela idade e quais os principais achados relacionados
ao tema em relação ao gênero, orelha testada e habilidade avaliada. Metodologia: Para
tanto, o PCC do presente trabalho foi: P: idosos, C: alteração do processamento auditivo;
e C: envelhecimento. Com este direcionamento, a pergunta chave foi definida: As pessoas
idosas têm alteração de Processamento Auditivo por causa do envelhecimento? A
pesquisa foi realizada em bases em saúde: PubMed, PMC, BVS, Scopus, web of Science
e Embase. A estratégia de busca utilizada no trabalho foi (Aged OR Aged, 80 and over
OR Older Adults OR Older people OR Older person OR Senior OR Oldest adults
OR Elders) AND Aging AND (Auditory perception OR Auditory Perceptual
Disorders OR perception deafness) AND (Hearing OR auditory function OR
auditory perception OR hearing conservation OR noise perception OR sound
perception). Os artigos selecionados foram avaliados em duas etapas, sempre por duas
fonoaudiólogas da área, num estudo cego. Uma terceira avaliadora, também
fonoaudióloga da área, fez parte da avaliação dos artigos, desempatando em casos de
divergência. Para favorecer a análise imparcial dos artigos foi utilizado o software
Rayyan. Os critérios de exclusão utilizados nesta pesquisa foram: textos anteriores ao ano
de 2000, textos em línguas diferentes do português ou inglês, pesquisas que avaliavam
apenas pessoas idosas com perda auditiva ou pessoas com idade inferior a 60 anos,
pesquisas com animais, pesquisas que avaliavam tratamentos medicamentosos ou
intervenção terapêutica apenas, pesquisas sobre implante coclear, pesquisas que
utilizaram apenas questionários ou validaram novos testes e pesquisas de revisão
sistemática. Foram incluídas pesquisas que responderam a pergunta da pesquisa e não se
enquadraram nos critérios de exclusão. Os resultados dos artigos foram avaliados de
forma quantitativa e qualitativa, a fim de elucidar os resultados mais frequentes que
responderam a pergunta da presente pesquisa. Resultados: Foram avaliados 417 artigos,
dos quais 233 utilizaram testes comportamentais em sua metodologia, e por compor a
maioria da amostra, foram avaliados de forma qualitativa. Pode-se observar dentre os
testes eletrofisiológicos e de imagem que o Potencial Auditivo de Tronco Encefálico
(PEATE) foi o teste mais utilizado e a Ressonância Magnética (RM) a menos utilizada.
Dentre os artigos que utilizaram testes comportamentais em sua metodologia, as
habilidades de discriminação, localização, integração binaural, fechamento, temporal
(resolução e ordenação) e figura fundo foram avaliadas, sendo que a maioria dos artigos
analisados avaliou a habilidade de figura fundo, e em segundo lugar a habilidade
temporal. Os artigos mostraram também que há uma pior resposta da orelha esquerda,
exceto na habilidade de localização em que a orelha direita é a mais alterada; e as
mulheres apresentam piores resultados. Além disso, as pessoas idosas apresentam mais
dificuldade para operar com informações linguísticas curtas e em contextos linguísticos
mais complexos. Além disso, as pessoas idosas tendem a apresentar uma lentidão para a
execução das tarefas auditivas, assim como um maior esforço. Conclusão: o
envelhecimento pode afetar o procesamento auditivo, nas habilidades de figura fundo,
fechamento, discriminação, integração binaural, temporal e localização devido ao
envelhecimento cerebral e perda de neurônios e dismielinização dos mesmos.



MODULAÇÃO EM LONGO PRAZO DO METABOLISMO LIPÍDICO MATERNO EM DECORRÊNCIA DO USO DE GLICOCORTICOIDES DURANTE A GESTAÇÃO

Candidato(a): Carolina Vieira Campos Orientador(a): Silvana Auxiliadora Bordin da Silva
Doutorado em Farmacologia
Apresentação de Defesa Data: 21/11/2024, 13:30 hrs. Local: Sala Amarela (CPG) - FCM - UNICAMP
Banca avaliadora
Titulares
Silvana Auxiliadora Bordin da Silva - Presidente
ICB - Universidade de São Paulo- ICB - Universidade de São Paulo
Marcio Alberto Torsoni
Patricia Aline Boer- FCM-UNICAMP
Jarlei Fiamoncini- Faculdade de Ciências Farmacêuticas - USP-SP
João Paulo Gabriel Camporez- Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Suplentes
Luciana Chagas Caperuto - UNIFESP
Camilo de Lellis Santos - UNIFESP - Campus Diadema
Adriana Souza Torsoni

