Qualificações e Defesas

Os primeiros da família entre a busca de sonhos e as disputas em território colonial. Estudantes de primeira geração e as contradições de classe na universidade: intersecções, potências, desafios e necessidades

Candidato(a): Bruna Teixeira Ávila Orientador(a): Amilton Dos Santos Junior
Doutorado em Saúde da Criança e do Adolescente Coorientador(a): Paulo Dalgalarrondo
Apresentação de Defesa Data: 27/11/2024, 14:00 hrs. Local: Via videoconferência
Banca avaliadora
Titulares
Amilton Dos Santos Junior - Presidente
Daniela Cristina Moreira Marculino de Figueiredo- Universidade Federal da Paraíba
Lilia Freire Rodrigues De Souza Li
André Petraglia Sassi- Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Adriane Martins Soares Pelissoni- Serviço de Apoio ao Estudante - SAE/UNICAMP
Suplentes
Raquel Litterio de Bastos - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Luis Fernando Farah De Tofoli
Erika Suruagy assis de Figueiredo - Universidade Federal Rural de Pernambuco

Resumo


As políticas de acesso estudantil, mesmo com limites, contribuíram para que estudantes de baixo nível socioeconômico acessassem a universidade pública. Essa democratização do ensino já demonstrou grande poder transformador da universidade e da realidade dos estudantes e de suas famílias. E é atravessada por várias contradições, relacionadas ao contexto mais amplo desses estudantes e à vivência acadêmica, que ameaçam a permanência, o aproveitamento pleno do ensino superior e a saúde e, portanto, o próprio redirecionamento necessário da universidade enquanto impulsionadora da redução das desigualdades sociais. Objetivos: Compreender as experiências e necessidades dos estudantes de primeira geração de baixo nível socioeconômico de uma universidade pública do estado de São Paulo, a fim de refletir sobre caminhos para o apoio estudantil e para a real democratização da universidade. Métodos: Através da aplicação de questionários em papel e caneta individuais entre 2017 e 2018, a amostra final foi de 6.906 alunos (34 dos estudantes de graduação). A partir da classificação da ABEP de 2015, foi construída variável dicotômica para baixo nível socioeconômico: Não (A,B,C1) e Sim (C2,D,E). Essa foi analisada e associada com outras variáveis de interesse a partir dos objetivos, além dos resultados dos instrumentos padronizados. Foram realizadas análises bivariadas (p-valor ≤ 0.01) com teste qui-quadrado e t de student e de regressão linear e logística multivariadas. Resultados: Apenas 240 estudantes foram classificados com baixo nível socioeconômico (3,5 da amostra). Entre outros elementos, tem idade menos jovem; tem maior diversidade sexual e de gênero; são mais negros; trabalham mais; tem posicionamento político mais à esquerda; apesar de se autoavaliarem pior, não tem pior aproveitamento acadêmico; se sentem realizados, porém não se sentem respeitados pelos colegas; fazem menor uso de álcool; tem pior qualidade de vida; mais dificuldades com o sono e mais tentativa de suicídio. Conclusão: Os dados revelaram a representatividade ainda muito pequena desses estudantes de primeira geração de baixo nível socioeconômico, mas confirmaram a sua potência, trazendo outros saberes e olhares para esse território colonial, e mantendo bom aproveitamento mesmo com as importantes desigualdades entrelaçadas (raça/etnia, gênero/sexualidades) ainda presentes na universidade. Tal processo tem grave impacto na saúde desses estudantes e limita uma vivência plena da universidade, dificultando a real democratização do ensino superior e a transformação da sociedade. Os serviços de apoio são fundamentais, mas é necessária uma mudança mais profunda da dinâmica e status quo da universidade, que deve ter a participação mais influente desses estudantes.



Candidato(a): Marcela Custodio Scherr Orientador(a): Wagner Jose Favaro
Doutorado em Ciências da Cirurgia
Apresentação de Qualificação Data: 27/11/2024, 14:30 hrs. Local: Sala de Reuniões da Biblioteca do Instituto de Biologia da Unicamp
Banca avaliadora
Titulares
Wagner Jose Favaro - Presidente
Paulo Henrique Ferreira Caria
João Carlos Cardoso Alonso- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Suplentes
Gabriela de Oliveira - Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas

Candidato(a): Verônica Oliveira Souza Moreno Orientador(a): Carlos Arturo Levi Dancona
Mestrado em Ciências da Cirurgia
Apresentação de Qualificação Data: 28/11/2024, 08:00 hrs. Local: Anfiteatro da Pós graduação
Banca avaliadora
Titulares
Carlos Arturo Levi Dancona - Presidente
Ticiana Aparecida Alves de Mira- Universidade Estadual de Campinas
Marcela Grigol Bardin- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Wagner Mauad Avelar- Hospital das Clínicas da UNICAMP
Suplentes

