Qualificações e Defesas

ESFEROIDES DE CÉLULAS MESENQUIMAIS ESTROMAIS DE LÍQUIDO AMNIÓTICO HUMANO INCORPORADOS EM HIDROGEL TERMOSSENSÍVEL PARA USO EM MEDICINA REGENERATIVA DE LESÕES DE CARTILAGEM

Candidato(a): Carolina Coli Zuliani Orientador(a): Ibsen Bellini Coimbra
Doutorado em Clínica Médica Coorientador(a): Angela Maria Moraes
Apresentação de Defesa Data: 11/12/2024, 09:00 hrs. Local: Anfiteatro 2 - LEGO - FCM
Banca avaliadora
Titulares
Ibsen Bellini Coimbra - Presidente
Rodrigo Goncalves Pagnano
Ricardo Fuller- Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo
Alessandro Rozim Zorzi- Universidade Estadual de Campinas
Márcia Uchoa de Rezende- Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Suplentes
Rubens Bonfiglioli - PUCCAMP
Alisson Aliel Vigano Pugliesi - FCM/Depto Clínica Médica
Stela Márcia Mattiello - Universidade Federal de São Carlos
Gustavo Constantino de Campos - Universidade Estadual de Campinas

Resumo


Lesões na cartilagem articular, causadas por traumas, esportes ou doenças crônicas como osteoartrite (OA), têm baixa capacidade de regeneração devido à falta de vascularização e baixa celularidade. Nenhum fármaco ou terapia se mostrou eficaz para tratamento definitivo, levando frequentemente à necessidade de cirurgias como artroplastia. Isso ressalta a importância de desenvolver novas terapias baseadas em medicina regenerativa, que combinam biomateriais e células estromais para a regeneração de lesões. Nesta pesquisa foram utilizadas células estromais mesenquimais provenientes de líquido amniótico (LA-CEM) de mulheres gestantes de segundo trimestre coletadas durante exame de amniocentese. A população de células CD117 positivas foi isolada, caracterizada, expandida em monocamada e diferenciada sob ação de TGF-beta3 em sistema de cultivo tridimensional (3D) formando esferoides. Para isso foi utilizado um micromolde de hidrogel não adesivo de agarose, formado a partir de um molde rígido de acrílico, projetado e fabricado por tecnologia de impressão 3D. Os esferoides obtidos foram incorporados em hidrogel termossensível com ponto de gelificação a 30,7°C, composto por metilcelulose e carboximetil quitosana. Os esferoides exibiram boa uniformidade, viabilidade celular e capacidade de produção de matriz extracelular, com a produção de colágeno tipo II e agrecano semelhante ao tecido da cartilagem. Quando submetidos à técnica de fusão sequencial, os esferoides foram capazes de produzir microrecidos cartilaginosos em 7 dias. Os resultados sugerem que essa abordagem pode ser promissora para engenharia de tecidos, aplicações em técnicas de medicina regenerativa, estudos de condrogênese e testes de drogas. Além disso, sendo uma tecnologia nacional, poderia ser mais viável financeiramente para incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).



Lesão Miocárdica Subclínica em Pacientes com Polineuropatia Amiloidótica Familiar Relacionada a Transtirretina sem Sinais Clínicos de Cardiopatia

Candidato(a): Camila Nicolela Geraldo Martins Leite Orientador(a): Otavio Rizzi Coelho Filho
Mestrado em Ciências Médicas
Apresentação de Defesa Data: 11/12/2024, 09:00 hrs. Local: Sala laranja da Pós-Graduação/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Otavio Rizzi Coelho Filho - Presidente
Roberto Schreiber
Marcelo Souto Nacif- Universidade Federal Fluminense
Suplentes
Jose Roberto Matos Souza
André Schmidt - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo

Resumo


Introdução: A polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) é uma doença autossômica dominante causada por variantes patológicas do gene da transtirretina (TTR). Mais de 120 mutações foram descritas nesse gene com a mesma repercussão: a alteração na configuração espacial da proteína transtirretina (TTR) e sua agregação em fibrilas amiloides. O fenótipo clássico é uma polineuropatia sensitivo-motora progressiva que envolve disautonomia, particularmente, quando relacionada a mutação Val50Met. Recentemente, há especial empenho em descrever o impacto da deposição amilóide em outros órgãos além do tecido nervoso periférico, tais como coração e sistema nervoso central. Nesse cenário, métodos sensíveis, com finalidade de avaliação dos danos relacionados ao TTR devem ser urgentemente desenvolvidos com objetivo de, não apenas identificar a doença em um estágio incipiente, mas quantificar as anormalidades teciduais nesses pacientes.

