Qualificações e Defesas

DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO-ALCOÓLICA EM INDIVÍDUOS SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA: IDENTIFICAÇÃO DE MARCADORES DE GRAVIDADE E DESENVOLVIMENTO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÕES

Candidato(a): Carollyne Rodovalho Guerra Carneiro Orientador(a): Everton Cazzo
Mestrado Profissional em Ciência Aplicada à Qualificação Médica
Apresentação de Defesa Data: 12/12/2024, 14:00 hrs. Local: Anfiteatro Pós Graduação - Sala Laranja
Banca avaliadora
Titulares
Everton Cazzo - Presidente
Wilson Rodrigues de Freitas Júnior- Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Luiz Roberto Lopes
Suplentes
Valdir Tercioti Junior - Faculdade de Ciências Médicas
Osvaldo Antonio Prado Castro - Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo

Resumo


Introdução: A doença hepática gordurosa não-alcoólica (DHGNA) compreende um amplo espectro de alterações histopatológicas e um caráter progressivo, com risco de evolução para formas graves, como a cirrose hepática. Dada sua relevância clínica e populacional, a identificação de marcadores bioquímicos e histológicos para a ocorrência de fibrose hepática tem grande importância, por permitir um adequado estadiamento da doença e programação de intervenções. Objetivos: Identificar marcadores clínicos, laboratoriais e histopatológicos associados à esteato-hepatite não-alcoólica (EHNA) e fibrose hepática em indivíduos com obesidade submetidos à cirurgia bariátrica e desenvolver um manual de orientações sobre o papel da cirurgia bariátrica no tratamento da DHGNA. Métodos: Estudo transversal retrospectivo que envolveu 171 indivíduos submetidos a cirurgia bariátrica com biópsia hepática entre janeiro/2018 e novembro/2022. Foram analisados os aspectos clínicos, laboratoriais e histopatológicos. Os participantes foram subdivididos em grupos de acordo com a presença de EHNA detectada histologicamente pelos critérios de Matteoni e de acordo com a gravidade da DHGNA baseado no escore Steatosis-Activity-Fibrosis (SAF). Foram realizadas análises de correlação através de regressão uni e multivariadas entre a intensidade das alterações histopatológicas e o grau de fibrose. Resultados: A média de idade foi de 38,4 anos, com predomínio do sexo feminino (87,7 ). O IMC médio no momento da cirurgia foi de 38 kg/m2. As comorbidades mais observadas foram hipertensão (39,2 ), dislipidemia (14 ) e diabetes tipo 2 (14 ). Os principais achados histopatológicos na biópsia hepática foram esteatose macrovesicular (74,9 ), esteatose microvesicular (17,5 ), balonização hepatocelular (40,4 ), inflamação lobular (34,5 ), inflamação portal (29,2 ) e fibrose (31,6 ). Indivíduos com EHNA apresentaram níveis significativamente mais elevados de ALT (0,03), FALC (0,02) e glicemia (0,02). À análise multivariada, observaram-se associações significativas e independentes entre as intensidades de esteatose microvesicular (R=0,32; p<0,001), inflamação lobular (R=0,41; p<0,001) e níveis de glicemia (R=0,29; p=0,007) com o grau de fibrose hepática. Conclusão:A EHNA se associa a alterações de ALT, FALC e glicemia. Os graus de intensidade de esteatose microvesicular e inflamação lobular e os níveis de glicemia foram preditores independentes do grau da fibrose hepática na DHGNA em indivíduos com obesidade. Dessa forma, essas variáveis são marcadores significativos da progressão da doença para suas formas graves. Foi desenvolvido um manual de orientações e condutas sobre o papel da cirurgia bariátrica e metabólica no tratamento da DHGNA em indivíduos com obesidade.



