Qualificações e Defesas

Efeitos da cianidina-3-glicosídeo no câncer colorretal - uma revisão sistemática da literatura

Candidato(a): Vinicius Quintiliano Moutinho Nogueira Orientador(a): Mario Roberto Marostica Junior
Mestrado em Ciências da Cirurgia Coorientador(a): Raquel Franco Leal
Apresentação de Defesa Data: 28/11/2024, 13:00 hrs. Local: Sala Amarela - Prédio da CPG/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Mario Roberto Marostica Junior - Presidente
Larissa Akemi Kido de Barros- Centro Infantil de Investigações Hematológicas Dr. Domingos A. Boldrini
Fabio Montico
Suplentes
Alexandre Fabricio Martucci - Universidade Federal de Jataí
Luiz Gustavo de Quadros - Associação Portuguesa de Beneficência de São José do Rio Preto

Resumo


O Câncer colorretal (CCR) é o terceiro câncer mais comum e a segunda causa mais comum de mortalidade por câncer em todo o mundo1. Considerando os conhecimentos sobre as propriedades bioativas das antocianinas e os mecanismos envolvidos na carcinogênese colorretal, este trabalho pretende demonstrar o papel da cianidina-3-glicosídeo no contexto da neoplasia. Trata-se de revisão bibliográfica sistemática, cuja busca foi conduzida na literatura eletrônica em agosto de 2024 sem restrição de data. Após o processo de seleção foram incluídos 16 artigos para análise. A cianidina-3-glicosídeo foi associada a uma resposta favorável contra as células neoplásicas de câncer colorretal em todos os estudos avaliados. Nossos achados permitem admitir a existência de potencial preventivo e terapêutico com a possibilidade de interferência em múltiplos processos celulares, sendo portanto, necessário mais estudos para compreensão da interação do composto com as neoplasias colorretais.



PROTOCOLO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA ENHANCED RECOVERY AFTER SURGERY (ERAS) NO MANEJO PERIOPERATÓRIO EM CIRURGIAS GINECO-ONCOLÓGICAS

Candidato(a): Marcello Bertoldi Sanchez Neves Orientador(a): Vanessa Henriques Carvalho
Mestrado Profissional em Ciência Aplicada à Qualificação Médica
Apresentação de Defesa Data: 28/11/2024, 13:00 hrs. Local: anfiteatro
Banca avaliadora
Titulares
Vanessa Henriques Carvalho - Presidente
Carlos Henrique Viesi do Nascimento Filho- Universidade da California - Irvine Department of biological chemistry Center for epigenetics and metabolism
Rodrigo Goncalves Pagnano
Suplentes
Leopoldo Muniz da Silva
Marcos De Simone Melo

Resumo


RESUMO

Introdução: O protocolo de Recuperação Otimizada após Cirurgia (ERAS) é um conjunto de medidas de cuidados perioperatórios projetado para reduzir o estresse cirúrgico, otimizar a recuperação fisiológica e acelerar a recuperação pós-operatória por meio de estratégias como mobilização precoce, controle otimizado da dor e redução do tempo de internação hospitalar. O uso dessa abordagem tem demonstrado potencial para reduzir complicações, diminuir o tempo de internação e melhorar a relação custo-benefício dos procedimentos cirúrgicos.

Objetivo: Desenvolver e aplicar um protocolo clínico para pacientes submetidos a cirurgias oncológicas ginecológicas baseado nos padrões do ERAS.

Métodos: Um estudo de coorte prospectivo foi realizado com 100 pacientes, comparando 50 mulheres que seguiram o protocolo ERAS com um grupo histórico de 50 mulheres que não seguiram. O cuidado perioperatório incluiu o uso de fármacos de curta duração, analgesia multimodal e profilaxia antiemética durante a cirurgia. Os desfechos foram avaliados por meio de vários escores. A análise estatística foi realizada com o software Stata IC/16.1, utilizando o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade dos dados. Para comparações entre variáveis contínuas com distribuição normal, foi utilizado o teste t de Student; para variáveis contínuas com distribuição não-normal, foi utilizado o teste de Mann-Whitney U; e para variáveis categóricas, os testes exato de Fisher ou qui-quadrado foram empregados. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo.

Resultados: Nos resultados do estudo, observou-se uma redução significativa no consumo de opioides no pós-operatório para o grupo que seguiu o protocolo ERAS. Durante o intraoperatório, houve um uso maior de propofol no grupo ERAS (114.367 ± 80.704 mg) em comparação com o grupo controle (81.248 ± 59.324 mg), com diferença estatisticamente significativa (p=0.021). No entanto, o consumo de remifentanil durante o intraoperatório não apresentou diferença significativa entre os grupos.

A incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios (NVPO) foi menor no grupo ERAS, embora a análise estatística tenha sido prejudicada pela ausência de dados completos no grupo controle. Mesmo assim, clinicamente, a redução foi relevante.

Quanto ao tempo de recuperação, o grupo ERAS teve uma permanência significativamente menor na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA), com uma média de 113.08 ± 35.06 minutos, em comparação com o grupo controle, que apresentou uma média de 98.64 ± 19.91 minutos (p=0.012). Apesar de não haver diferença significativa no tempo de permanência na UTI, o grupo ERAS mostrou uma tendência de permanência mais curta.

No que diz respeito às intercorrências intraoperatórias, o grupo ERAS apresentou uma frequência significativamente menor de complicações, especialmente de hipotensão, com relevância estatística (p=0.008). Além disso, o uso de bloqueios regionais, como o bloqueio do plano eretor da espinha (ESP) e a raquianestesia, foi mais frequente no grupo ERAS, o que contribuiu para um melhor controle da dor e menor dependência de opioides no pós-operatório imediato.

Conclusão: O protocolo ERAS em cirurgias oncológicas ginecológicas melhora significativamente os desfechos pós-operatórios, especialmente em termos de controle da dor, redução no uso de opioides e recuperação acelerada. Embora os dados ainda sejam preliminares, o protocolo mostra-se promissor em acelerar a recuperação dos pacientes e melhorar sua experiência cirúrgica geral.

Palavras-chave: Protocolo ERAS; Cuidados perioperatórios; Cirurgias Onco-Ginecológica.



ALTERAÇÕES DA SUPERFÍCIE OCULAR RELACIONADAS ÀS FASES INFLAMATÓRIA E NÃO INFLAMATÓRIA DA OFTALMOPATIA DE GRAVES: RELEVÂNCIA DAS CITOCINAS SÉRICAS E MMP-9 NA LÁGRIMA

Candidato(a): Cínthia Minatel Riguetto Orientador(a): Denise Engelbrecht Zantut Wittmann
Doutorado em Clínica Médica
Apresentação de Defesa Data: 28/11/2024, 13:30 hrs. Local: Online
Banca avaliadora
Titulares
Denise Engelbrecht Zantut Wittmann - Presidente
Adriano Namo Cury- Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Jose Paulo Cabral De Vasconcellos
Suemi Marui- Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Heraldo Mendes Garmes
Suplentes
Rosália do Prado Padovani - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Roberto Bernardo dos Santos
Elizabeth Joao Pavin

Resumo


Introdução:

A doença ocular tireoidiana (DOT), é a manifestação extratireoidiana mais comum da doença de Graves (DG), expressa como inflamação orbital e expansão da gordura e músculos extraoculares. A maioria desses pacientes também apresenta exoftalmia e sintomas relacionados à doença da superfície ocular (DSO), principalmente a síndrome do olho seco (SOS). Os níveis séricos de várias citocinas foram estudados entre pacientes com e sem DOT; no entanto, um marcador mais sensível e específico para as diferentes fases da DOT ainda não foi encontrado.

Material e métodos:

17 DOT ativa, 16 DOT inativa, 16 DG sem DOT e 16 controles saudáveis ​​foram incluídos. Todos os pacientes foram avaliados com CAS, oftalmometria, MMP-9 lacrimal, OSDI, teste de Schirmer, meibografia, altura do menisco lacrimal, hiperemia conjuntival e tempo de ruptura do filme lacrimal não invasivo. A citocinas séricas IL-17A, MMP-2, MMP-3 e MMP-9 foram coletadas e avaliadas por ensaio multiplex. Os pacientes foram então classificados em três subtipos de SOS: deficiência lacrimal aquosa, disfunção da glândula meibomiana (DGM) e olho seco misto. Os níveis de citocinas e sua relação com parâmetros clínicos foi analisa.

