Qualificações e Defesas

PREVALÊNCIAS E DESIGUALDADES SOCIAIS EM PRÁTICAS PREVENTIVAS DE NEOPLASIAS NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Candidato(a): Bianca Gastaldon Lima Orientador(a): Marilisa Berti de Azevedo Barros
Mestrado em Saúde Coletiva
Apresentação de Defesa Data: 21/02/2025, 14:00 hrs. Local: Sala Amarela Prédio Pós Graduação
Banca avaliadora
Titulares
Marilisa Berti de Azevedo Barros - Presidente
Diama Bhadra Andrade Peixoto Do Vale
Edige Felipe de Sousa Santos- Faculdade de Saúde Pública da USP
Suplentes
Margareth Guimaraes Lima
Moisés Goldbaum - Universidade de São Paulo

Resumo


O câncer é mundialmente a segunda maior causa de morte. As práticas preventivas e a detecção precoce das neoplasias são de grande relevância, em razão de que quanto mais cedo o câncer for identificado, maiores são as chances de cura. Análises de desigualdades sociais na prevalência dessas práticas são essenciais para identificar e evitar que segmentos populacionais fiquem prejudicados em decorrência de menor acesso a elas. Este estudo tem como objetivo analisar a realização de práticas preventivas para as neoplasias de colo de útero, mama, próstata e colorretal na população de Campinas e verificar as desigualdades sociais presentes na cobertura populacional dos exames preventivos utilizando dados de inquérito de saúde de base populacional. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, realizado em Campinas, com dados do ISA Camp 2014/15. A amostra foi estratificada por conglomerados em dois estágios. As entrevistas foram aplicadas por entrevistadores treinados, utilizando tablets, com questionário dividido em 12 blocos temáticos. Foram analisados dados de mulheres com 25 anos ou mais e homens com 50 anos e mais, em decorrência das faixas etárias utilizadas nos testes preventivos. As variáveis dependentes foram a realização de exames preventivos (Papanicolaou, Mamografia, PSA, SOF e sigmoidoscopia/colonoscopia) e as independentes incluíram sexo, idade, escolaridade, plano de saúde, raça/cor e renda. Nas análises, foram estimadas prevalências e razões de prevalência ajustadas por sexo e idade, geradas por meio de regressão múltipla de Poisson. As análises foram realizadas com uso do Stata 14, que permite considerar os pesos amostrais e de pós-estratificação. Dos dados analisados foi possível constatar que das mulheres de Campinas, 87,8 realizaram exame Papanicolaou nos 3 anos prévios à entrevista e 80,5 fizeram mamografia nos últimos 2 anos. A prevalência de realização de Papanicolaou foi maior nas mulheres com plano de saúde privado (RP= 1,11) maior escolaridade (RP=1,18) e maior renda (RP=1,11). A realização de mamografia teve prevalência maior nos segmentos com plano privado (RP=1,20), maior escolaridade (RP= 1,28), maior renda familiar (RP=1,19) e nas mulheres brancas (RP=1,17) em comparação às negras. Para o PSA, 55,2 dos homens acima de 50 anos fizeram o exame nos 3 anos que antecederam a entrevista e 80,1 fizeram pelo menos uma vez na vida. A prevalência foi maior entre os que possuem plano de saúde e maiores escolaridade e renda (RP=1,47, 1,38 e 1,36). Quanto ao SOF, 22,3 das pessoas com 50 anos ou mais fizeram o exame nos últimos 2 anos, e 21,5 realizaram colonoscopia/sigmoidoscopia ao menos uma vez na vida. A realização de exames para câncer colorretal foi maior entre aqueles com plano de saúde (RP=1,67 para SOF e 2,62 para colonoscopia), maior escolaridade (RP=2,20 e 2,86) e renda (RP=1,73 e 2,50); a prevalência de colonoscopia foi maior nas mulheres (RP=1,38) em comparação aos homens. Conclusão: Os resultados indicaram uma boa adesão às metas do Ministério da Saúde para os exames de câncer de mama e colo uterino, embora persistam desigualdades socioeconômicas no acesso. Os exames de SOF e colonoscopia/sigmoidoscopia mostraram baixa cobertura, com desigualdades sociais mais acentuadas. A prevalência de mamografia foi maior entre mulheres brancas, sem diferenças raciais nos demais exames. Esses achados reforçam a necessidade de políticas públicas mais equitativas e de programas de rastreamento organizados para ampliar o acesso e reduzir as desigualdades.



RESULTADOS DA TRABECULOTOMIA TRANSLUMINAL ASSISTIDA POR GONIOSCOPIA (GATT) COM FIO DE POLIPROPILENO 5-0, EM PACIENTES COM GLAUCOMA DE ÂNGULO ABERTO.

