Qualificações e Defesas

Pluralidade da Institucionalização da Rede de Cuidados: Potência para a Prática Profissional

Candidato(a): Tatiana Loiola Orientador(a): Solange L'Abbate
Doutorado em Saúde Coletiva
Apresentação de Defesa Data: 04/12/2024, 13:30 hrs. Local: Sala Azul Pós Graduação
Banca avaliadora
Titulares
Solange L'Abbate - Presidente
Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP- Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP
Núncio Antônio Araújo Sól- Universidade Federal de Ouro Preto
Rubens Bedrikow
Aidecivaldo Fernandes de Jesus- Faculdade de Ciências Médicas - Unicamp
Rosilda Mendes- Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista
Suplentes
Carla Aparecida Spagnol - Universidade Federal de Minas Gerais
Rafael Afonso da Silva - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Luciane Maria Pezzato - Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista

Resumo


No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) e das práticas de cuidados da Atenção Primária à Saúde (APS), o trabalho em rede transcende as Redes de Atenção à Saúde (RAS) e a intersetorialidade. Na literatura, a terminologia é amplamente utilizada em diversos campos e, no contexto da saúde, vincula-se à situação de saúde ou de vida de pessoas vulneráveis, havendo escassez de publicações que abordem o contexto amplo da APS. Embora a produção em saúde esteja pautada nos princípios da integração e da integralidade, o que se observa é a carência de evidências científicas que apresentem o protagonismo dos trabalhadores de saúde na constituição de suas próprias redes e práticas, de modo a conseguirem imprimir suas formas singulares de agir, criando coletivos, como a rede de cuidados. O objetivo deste estudo foi resgatar o processo de institucionalização dessa rede e apresentar o mapeamento das experiências vivenciadas pelos atores sociais, assim como as interfaces atuais do sistema de saúde. O processo foi potencializado pela metodologia qualitativa, com embasamento teórico-metodológico da análise institucional. A análise das implicações da pesquisadora, as entrevistas com alguns dos participantes, nomeados nesse contexto como atores sociais, e o diário da pesquisadora proporcionaram um resgate sócio-histórico e a análise dos marcos e movimentos do cenário, incluindo encomenda, demanda, composição, arranjos e modos de operação potencializados e diferenciais dessa institucionalização. O processo de institucionalização resgatado na rede de cuidados evidencia seu pioneirismo no território, assim como os processos instituintes que operaram de maneira heterogênea e diferenciada, envolvendo atores sociais e promovendo a participação social. Esses processos foram marcados por movimentos autoanalíticos e autogestionários que emergiram internamente no coletivo, rejeitando dinâmicas impostas externamente ou de maneira hierárquica. Observa-se que, no exercício profissional, os diversos profissionais e atores sociais são envolvidos por uma pluralidade de encontros que entrecruzam seus saberes e práticas. Isso permite a construção coletiva de novas formas de reflexão sobre o processo de trabalho compartilhado e os papéis que cada um desempenha, evidenciados por ações conjuntas voltadas para a promoção da saúde e as políticas públicas instituídas na APS e no SUS após esse marco histórico. Espera-se que os profissionais e atores sociais que compartilham o território possuam autonomia e valorizem novos encontros, permitindo-lhes construir seus dispositivos, estratégias e instituições, como a rede de cuidados. Essa rede deve ter o potencial de visibilizar e expressar a diversidade, não apenas por meio da conexão com o outro, mas também na forma de conectar e retransmitir padrões plurais nos diferentes planos de cuidado.



Candidato(a): Luciana Utsunomiya Orientador(a): Nelson Filice De Barros
Mestrado em Saúde Coletiva
Apresentação de Qualificação Data: 04/12/2024, 14:00 hrs. Local: GoogleMeet
Banca avaliadora
Titulares
Nelson Filice De Barros - Presidente
Gustavo Antonio Raimondi- Universidade Federal de Uberlândia
Maria Rocineide Ferreira da Silva- Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Suplentes
Renata Cavalcanti Carnevale - FCM-UNICAMP
Octávio Augusto Contatore - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas

USO DO TRATAMENTO MANIPULATIVO OSTEOPÁTICO EM LACTENTES SUBMETIDOS A VENTILAÇÃO MECÂNICA E FALHA DE EXTUBAÇÃO

Candidato(a): Amanda Adorno da Cunha Orientador(a): Marcelo Barciela Brandão
Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente
Apresentação de Defesa Data: 04/12/2024, 14:00 hrs. Local: Sala 03 CIPED
Banca avaliadora
Titulares
Marcelo Barciela Brandão - Presidente
Faculdade de Ciências Médicas UNICAMP- Faculdade de Ciências Médicas UNICAMP
Joelma Gonçalves Martin- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Rebecca Christina Kathleen Maunsell
Suplentes
Regina Grigolli Cesar
Mariana Tresoldi das Neves Romaneli - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas

Resumo


Introdução: A falha de extubação por edema da laringe é um dos efeitos adversos em crianças com necessidade de ventilação mecânica, que aumenta morbimortalidade e tempo de internação em unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP). Os métodos preventivos para o edema laríngeo têm mostrado eficácia, porém ainda são controversos por trazem risco e por se saber ao certo a dose ideal para cada idade. O tratamento manipulativo osteopático (OMT) é uma terapia manual que mostrou reduzir tempo de internação em prematuros. Objetivos: Avaliar a evolução da falha de extubação, tempo de internação e tempo em ventilação mecânica em pacientes que realizaram OMT. Métodos: estudo controlado, randomizado, duplo cego. Os participantes foram divididos em dois grupos: grupo intervenção (G1) que recebeu OMT e grupo controle (G2) que recebeu placebo. As intervenções foram realizadas duas vezes na semana até alta. Resultados: A amostra foi composta por 80 lactentes, G1=41 e G2=39. O grupo que realizou OMT apresentou diminuição nos índices de falha de extubação com significância estatística (G1=3; G2=17; p=0,001). Os dias de ventilação mecânica G1= 9(6-13); G2= 9(6-12); p=0.996 e dias de internação G1= 14(10-20); G2=13(10-18); p=0.242, não apresentaram diferenças significativa. Conclusão: Os resultados desse estudo sugerem que o OMT pode contribuir para redução da falha de extubação em lactentes internados em UTIP com necessidade de ventilação mecânica.



REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS EM PACIENTES ADULTOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: ESTUDO RETROSPECTIVO UTILIZANDO A FERRAMENTA GLOBAL TRIGGER TOOL

Candidato(a): Rafael Nogueira de Souza Orientador(a): Patricia Moriel
Mestrado em Ciências Médicas Coorientador(a): Marília Berlofa Visacri
Apresentação de Defesa Data: 04/12/2024, 14:00 hrs. Local: Sala laranja da Pós-Graduação/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Patricia Moriel - Presidente
Patrícia de Carvalho Mastroianni- Faculdade de Ciências Farmacêuticas - UNESP - Campus de Araraquara
Carolina Dagli Hernandez- Faculdade de Ciências Farmacêuticas - Unicamp
Suplentes
Elisdete Maria Santos De Jesus
Fabiana Rossi Varallo - Faculdade de Ciências Famacêuticas da Universidade de São Paulo