Objetivo: Avaliar o acometimento cardíaco em pacientes com ATTR e fenótipo predominantemente neurológico, sem manifestação clínica de cardiopatia, e correlacionar os dados de alteração estrutural do coração obtidos pela ressonância magnética cardíaca (RMC) com dados evolutivos da neuropatia periférica obtidos por escores de avaliação de acometimento neuromuscular: FAP Staging e NIS LL.

Métodos: Pacientes com amiloidose por transtirretina forma variante (ATTRv) foram recrutados e submetidos a avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem. A morfologia/função ventricular e a fração do volume extracelular miocárdico (ECV) foram quantificadas pela RMC, o strain longitudinal global (GLS) pela ecocardiografia, a deposição de proteína amiloide no miocárdio foi avaliada pela cintilografia com pirofosfato. Todos os participantes foram submetidos a teste de esforço cardiopulmonar.

Resultados: Foram avaliados 41 pacientes com amiloidose por TTR e 42 controles saudáveis. Dos pacientes com amiloidose por TTR 64,3 apresentavam mutação Val30Met, 67 estavam no estágio 1 do FAP Stage.O GLS, por sua vez, mostrou-se reduzido no grupo com amiloidose (ATTR: -16 ± 3.2 vs Controle -20.2 ± 2.5, p<0.001). Tanto o T1 nativo (FAP: 1.303,924 ± 120,152 vs. controles: 1.212,78 ± 76,01ms, p<0,05) quanto o ECV (FAP: 0,36 ± 0,1 vs. controles: 0,26 ± 0,02, p<0,001) estavam significativamente elevados entre os pacientes com FAP. Houve uma relação fortemente positiva entre o ECV e a Massa do ventrículo esquerdo indexada (R = 0,88, p = 3,7e-09). Também houve uma correlação positiva (R = 0,47, p = 0,0081) entre o escore de injúria neuromuscular (NIS) e o ECV em pacientes com amiloidose por transtirretina

Conclusão: Em pacientes com ATTR com neuropatia, documentamos alterações estruturais do coração pelo ecocardiograma, RMC e Cintilografia com pirofosfato. O aumento da massa do VE nesses pacientes está associado à expansão ECV e o grau de acometimento neurológico (NIS) se associou com a expansão do ECV e como a capacidade funcional pelo TECP.



Radioiodoterapia em pacientes com carcinoma diferenciado de tireoide na vigência de evidências bioquímicas de metástases e sem localização estrutural de lesões iodocaptantes: benefício da abordagem individualizada

Candidato(a): Fernanda Fabrini Gomes Orientador(a): Denise Engelbrecht Zantut Wittmann
Mestrado em Clínica Médica
Apresentação de Defesa Data: 11/12/2024, 09:00 hrs. Local: Anfiteatro
Banca avaliadora
Titulares
Denise Engelbrecht Zantut Wittmann - Presidente
Allan de Oliveira Santos- Sociedade Brasileira de Biologia e Medicina Nuclear e Imagem Molecular
Rosália do Prado Padovani- Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Suplentes
Elizabeth Joao Pavin
Adriano Namo Cury - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Resumo


Introdução: O câncer de tireoide é a neoplasia maligna mais comum no sistema endócrino e na área de cirurgia de cabeça e pescoço, sendo o câncer diferenciado de tireoide (CDT) o tipo mais comum. A vigilância para recorrências e metástases do CDT inclui a pesquisa de corpo inteiro com radioiodo (PCI) e níveis séricos de tireoglobulina (TG). Estudos anteriores mostraram que a PCI diagnóstica negativa e TG sérica elevada ocorrem em 10 –27 dos pacientes com CDT após a terapia inicial, achado que frequentemente suscita a condição de carcinoma refratário à terapia com o radioiodo, sabidamente associado a pior prognóstico e com taxa de sobrevida de 10 anos de menos de 10 . A decisão acerca da realização de dose empírica de radioiodo nesses pacientes, bem como a dose a ser realizada, não é consenso na literatura. Objetivo: Avaliar a resposta à radioiodoterapia administrada a pacientes com carcinoma diferenciado de tireoide com evidência bioquímica de doença metastática sem lesão iodocaptante (TG sérica elevada e PCI diagnóstica negativa) no seguimento pós tireoidectomia. Métodos: Estudo retrospectivo, de pacientes em seguimento em serviço terciário no período de 1990 a 2018. Foram incluídos 196 pacientes com CDT, PCI diagnóstica negativa e TG ou AcTg séricos elevados, divididos em dois grupos: Grupo 1 - recebeu radioiodoterapia (RIT) empírica (n: 72); Grupo 2: não realizada a RIT (n: 124). Resultados: As dosagens de tireoglobulina (TG) foram maiores no grupo 1 (RIT empírica) do que no grupo 2 em todos os momentos do seguimento clínico. Quanto à PCI pós RIT empírica, em 57,74 dos casos houve captação, sendo um terço com evidência de metástase à distância e 23,94 com captação cervical em remanescente/recidiva de tecido tireoidiano ou linfonodal. O grupo que recebeu RIT se associou à redução parcial da TG sérica suprimida enquanto o grupo em que não foi realizada RIT se associou à estabilidade da TG no seguimento. Conclusão: Após radioiodoterapia administrada com evidência bioquímica de metástases mas sem a identificação de doença estrutural iodocaptnte, foram identificados focos metastáticos ávidos por iodo em 57 dos casos, com subsequente redução sérica de TG, indicando potencial benefício terapêutico. Apesar de características histopatológicas tumorais semelhantes, a evolução foi diferente entre os pacientes que receberam ou não a RIT, ressaltando a relevância da individualização desta indicação.