Candidato(a): Bruno Mendes de Faria Orientador(a): Vital Paulino Costa
Doutorado em Ciências Médicas
Apresentação de Defesa Data: 24/02/2025, 16:30 hrs. Local: anfiteatro de oftalmologia
Banca avaliadora
Titulares
Vital Paulino Costa - Presidente
Jose Paulo Cabral De Vasconcellos
Alberto Diniz Filho
Carlos Eduardo Leite Arieta
Heloisa Helena Abil Russ Giacometti
Suplentes
Carlos Takahiro Chone
Camila e Silva Zangalli
Jair Giampani Junior

Resumo


Introdução: O glaucoma é uma neuropatia óptica multifatorial caracterizada pela degeneração progressiva das células ganglionares da retina e seus axônios, resultando em aumento da escavação do disco óptico, defeitos na camada de fibras nervosas peripapilar (CFNpp) e perda irreversível do campo visual. A pressão intraocular (PIO) elevada é o principal fator de risco modificável, sendo a redução da PIO o foco do tratamento. A trabeculotomia transluminal assistida por gonioscopia (GATT) é um procedimento minimamente invasivo de glaucoma (MIGS), que evita complicações associadas a cirurgias mais invasivas e pode ser uma opção economicamente viável, especialmente em países em desenvolvimento. Objetivos: Avaliar os resultados da trabeculotomia transluminal assistida por gonioscopia (GATT) utilizando fio de polipropileno 5-0 em pacientes com glaucoma de ângulo aberto. Metodologia: Primeiro Estudo: Série de casos intervencionista, não comparativa, incluindo pacientes com mais de 18 anos com GAA (glaucoma de ângulo aberto) não controlado medicamente (primário ou secundário) que foram submetidos a GATT entre janeiro de 2018 e janeiro de 2020, como procedimento único ou combinado com facoemulsificação e implante de lente intraocular (PHACOGATT). Todas as cirurgias foram realizadas por um dos autores (B.M.F.) em um único centro (Hospital Universitário Onofre Lopes), de forma padronizada. A análise descritiva foi utilizada para apresentar os dados demográficos e clínicos e a aplicação de testes estatísticos. Segundo Estudo - Estudo unicêntrico e retrospectivo, com acompanhamento de 24 meses, avaliando a variação da PIO em longo prazo em pacientes com glaucoma de ângulo aberto não controlados clinicamente submetidos ao GATT ou PHACOGATT. A análise comparou dados entre os grupos utilizando ANOVA e testes de Fisher e Qui-quadrado, com significância estatística estabelecida em p<0,05. Resultados: Primeiro artigo: Um total de 73 olhos (GATT = 38; PHACOGATT = 35) de 58 pacientes com média de idade de 54,8 ± 11,6 anos foi incluído no estudo. No geral, após 12 meses de acompanhamento, a PIO (Pressão Intraocular) média foi reduzida de 24,9 ± 8,5 para 12,1 ± 2,1 mmHg (P < 0,001). O número médio de medicamentos para glaucoma foi reduzido de 3,5 ± 0,7 para 1,2 ± 1,2 (P < 0,001). A taxa de sucesso foi de 87 aos 12 meses, sem diferenças significativas entre os olhos do grupo GATT (85 ) e do grupo PHACOGATT (91 ) (P = 0,330). A idade foi o único fator significativamente associado ao sucesso cirúrgico (razão de risco = 1,35; P = 0,012; após ajuste para PIO pré-operatória e número de medicamentos para glaucoma). Pacientes com mais de 60 anos apresentaram uma chance significativamente maior de falha (razão de risco = 10,96; P = 0,026) em comparação com aqueles com menos de 60 anos. A complicação pós-operatória mais comum foi hipema transitório (39 ; duração mediana de 5 dias). Nenhum evento adverso que ameaçasse a visão foi documentado. Segundo artigo: Um total de 169 olhos de 169 pacientes foi incluído no estudo (grupo GATT = 101 pacientes; grupo PHACOGATT = 68 pacientes). A média da PIO a longo prazo (11,2 ± 2,0 mmHg vs 12,0 ± 1,8 mmHg; p = 0,01), o pico médio da PIO a longo prazo (11,8 ± 3,5 mmHg vs 12,9 ± 2,6 mmHg; p = 0,03) e a média de flutuação da PIO (1,2 ± 1,8 mmHg vs 1,0 ± 3,7 mmHg; p = 0,01) foram menores no grupo PHACOGATT em comparação ao grupo GATT isolado. Além disso, a variação média geral da PIO positiva foi de 0,79 ± 1,64 mmHg. Por fim, apenas 6,5 dos pacientes apresentaram uma variação positiva clinicamente significativa e sustentada da PIO, e a PIO foi de 15 mmHg ou mais em 5,9 das visitas de acompanhamento. Conclusão: O GATT apresenta-se como uma opção eficaz, segura e de baixo custo no tratamento do glaucoma, preservando a conjuntiva para futuras cirurgias e evitando complicações associadas a cirurgias mais invasivas. Mais estudos prospectivos são necessários para melhor compreender sua eficácia e compará-lo com outras técnicas.



Candidato(a): Bárbara Sanae Assato Orientador(a): Andrei Carvalho Sposito
Mestrado em Fisiopatologia Médica
Apresentação de Qualificação Data: 27/02/2025, 08:30 hrs. Local: Sala Laranja
Banca avaliadora

Candidato(a): Ana Paula Sereni Manfredi Moreira Orientador(a): Agricio Nubiato Crespo
Doutorado em Ciências Médicas
Apresentação de Qualificação Data: 03/03/2025, hrs. Local:
Banca avaliadora
Titulares
Edilson Zancanella - Presidente
Suplentes

Candidato(a): Jonathas Justino Orientador(a): Sergio Resende Carvalho
Doutorado em Saúde Coletiva
Apresentação de Qualificação Data: 20/03/2025, 09:00 hrs. Local: Auditório pós-graduação da FCM
Banca avaliadora
Titulares
Sergio Resende Carvalho - Presidente
Luzia Margareth Rago
Emerson Elias Merhy
Suplentes
Daniele Pompei Sacardo