Resumo


Introdução: A farmacovigilância desempenha um papel fundamental na garantia da segurança e eficácia dos medicamentos após sua comercialização. O método ativo de investigação é eficaz na detecção de sinais, ou seja, são capazes de levantar hipóteses de que uma reação adversa a medicamento (RAM) acometeu um indivíduo. Pacientes críticos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) estão mais suscetíveis as RAMs por diversas razões, como polifarmácia e condições não-fisiológicas, gerando estado de estresse que pode alterar a resposta do organismo aos medicamentos. Objetivo: Comparar a prevalência de RAM em pacientes adultos internados em uma UTI adulto geral (UTIA) e uma UTI adulto Covid19 (UTIC19) do Hospital Estadual Sumaré (HES) utilizando uma adaptação da metodologia Global Trigger Tool (GTT). Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo que consistiu na aplicação de rastreadores adaptados da ferramenta GTT para identificar RAMs através da análise dos prontuários físicos, eletrônicos, prescrições médicas e resultados de exames laboratoriais de pacientes adultos internados na UTIA e UTIC19 do HES, de janeiro de 2020 a dezembro de 2020. Os pacientes foram caracterizados de acordo com sexo, idade, unidade e tempo de internação, desfecho clínico (alta ou óbito) e valores de score SOFA. Os rastreadores foram caracterizados de acordo com sua presença/ausência e eficácia na detecção de RAMs. As RAMs foram caracterizadas em gravidade, mecanismo e causalidade. Resultados: No estudo foram avaliados 135 pacientes, 76 (56 ) da UTIA e 59 (44 ) da UTIC19. Houve predominância do sexo masculino (55 ), com idade média de 61,0 ± 15,1 e tempo médio de internação de 13,0 ± 11,0 dias. Dos 135 pacientes do estudo, 94 (70 ) foram à óbito durante a internação nas UTIs, com média de score SOFA de 9,9 ± 3,7. Dos 135 pacientes internados, 55 (41 ) apresentaram pelo menos uma RAM, sendo 31 (56 ) na UTIC19. O total de RAM identificadas foi 85, sendo 65 (76 ) através de rastreadores. A RAM mais presente foi hipoglicemia (23 vezes). As RAMs foram majoritariamente detectadas no 2º e 3º quartil do tempo de internação de cada paciente. Os rastreadores mais prevalentes foram: Sonolência/Hipotensão (Pressão arterial média, PAM <70) (112,6/100 prontuários) e Sódio <135 (mEq/L) (105,9/100 prontuários). Os rastreadores que mais identificaram uma RAM foram: Interrupção abrupta de medicamento (22,2/100 prontuários) e Glicemia < 50mg/dL (17,0/100 prontuários). Os rastreadores com melhor desempenho na detecção de RAM, com Valor Preditivo Positivo (VPP) de 100 , foram ‘TTPA > 50’, ‘Rash cutâneo’ e ‘Protamina’. Conclusão: A utilização de rastreadores para se investigar RAMs se mostrou um método eficaz que contribuiu efetivamente com as ações de farmacovigilância da instituição. A identificação de 85 RAM por meio de busca ativa, se mostrou superior quando comparadas com as 5 RAM detectadas via notificação espontânea no mesmo período.



Avaliação de preditores clínicos e de neuroimagem do prognóstico cirúrgico em epilepsias farmacoresistentes da infância e adolescência.

Candidato(a): Ludmila Aragão Feitosa Orientador(a): Ana Carolina Coan
Mestrado em Ciências Médicas
Apresentação de Defesa Data: 05/12/2024, 08:30 hrs. Local: Sala azul da Pós-Graduação/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Ana Carolina Coan - Presidente
Marina Koutsodontis Machado Alvim- FCM-UNICAMP
Ana Paula Andrade Hamad- Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Suplentes
Andrei Fernandes Joaquim
Ursula Thome Costa - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Resumo


Epilepsia é a doença neurológica crônica mais comum da infância e caracteriza-se pela predisposição persistente do cérebro gerar crises epilépticas espontâneas. Cerca de 20 a 30 das epilepsias não respondem ao tratamento medicamentoso e são consideradas farmacorresistentes.

Para estes, a cirurgia de epilepsia, quando indicada, é a melhor opção terapêutica. A longo prazo, cerca de 50 dos pacientes estarão livres de crise após o tratamento cirúrgico. O presente estudo tem o objetivo de avaliar preditores clínicos e de neuroimagem do prognóstico cirúrgico em epilepsias farmacoresistentes da infância e adolescência. Serão avaliados retrospectivamente dados clínicos e de neuroimagem de pacientes de até 18 anos submetidos à cirurgia de epilepsia, no Hospital das Clínicas da UNICAMP. O estudo foi realizado através da análise de prontuários e de exames de ressonância magnética já adquiridos. A partir de dados clínicos específcos, foram avaliados a concordância com um normograma já publicado e validado para adultos com o prognóstico cirúrgico através do cálculo do c-index. Padrões de dano de substâncias branca e cinzenta foram avaliados através da técnica de morfometria baseada em voxels. O programa SPSS 24.0 foi utilizado para a análise estatística de acordo com a distribuição dos dados. Como resultados, observamos i) o normograma aplicado para determinação individual de cirurgia de epilepsia não é um bom preditor para a faixa etária pediátrica; ii) Necessidade de preditores mais específicos para a população pediátrica; iii) há padrões distintos de atrofia de substância branca (SB) e substância cinzenta (SC) a depender da topografia da epilepsia; iv) indivíduos Engel não I apresentaram mais atrofia de SB difusa em relação aos indivíduos Engel I; v) atrofia de SC parece não influenciar o outcome cirúrgico.