Candidato(a): Jéssica Dellalibera dos Santos Orientador(a): Meire Cachioni
Doutorado em Gerontologia
Apresentação de Qualificação Data: 28/11/2024, 09:00 hrs. Local: À distância. Link: https://meet.google.com/cve-pprf-mjd
Banca avaliadora
Titulares
Meire Cachioni - Presidente
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo- Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
Samila Sathler Tavares Batistoni- Lifelong Psicologia e Educacao para a Longevidade
Johannes Doll- Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Suplentes
Ruth Caldeira de Melo - Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo

OMISSÃO DA CIRURGIA AXILAR NO CÂNCER DE MAMA INICIAL APÓS QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE: ANÁLISE INTERINA DE SEGURANÇA DO ESTUDO VENUS

Candidato(a): Maria Beatriz de Paula Leite Kraft Enz H Orientador(a): Luis Otavio Zanatta Sarian
Mestrado em Tocoginecologia Coorientador(a): Giuliano Mendes Duarte
Apresentação de Defesa Data: 28/11/2024, 10:00 hrs. Local: Anfiteatro do Caism
Banca avaliadora
Titulares
Luis Otavio Zanatta Sarian - Presidente
Luiz Carlos Zeferino
Daniel Guimarães Tiezzi- Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Suplentes
Bruna Salani Mota - USP - Universidade de São Paulo
Julio Cesar Teixeira

Resumo


Introdução: A omissão do linfonodo sentinela (BLS) após neoadjuvância no câncer
de mama inicial ainda não foi adequadamente estudada, uma vez que a maior parte
dos estudos sobre omissão do BLS restringem a inclusão de pacientes em
neoadjuvância. O estudo VENUS (ClinicalTrials.gov NCT05315154, ReBEC
RBR-8g6jbf, Comitê de Ética: CAAE:06805118.2.0000.5404) é um ensaio clínico
randomizado, multicêntrico de não inferioridade em andamento, que inclui mulheres
com câncer de mama estadio T1/2 N0 (clinicamente e ultrassonograficamente) M0,
randomizadas para BLS ou não cirurgia axilar. Neste estudo, avalia-se a omissão da
BLS em pacientes com câncer de mama inicial, tanto para casos de cirurgia up-front,
quanto para casos de neoadjuvância. Objetivo: avaliar as características das
pacientes submetidas até 9 de outubro de 2024 a neoadjuvância no estudo VENUS,
comparando-as frente às demais pacientes do estudo a fim de determinar se há
segurança em manter o recrutamento de mulheres com câncer de mama inicial e
indicação de tratamento neoadjuvante. Métodos: análise descritiva interina das
pacientes recrutadas no estudo VENUS. O tratamento inicial, definido a partir do
protocolo de cada centro participante, poderia ser neoadjuvância ou cirurgia. O
presente estudo descreve as características epidemiológicas, tumorais e
terapêuticas das pacientes incluídas e randomizadas no estudo VENUS, submetidas
ou não à neoadjuvância. Resultados: até 9 de outubro de 2024, 559 mulheres
foram incluídas no estudo VENUS, 236 foram randomizadas para a realização da
BLS, das quais 19 (8 ) fizeram neoadjuvância; 220 foram randomizadas para não
cirurgia axilar, das quais 14 (6 ) fizeram neoadjuvância. As características
epidemiológicas (índice de massa corpórea, raça e status menopausal) foram
semelhantes nos grupos de randomização, mas as pacientes submetidas à
neoadjuvância eram mais jovens (p=0.01). Quanto às características tumorais,
evidenciou-se que nos casos de neoadjuvância os tumores eram maiores (p<0.001),
há predomínio de tumores triplo negativos ou com Her2 superexpresso (p<0.001). A
positividade da BLS foi 19,8 em casos de cirurgia up-front e 5,6 após
neoadjuvância. Observou-se maior ocorrência de prescrição de quimioterapia
adjuvante nos grupos que fizeram neoadjuvância, provavelmente devido à maior
ocorrência de tumores triplo negativos ou Her2 superexpressos. Até o momento não
houve recidiva axilar (tempo médio de seguimento de 20,5 meses). Conclusão: as
pacientes submetidas a neoadjuvância no estudo VENUS são mais jovens e
apresentam tumores maiores e mais agressivos, conforme esperado em casos de
tratamento neoadjuvante. A positividade da BLS parece ser menor após
neoadjuvância (5,6 ). Em um tempo de seguimento médio de 20,5 meses, não
houve nenhum caso de recorrência axilar. Estes dados demonstram que é seguro
manter o recrutamento de pacientes com indicação de tratamento neoadjuvante no
estudo VENUS.