Candidato(a): Fernanda Rodrigues da Cunha Orientador(a): Jose Dirceu Ribeiro
Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente Coorientador(a): Eulalia Sakano
Apresentação de Qualificação Data: 11/12/2024, 10:00 hrs. Local: Sala 09 CIPED
Banca avaliadora
Titulares
Jose Dirceu Ribeiro - Presidente
Aline Cristina Gonçalves- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Maria de Fátima Corrêa Pimenta Servidoni- Universidade Estadual de Campinas
Suplentes
Elizete Aparecida Lomazi

GOSTO OU DESGOSTO? (IN)SATISFAÇÃO CORPORAL DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA UNICAMP: FATORES ASSOCIADOS E PERFIS DE RISCO

Candidato(a): Danielle Lilian Ribeiro Argolo Osorio Orientador(a): Amilton Dos Santos Junior
Mestrado em Ciências Médicas Coorientador(a): Paulo Dalgalarrondo
Apresentação de Defesa Data: 11/12/2024, 13:30 hrs. Local: Sala verde da Pós-Graduação/FCM
Banca avaliadora
Titulares
Amilton Dos Santos Junior - Presidente
Celso Garcia Junior- São Leopoldo Mandic
Renata Cruz Soares De Azevedo
Suplentes
Luiz Fernando Longuim Pegoraro - Universidade Estadual de Campinas
Giuliano Generoso - Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica

Resumo


Avaliar a própria aparência física e dar uma nota para si mesmo aparentemente pode significar uma tarefa simples, porém neste ato, podem estar implícitos conceitos amplos e de um constructo mais complexo, que remete à definição de imagem corporal. A passagem entre ensino médio e faculdade e a vivência dessa fase de transição corporal e relacional pode influenciar nos comportamentos, na saúde e até nas vivências corporais, podendo gerar mudanças nas impressões sobre os corpos, bem como no seu grau de afeição ou insatisfação. Este estudo se propõe a verificar a associação do grau de satisfação da aparência física com dados sociodemográficos, de saúde física, mental, de identidade e qualidade de vida de estudantes de graduação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para a coleta de dados, foi aplicado em 6.906 alunos de graduação de todos os períodos e campi da Unicamp, entre os anos de 2017 e 2018, um questionário amplo com a presença de diversas escalas validadas e testadas na população brasileira. A satisfação com a aparência física foi medida por meio de uma escala visual analógica numérica de 10 pontos, no qual zero significaria muito insatisfeito e 10 muito satisfeito. Foram utilizados testes de testes de Kruskall-Wallis para variáveis numéricas ou Qui-quadrado para variáveis categóricas e foram construídos modelos de regressão logística ordinal múltipla com critério de seleção de variáveis stepwise para encontrar o conjunto de fatores que melhor explicariam a satisfação com o corpo. Para todos os testes e modelos, o nível de significância estatística considerado nas análises foi de 5 . Dos 6.906 graduandos, 6.779 responderam à pergunta sobre satisfação com a aparência física. Destes, 3.172 (46,8 ) foram classificados como insatisfeitos, 2.899 (42,8 ) como neutros e apenas 708 (10,4 ) como satisfeitos. Pertencer ao gênero masculino e ter orientação heterossexual, ter uma condição socioeconômica mais alta, ter uma melhor qualidade de vida, ter menores pontuações nas escalas SRQ-20, IAT, não ter antecedente de transtorno mental, não usar psicotrópicos, não apresentar comportamentos auto lesivos e suicidas, não apresentar doença física, praticar atividade física, pertencer a um grupo étnico e ter orgulho deste pertencimento, ter menores níveis de discriminação, não ser uma minoria sexual e de gênero e estar confortável com a própria orientação sexual e identidade de gênero se associaram com satisfação com a aparência física. As associações descritas nos resultados apontam para a necessidade de estudos futuros nesta população que é jovem, está em fase de transição tanto corporal quanto relacional e que apresenta possivelmente repercussões mentais, físicas, de qualidade de vida para além da satisfação com a aparência física. Apesar disso, promover uma melhor relação com o próprio corpo pode ser uma estratégia potente de intervenção nesta população a despeito da presença da insatisfação corporal.