Resultados:

A DOT inativa mostrou ser um fator associado à SOS (OR 14, IC 2,24-87,24, p=0,0047) e apresentou mais SOS do que controles saudáveis ​​(87,5 versus 33,3 , p=0,0113). A DGM foi mais prevalente entre esses indivíduos do que controles saudáveis (62,5 versus 6,7 ; p=0,0273). Nenhuma diferença significativa foi encontrada em outros parâmetros oftalmológicos, exceto pela hiperemia conjuntival mais intensa na DOT ativa do que DG sem oftalmopatia (p=0,0214). O teste qualitativo de MMP-9 foi mais frequentemente positivo em ambos os olhos na DOT ativa do que em outros grupos (p < 0,0001). A MMP-9 sérica foi maior na DOT ativa do que em controles saudáveis, enquanto a IL-17A foi menor nesses pacientes do que na DG sem DOT e controles saudáveis. Nenhuma diferença foi encontrada nas concentrações de MMP-3 e MMP-2. Os níveis de MMP-9 foram menores em pacientes com DOT inativa submetidos à terapia com iodo radioativo e aqueles em reposição de levotiroxina, enquanto os níveis de MMP-9 foram elevados em pacientes em metimazol. Foi encontrada uma correlação negativa entre a idade na avaliação e o tempo de acompanhamento com os níveis de MMP-9 na DOT inativa. Os valores de T3 livre e oftalmometria foram positivamente correlacionados com MMP-9 nos grupos com DG sem DOT e DOT inativa, respectivamente.

Conclusões:

DOT inativa foi um fator associado à SOS. DSO foi mais prevalente entre esses pacientes, principalmente devido à MGD, indicando disfunção nas glândulas palpebrais marginais que produzem a camada lipídica da lágrima. A detecção de MMP-9 na lágrima foi associada à DOT ativa e esses indivíduos também apresentaram níveis aumentados de MMP-9 séricos. Níveis mais altos de MMP-9 séricos foram relacionados ao tratamento com iodo radioativo, maior tempo de acompanhamento e maior oftalmometria em pacientes com DOT ativa, bem como à função tireoidiana na DG sem DOT. A MMP-9 pode estar envolvida tanto na fase ativa da DOT quanto na fase ativa da inflamação relacionada à DG.



AVALIAÇÃO DO SUPORTE TRANSFUSIONAL NA QUIMIOTERAPIA DE INDUÇÃO DE PACIENTES COM LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA E CORRELAÇÃO COM PROGNÓSTICO

Candidato(a): Cristiane Camargo Omae Orientador(a): Kátia Borgia Barbosa Pagnano
Mestrado Profissional em Hemoterapia e Hematologia
Apresentação de Defesa Data: 28/11/2024, 14:00 hrs. Local: Sala Multimidia Hemocentro
Banca avaliadora
Titulares
Kátia Borgia Barbosa Pagnano - Presidente
Universidade Estadual de Campinas- Universidade Estadual de Campinas
Fabíola Traina- Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
Maria de Lourdes Rios Barjas Castro
Suplentes
Bruno Deltreggia Benites - Centro de Hematologia e Hemoterapia da Unicamp
Lorena Lobo de Figueiredo Pontes - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Resumo


A leucemia promielocítica aguda (LPA) é um subtipo de leucemia mieloide aguda caracterizada pelo gene de fusão PML::RARa desencadeando o bloqueio da maturação medular em promieloblastos. O tratamento exige administração imediata de ácido trans retinoico e mais recentemente trióxido de arsênico. A LPA é caracterizada por alta taxa de morte precoce, frequentemente devido a complicações hemorrágicas. Este estudo retrospectivo unicêntrico, realizado no Hemocentro da UNICAMP teve como objetivo correlacionar a mortalidade precoce por hemorragia com o cumprimento ou não das recomendações da European LeukemiaNet (ELN) para transfusões profiláticas de hemocomponentes durante a indução do tratamento em pacientes com LPA, analisando os desfechos de sangramento e mortalidade precoce.

Foram coletados dados clínicos e laboratoriais de 80 pacientes diagnosticados com LPA entre janeiro de 1999 e julho de 2018. O objetivo principal foi avaliar o desfecho dospacientes que foram transfundidosou não de acordo com as recomendações da ELN. Os objetivos secundários incluíram a análise de fatores de risco para morte precoce por hemorragia e a avaliação da quantidade total de transfusões recebidas durante a indução.

Os resultados mostraram que a idade ao diagnóstico variou de 18 a 82 anos, com uma mediana de 37 anos. A mortalidade precoce foi de 25 , com a maioria dos óbitos relacionados a hemorragia (90 ), ocorrendo predominantemente nos primeiros dias após o diagnóstico. Os principais sítios de sangramento foram sistema nervoso central e pulmão. A análise indicou que 63 (78 )dos pacientes não receberam suporte transfusional segundo as recomendações da ELN. Nesse grupo,houve nestes 16 óbitos por hemorragia(25 );17 pacientes foram transfundidos de acordo com as recomendações, com 2 óbitos (mortalidade 11 )(P=NS).Foram identificados como fatores de risco independentes associados à morte precoce por hemorragia: idade maior que 70 anos, a contagem de glóbulos brancos no momento do diagnóstico>10.00/mm3, creatinina >1.4mg/dL, RNI superior a 1,5 ao diagnóstico.