Candidato(a): Juliana Almerides Pelarini Leal Feitoza Orientador(a): Konradin Metze
Mestrado Profissional em Oncologia
Apresentação de Qualificação Data: 12/12/2024, 14:00 hrs. Local: sala Amarela
Banca avaliadora
Titulares
Konradin Metze - Presidente
Raquel Silveira Bello Stucchi
Eliana Cristina Martins Miranda- Univesidade Estadual de Campinas
Suplentes
Kátia Borgia Barbosa Pagnano - Universidade Estadual de Campinas
Edson Duarte Moreira Junior - Instituto Gonçalo Moniz

Candidato(a): Talita Aparecida Riegas Mendes Orientador(a): Luiz Carlos Zeferino
Mestrado em Tocoginecologia
Apresentação de Qualificação Data: 13/12/2024, 08:00 hrs. Local: Anfiteatro/via remota
Banca avaliadora
Titulares
Luiz Carlos Zeferino - Presidente
Fabrício Palermo Brenelli- Universidade Estadual de Campinas
Júlio César Teixeira- Universidade Estadual de Campinas
Suplentes
Julia Yoriko Shinzato

EFEITO DA VILDAGLIPTINA NA MICROBIOTA INTESTINAL, METABOLÔMICA E INTERLEUCINAS EM PORTADORES DE DIABETES MELITUS TIPO 2

Candidato(a): Juliane Colombo Carrer de Macedo Orientador(a): Mario Jose Abdalla Saad
Doutorado em Fisiopatologia Médica
Apresentação de Defesa Data: 13/12/2024, 08:00 hrs. Local: Sala 06 da Legolandia - FCM - Das 08h às 12h
Banca avaliadora
Titulares
Mario Jose Abdalla Saad - Presidente
Licio Augusto Velloso
Regina Célia Mello Santiago Moisés- Universidade Federal de São Paulo
Carla Roberta de Oliveira Carvalho- ICB - Universidade de São Paulo
Jose Antonio Rocha Gontijo
Suplentes
Alexandre Gabarra de Oliveira - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Daniéla Oliveira Magro - Faculdade de Ciências Médicas
Guilherme Zweig Rocha - Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais - Laboratório Nacional de Biociências

Resumo


A prevalência do Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) tem aumentado de forma alarmante, refletindo uma tendência global preocupante. Aproximadamente 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos são acometidos pelo diabetes em todo mundo. O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes com 16,8 milhões de doentes. Estima-se que, no mundo, o número total de pessoas acometidas pelo diabetes será de 643 milhões até 2030 e 783 milhões até 2045 e diversos fatores contribuem para esses números principalmente o crescimento e envelhecimento populacional, melhora das condições de vida e a evolução no tratamento farmacológico.
Sabe-se que a grande maioria dos pacientes portadores de DM2 não conseguem atingir e manter um controle glicêmico adequado. No Brasil estimase que cerca de 76 dos indivíduos diagnosticados com DM2 permanecem fora
das metas terapêuticas estabelecidas. Essa falta de controle está associada a aumento do risco de complicações e mortalidade prematura, além de representar um grande problema para o sistema de saúde.
O DM2 é uma enfermidade metabólica complexa e crônica e tornou-se um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI. Apesar dos avanços no tratamento, muitos pacientes ainda enfrentam dificuldades no controle glicêmico
e correm o risco de desenvolverem comorbidades graves. Essa realidade ressalta a urgência na adoção de estratégias eficazes e novas terapêuticas para o manejo dessa condição Sabe-se também que a metabolômica se concentra em testar, analisar e estudar quantitativamente metabólitos de pequenas moléculas produzidos pelo corpo. Esta prática está sendo cada vez mais utilizada como uma ferramenta clínica pois fornece informações sobre condições fisiológicas e fisiopatológicas que avaliam o risco de doenças. Isto pode ser facilmente realizado em biofluidos como sangue e urina. Muitos estudos investigaram as mudanças nos biomarcadores em pacientes com DM, contribuindo substancialmente para a compreensão das doenças metabólicas. Desconhecemos o efeito da vildagliptina sobre esses marcadores em pacientes portadores de DM.
Neste contexto, este estudo propõe uma abordagem longitudinal, incluindo avaliações pré e pós a intervenção para investigar os efeitos da Vildagliptina na composição e diversidade da microbiota intestinal, metabolômica e nos níveis de AGCC em pacientes com DM2 e a comparação de outros parâmetros como controle glicêmico, concentração de interleucinas inflamatórias e LPS, um lipopolissacarideo presente na parede celular de bacteriodetes gram negativos e que pode ser fundamental na gênese da resistência insulínica e inflamação.
Espera-se que este estudo contribua para a compreensão mais abrangente dos mecanismos subjacentes dos IDPP4 para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes e personalizadas, com o objetivo mais amplo de deter
e melhorar a evolução de uma doença que cresce descontroladamente em todo o planeta.



