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Histórico

HISTÓRICO

O envelhecimento populacional ocorrido nos países desenvolvidos nos séculos XIX e XX, e ainda em curso nos países em desenvolvimento, fez-se acompanhar por mudanças no perfil epidemiológico das populações, por aumento da longevidade e por crescimento do número de idosos. Essas alterações demográficas geraram novas necessidades sociais orientadas ao atendimento dos idosos, entre elas a formação de profissionais especializados em aspectos médicos, biológicos, psicológicos e sociais da saúde, da proteção e do cuidado a esse crescente segmento populacional.

O Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Unicamp surgiu nesse contexto, a partir da iniciativa de professores de vários departamentos e núcleos de pesquisa da Universidade interessados no estudo da velhice e do envelhecimento. O Curso foi proposto a partir do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação, aprovado pelo Conselho Universitário da Unicamp em dezembro de 1996 e pela Capes no início de 1997. O primeiro exame de seleção de novos alunos aconteceu em março de 1997.  

A primeira turma foi inaugurada com aula magna realizada em 9 de abril de 1997, à qual compareceram 14 alunos de Mestrado e seis de Doutorado selecionados dentre 97 candidatos provenientes de todo o País. Ao longo dos anos, médicos, psicólogos, pedagogos, sociólogos, antropólogos, demógrafos, estatísticos e filósofos de diferentes origens e variadas formações integraram o corpo docente e interagiram com alunos também com diversas formações. Esse grupo pioneiro ofereceu uma colaboração importante à constituição do Curso da Unicamp, à construção do conceito e de modelos de interdisciplinaridade e ao estabelecimento de outros cursos de tendências interdisciplinares. 

Na avaliação das atividades do triênio 2001-2003, o Mestrado em Gerontologia da Unicamp obteve o conceito 4 e na avaliação do triênio 2004-2006 obteve o conceito 5, o que se repetiu no triênio 2007-2010 e nas avaliações subsequentes. No ano de 1998, mudanças em diretrizes da Avaliação Nacional da Pós-Graduação determinaram a extinção do nosso Doutorado em Gerontologia e a manutenção do Mestrado. O período 1997-2020 foi importante à consolidação do Mestrado em Gerontologia da Unicamp, ao estabelecimento de outros cursos localizados nas regiões Sudeste e Sul do País e ao desenvolvimento do conceito de interdisciplinaridade dentro da CAPES. 
Em 2009 a CAPES completou 10 anos de funcionamento do seu novo autodenominado comitê interdisciplinar. A data foi comemorada com a edição de um livro que reuniu o relato de várias experiências exitosas dessa modalidade de produção de ciência e tecnologia, no Brasil e no exterior. Entre eles figuraram textos produzidos por pesquisadores dos Cursos de Mestrado em Gerontologia da Unicamp e da PUC do Rio Grande do Sul. 

Durante a sua primeira década de existência, o Mestrado em Gerontologia da Unicamp foi mais influenciado pela Psicologia e pelas Ciências Sociais do que pela Medicina e pela Biologia. Nos anos seguintes, ocorreu mudança no perfil do corpo docente, refletindo o envelhecimento e a aposentadoria de seus professores mais titulados, provenientes das áreas de Ciências Humanas e de Ciências Sociais. Os professores que permaneceram ou que se candidataram a vagas no Curso de Gerontologia eram mais novos e provinham da área médica. Nem todos estavam inseridos em projetos de pesquisa de caráter interdisciplinar. Por sua vez, a maioria dos alunos eram oriundos das Ciências da Saúde. Assim, tornou-se indispensável transferir o Curso de Gerontologia da Faculdade de Educação para a Faculdade de Ciências Médicas, transição que se efetivou entre 2007 e 2010. Manteve-se intacto o caráter interdisciplinar do Curso, que continuou a investir na consolidação de sua estrutura curricular e de suas linhas de pesquisa. 

Em meados dos anos 2010-2020 a Unicamp solicitou e obteve a aprovação do Comitê Interdisciplinar da CAPES para a abertura de um novo Curso de Doutorado. Nos anos subsequentes, surgiram e se adensaram novos desafios representados pela criação de novos cursos e pelo acompanhamento de cursos e grupos de pesquisa em todo o País, pelo envolvimento em trabalhos com grandes bancos de pesquisa, pela interação com parceiros de outros países e outras instituições e pela internacionalização de conhecimentos. No limiar de grandes mudanças ditadas por orientações ideológicas e políticas com forte impacto na distribuição de verbas nas Universidades e em outras instituições públicas e privadas de pesquisa, cabe-nos perguntar qual será o lugar da velhice nos novos cenários da pesquisa e dos cuidados que se delineiam para o futuro?