Embora o manejo da LPA tenha melhorado ao longo dos anos, a mortalidade precoce por hemorragia continua a ser um desafio significativo. A falta de padronização validadas para identificar pacientes de risco hemorrágico e a adesão inadequada às diretrizes de transfusão são aspectos críticos que precisam ser abordados.

A elevada taxa de mortalidade por hemorragia destaca a necessidade de vigilância intensiva e intervenções precoces em pacientes com LPA. Apesar das limitações do estudo, incluindo seu tamanho amostral reduzido e a natureza retrospectiva do mesmo, os achados sugerem que o cumprimento das recomendações da ELN pode estar associado a melhores desfechos. Este trabalho serve como um estudo piloto para futuras pesquisas que explorem a relação entre práticas clínicas simples, como transfusões profiláticas e exames laboratoriais periódicos, e a redução das taxas de mortalidade precoce. Melhorar a adesão às diretrizes validadas são passos cruciais para otimizar o tratamento da LPA e aumentar as taxas de sobrevida em uma doença que, apesar de sua gravidade, é potencialmente curável.



DOSAGEM DE 6-CIANODOPAMINA, 6-NITRODOPA, 6-NITRODOPAMINA E 6-NITROADRENALINA POR LC-MS/MS EM SOLUÇÃO DE KREBS-HENSELEIT. AVALIAÇÃO DA LIBERAÇÃO BASAL DE ÁTRIO E VENTRÍCULOS DIREITOS ISOLADOS DE COELHO

Candidato(a): Gilberto Quirino dos Santos Junior Orientador(a): Gilberto De Nucci
Doutorado em Farmacologia Coorientador(a): Rodrigo Bueno De Oliveira
Apresentação de Defesa Data: 28/11/2024, 14:00 hrs. Local: Sala Verde da CPG/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Gilberto De Nucci - Presidente
Gustavo Duarte Mendes- Universidade Metropolitana de Santos
Mariana Gonçalves de Oliveira Taranto- USF - Bragança Paulista
Alister de Miranda Cara- Faculdade de Ciências Médicas
Adriano Fregonesi- Hospital das Clínicas
Suplentes
Cesario Bianchi Filho - Universidade de Mogi das Cruzes
Jose Luiz Da Costa
Rodrigo Alvaro Brandão Lopes Martins - Universidade Evangélica de Goiás
Natalícia de Jesus Antunes - Faculdade de Ciências Médicas UNICAMP

Resumo


Esta tese descreve a validação de um método sensível para a determinação de 6-nitrodopa, 6-nitrodopamina, 6-nitroadrenalina e 6-cianodopamina em solução de Krebs-Henseleit, utilizando LC-MS/MS com ionização por eletrospray positivo (ESI+). A espectrometria de massas de alta resolução (HRMS) foi empregada para caracterizar com precisão as estruturas dos íons fragmentados. O método foi aplicado para investigar a liberação basal de catecolaminas em átrios e ventrículos isolados de coelhos. Os átrios e ventrículos foram suspensos separadamente em um banho de órgãos com 5 mL de solução de Krebs-Henseleit, contendo ácido ascórbico (3 mM), gaseificada (95 O2/5 CO2) a 37°C por 30 minutos. Cartuchos SPE Strata-X 33 μm foram utilizados para a extração das catecolaminas e do padrão interno 6-nitrodopamina-d4. A separação das catecolaminas foi realizada usando uma coluna Shim-pack GIST C18-AQ de 150 x 3 mm (com tamanho de partícula de 3 mm), mantida a 40°C e perfundida com 65 de fase móvel A (Metanol/Água; 90/10, v/v) + 0,4 de ácido acético e 35 de fase móvel B (água deionizada) + 0,2 de ácido metanoico, a uma taxa de 320 μL/min em modo isocrático. O método apresentou linearidade na faixa de 0,1–20 ng/mL. Pela primeira vez, esse método permitiu identificar a liberação basal das três nitrocatecolaminas mencionadas e de um análogo pertencente a uma nova classe de catecolaminas, as cianocatecolaminas.