FATORES PREDITIVOS DE ÓBITO EM CRIANÇAS CRÍTICAS DURANTE A
PANDEMIA DA COVID-19.

Candidato(a): Ana Luiza Braga de Macedo Lombardi Orientador(a): Ricardo Mendes Pereira
Doutorado em Saúde da Criança e do Adolescente Coorientador(a): Simone Appenzeller
Apresentação de Defesa Data: 13/12/2024, 08:30 hrs. Local: Integralmente remota
Banca avaliadora
Titulares
Simone Appenzeller - Presidente
Monica Corso Pereira
Reinaldo Salomão- UNIFESP
Valdes Roberto Bolella- Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Tiago Henrique de Souza- Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Suplentes
Ana Cristina Gales - Universidade Federal de São Paulo
Eitan Naaman Berezin - Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Maria Francisca Colella Dos Santos

Resumo


RESUMO

Introdução: A pandemia da COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, trouxe desafios sem precedentes para a saúde global. Desde o início da pandemia, os estudos sugerem que, em comparação com os adultos, as crianças apresentam quadros mais leves. No entanto, crianças de todas as idades são sensíveis à COVID-19 e uma pequena proporção desenvolve doença grave que requer admissão em unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP). Na literatura, há relatos de vários fatores de risco associados à infecção grave por COVID-19 e mortalidade em crianças. Entender quais crianças correm maior risco de resultados ruins é fundamental. Neste contexto, este estudo buscou explorar os fatores associados ao risco de óbito em crianças críticas durante a pandemia, com ênfase na análise do papel da COVID-19 como fator preditivo de letalidade.

Métodos: Estudo de coorte retrospectivo prospectivo realizado por revisão de prontuários de todas as crianças com idade entre 29 dias e 14 anos admitidas em uma UTIP referência para crianças com suspeita da COVID-19, localizada no Rio Grande do Norte, Brasil, durante o período de maio de 2020 a outubro de 2021. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética (nº 5.759.202). O modelo estatístico utilizado foi orientado por uma análise exploratória prévia, e a inferência foi condicionada à validação dos modelos subjacentes conforme suas medidas diagnósticas. Posteriormente, a análise focou no papel da COVID-19 como fator de risco para o óbito e na mediação pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Todos os códigos e análises foram desenvolvidos no RStudio.

Resultados: Dentre as 285 crianças internadas na UTIP, 61 (21,4 ) foram diagnosticadas com COVID-19, das quais 19 evoluíram para síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P). As outras 224 crianças (78,6 ) tiveram o diagnóstico de COVID-19 descartado. A análise dos fatores de risco para óbito identificou que o aumento dos níveis de fibrinogênio, tempo de protrombina, D-dímero, ferritina e do número de comorbidades estavam associados a um maior risco de morte. Por outro lado, a redução nos níveis de hemoglobina e contagem de plaquetas também se correlacionou com maior mortalidade. No entanto, a análise de mediação não confirmou que o diagnóstico de COVID-19 era um fator preditivo para o óbito, mesmo quando intermediado pela SIM-P.

Conclusão: Os resultados desta tese oferecem insights importantes sobre a relação entre mortalidade, idade, comorbidades e diversos biomarcadores em crianças durante a pandemia de COVID-19. O achado mais relevante é que o diagnóstico de COVID-19 não aumentou o risco de óbito entre as crianças internadas em UTIP em comparação com outras causas de internação. Mesmo em crianças diagnosticadas com SIM-P, não houve evidência clara de aumento da letalidade devido à COVID-19