Resumo


Mulheres grávidas com risco de parto pré-termo são tratadas com glicocorticoides (GCs) para promover a maturação pulmonar do feto; no entanto, evidências sugerem risco aumentado de doenças cardiovasculares em longo prazo nessas mulheres, associado ao parto pré-termo. O excesso de GCs durante a gestação é conhecido por desencadear consequências metabólicas duradouras na prole, mas os efeitos sobre o metabolismo lipídico das mães, não necessariamente associados ao parto pré-termo, foram pouco elucidados. Além disso, ainda não se sabe como a idade materna avançada na gestação contribui para essas modulações. O objetivo deste estudo foi testar, em modelo animal, a hipótese de que mães expostas a níveis elevados de GCs na gestação, após cruzamento jovem ou tardio, poderiam apresentar distúrbios em longo prazo na homeostase de lipídios. Para isso, ratas Wistar fêmeas, após cruzamento jovem aos três meses de vida (3M) ou tardio aos seis meses de vida (6M), foram tratadas com dexametasona (DEX) 0,1 mg/kg/dia ou veículo (CTL) na água de beber durante a última semana gestacional (14° ao 19° dia). Realizou-se o acompanhamento do peso corporal, consumo alimentar e consumo hídrico das ratas até completarem um ano de vida. A partir deste momento, foram realizados testes funcionais e, após a eutanásia, coletou-se sangue, fígado, tecido adiposo branco e tecido adiposo marrom para análises posteriores de parâmetros bioquímicos, expressão gênica e proteica de alvos do metabolismo lipídico e miRNAs de interesse. Com um ano de vida, ratas do cruzamento jovem não apresentaram diferença significativa de percentual de tecido adiposo branco entre os grupos DEX-3M e CTL-3M. Essa diferença foi observada somente em ratas do cruzamento tardio, onde o grupo tratado com DEX na gestação (DEX-6M) apresentou maior peso relativo de gordura perigonadal e retroperitoneal em relação ao grupo não tratado (CTL-6M). Em concordância, ratas DEX-6M apresentaram menor expressão da proteína fosforilada p-ACC1 na gordura perigonadal e retroperitoneal em relação às ratas CTL-6M. As análises de miRNAs específicos mostraram menor expressão de miR-33-5p e miR-92a-3p em amostras de gordura perigonadal e retroperitoneal extraídas de ratas DEX-6M em relação às CTL-6M. Em suma, os resultados demonstraram que o cruzamento tardio e o tratamento com GCs na gestação contribuíram para o aumento de adiposidade em ratas no transcorrer da vida, além de alteração em uma enzima-chave e miRNAs envolvidos no metabolismo lipídico. No entanto, mais estudos são necessários para elucidar o controle da homeostase lipídica materna e entender o impacto em doenças cardiometabólicas futuras.



ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ECOGRAFIA VASCULAR COM DOPPLER E EXAMES CONTRASTADOS NO ESTUDO DA DOENÇA ARTERIAL OCLUSIVA PERIFÉRICA E SUAS IMPLICAÇÕES NA DECISÃO CIRÚRGICA

Candidato(a): Alex Aparecido Cantador Orientador(a): Ana Terezinha Guillaumon
Doutorado em Ciências da Cirurgia
Apresentação de Defesa Data: 22/11/2024, 09:00 hrs. Local: ANFITEATRO DO DEPARTAMENTO DE CIRURGIA
Banca avaliadora
Titulares
Ana Terezinha Guillaumon - Presidente
Marcio Lopes Miranda
Luis Carlos Uta Nakano- Universidade Federal de São Paulo
Matheus Bertanha- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu
Everton Cazzo
Suplentes
Elcio Shiyoiti Hirano
Edwaldo Edner Joviliano - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP
Marcelo Bellini Dalio - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Resumo


Introdução: A ecografia vascular com doppler (EVD) tem evoluído nos últimos anos em decorrência do aprimoramento da tecnologia envolvida na aquisição e no processamento dos dados de som e imagem. A disponibilidade do exame, considerando o baixo custo e a ausência de efeitos deletérios, como a radiação e o uso de contraste tornam este método uma opção interessante no diagnóstico da doença arterial oclusiva periférica. As quebras de cadeias logísticas devido à pandemia de Covid-19, provocaram escassez global do contraste iodado, reforçando a importância de validação de condutas alternativas à utilização do mesmo. Objetivo: O presente trabalho tem por finalidade comparar os resultados da ecografia vascular com a angiotomografia em relação à localização e extensão das estenoses ou oclusões arteriais, bem como a presença e qualidade do leito distal. Métodos: A comparação apresenta proposta de validação do método, para posteriormente, em segunda fase, utilizar os dados da ecografia vascular para selecionar os doentes candidatos a realização de arteriografia com proposta terapêutica no mesmo procedimento, poupando estes doentes da realização da angiotomografia. O uso do referido método apresenta ampla utilização em diversos centros, porém não há referências sólidas de validação na literatura. Uma pesquisa prospectiva e realizada localmente no HC-UNICAMP, visa apresentar a aplicabilidade da ecografia como método seguro de triagem e reduzir o uso da angiotomografia, consequentemente reduzindo a exposição deste grupo de doentes à radiação e ao uso de contraste. Resultados: A sensibilidade da EVD em comparação com a angiotomografia na fase 1 foi de 100 para o território da artéria Femoral Superficial. Ao considerar apenas a indicação de bypass versus endovascular, os resultados mostraram 100 de concordância para a fase 1 e 94 para a fase 2. Conclusão: Com a ressalva do tamanho amostral, o presente trabalho cumpriu seu objetivo de demonstrar a confiabilidade da EVD na indicação do tratamento cirúrgico entre aberto ou endovascular.



Candidato(a): Aline Franco Martins Orientador(a): Jose Luiz Da Costa
Doutorado em Farmacologia
Apresentação de Qualificação Data: 22/11/2024, 09:00 hrs. Local: Remoto
Banca avaliadora
Titulares
Andre Almeida Schenka - Presidente
Mariana Dadalto Peres- Polícia Civil do Estado do Espírito Santo
Fernando Fabriz Sodré- Universidade de Brasilia
Suplentes
Fabiola Taufic Monica Iglesias
Clésia Cristina Nascentes - Universidade Federal de Minas Gerais
Adriano Otávio Maldaner - Instituto Nacional de Criminalística