Qualificações e Defesas

TRABALHO EM SAÚDE NA APS: GESTÃO, SOFRIMENTO E SENTIDO

Candidato(a): Gabriel Mendes Corrêa da Silva Orientador(a): Ricardo Sparapan Pena
Mestrado Profissional em Saúde Coletiva: Políticas e Gestão em Saúde
Apresentação de Defesa Data: 24/04/2025, 09:00 hrs. Local: FCM - UNICAMP
Banca avaliadora
Titulares
Ricardo Sparapan Pena - Presidente
Silvio Yasui
Henrique Sater De Andrade
Suplentes
Cathana Freitas de Oliveira

Resumo


A presente dissertação investiga a relação entre a organização do trabalho em saúde na Atenção Básica (AB) e as experiências de sofrimento dos trabalhadores, com foco em um município do interior do Rio de Janeiro. Escolheu-se a pesquisa qualitativa através de narrativas baseadas em dois momentos de coleta de dados - entrevistas semiestruturadas e grupos focais - para explorar as dinâmicas entre trabalhadores e as formas de operação da gestão, destacando como a racionalidade gerencial hegemônica impacta a saúde mental e a satisfação no trabalho. Para referencial metodológico propõe-se o uso do Método Paideia como ferramenta para análise de espaços coletivos e gestão compartilhada. Os resultados apontam que o sofrimento, intimamente ligado à alienação dos trabalhadores, decorre de práticas de gestão que priorizam metas e procedimentos em detrimento do diálogo e da singularização do cuidado. Apesar disto, identifica-se resistências nas práticas cotidianas dos trabalhadores, como o desejo por espaços de escuta e a valorização de interações entre sujeitos da rede. Conclui-se que a relação sofrimento gestão perpassa os processos de alienação do trabalho, de não reconhecimento pela gestão central das demandas dos trabalhadores, da distância entre diferentes categorias de trabalhadores e da busca por atender usuários de forma procedimento-centrada, enquanto as resistências à gestão apontam de forma paralela à proposta do Método da Roda de cogestão como um caminho para a mitigação do sofrimento, resgate do sentido do trabalho e humanização da Atenção Básica no SUS.



Candidato(a): Ana Claudia Candido de Oliveira Orientador(a): Ana Carolina Coan
Mestrado em Ciências Médicas
Apresentação de Qualificação Data: 24/04/2025, 09:00 hrs. Local: Anfiteatro da Pós Graduação FCM
Banca avaliadora
Titulares
Ana Carolina Coan - Presidente
Suplentes

Expressão gênica endometrial e sangramento vaginal em usuárias de implante contraceptivo liberador de etonogestrel e de dispositivo intrauterino com levonorgestrel

Candidato(a): Flávia Rocha Torelli Orientador(a): Cassia Raquel Teatin Juliato
Doutorado em Tocoginecologia
Apresentação de Defesa Data: 24/04/2025, 13:30 hrs. Local: Auditório do DTG
Banca avaliadora
Titulares
Cassia Raquel Teatin Juliato - Presidente
Eduardo Leme Alves da Motta
Cristina Laguna Benetti Pinto
Edmund Chada Baracat
Luiz Francisco Cintra Baccaro
Suplentes
Isabel Cristina Esposito Sorpreso
Luiz Gustavo Oliveira Brito
Daniela Angerame Yela Gomes
Jose Maria Soares Junior

Resumo


Introdução: O sangramento vaginal desfavorável é a principal razão de descontinuação em mulheres usuárias de dispositivo intrauterino com levonorgestrel (DIU-LNG) e implantes contraceptivos liberador de etonogestrel (implante-ENG). Objetivo: Associar o perfil de expressão gênica endometrial de mulheres usuárias de DIU-LNG com a presença de sangramento vaginal e implante-ENG com a presença de sangramento vaginal desfavorável. Métodos: Foram incluídas 200 mulheres entre 18 e 45 anos que escolherem como método contraceptivo DIU- 52 mg de LNG (Mirena®) ou implante-ENG (Implanon®) no ambulatório de Planejamento Familiar do Departamento de Tocoginecologia da Unicamp e que estavam sem uso de método hormonal há 3 meses. Estas mulheres foram submetidas a biópsia de endométrio imediatamente antes da inserção dos métodos e foram acompanhadas por 1 ano, com padrão de sangramento. Foram avaliadas a expressão de genes relacionados à inflamação, resposta imune, angiogênese e metaloproteinases (BCL6, BMP6, C3, CCL2, CCL3, CCL4, CCR1, CD40, CXCL1, CXCL9, CXCL10, CXCL12, IL15, IL17A, MMP2, MMP19, SYK, TIMP1, TIMP2, TNFRSF1) e associadas ao padrão de sangramento reportado pelas mulheres. Para analisar a presença de sangramento em uso do DIU- 52 mg de LNG e sangramento desfavorável em uso do implante-ENG, foram realizadas análises de regressão logística simples e múltipla, incluindo os genes analisados. Resultados: Das 100 mulheres que optaram pelo uso do DIU-LNG, 96 completaram 12 meses de acompanhamento. Mulheres com expressão de CXCL9 ≥ 1,5 apresentaram um risco 8,15 vezes de apresentar sangramento vaginal aos 3 meses de uso do DIU-LNG (OR 8,15, IC 95 2,24–29,61, P = 0,001). Aos 12 meses, mulheres com expressão de TIMP1 ≥ 0,943 tiveram 2,74 vezes mais chances de apresentar sangramento (OR 2,74, IC 95 1,08–6,95, P = 0,033). Das 100 mulheres que optaram pelo uso de implantes contraceptivos ENG, 96 e 92 completaram 3 e 12 meses de seguimento respectivamente. Mulheres com menor expressão de CXCL1 < 0,0675 tiveram um risco aumentado em 6,8 vezes de sangramento vaginal desfavorável aos 3 meses (OR 6,8, IC 95 2,21-20,79, p < 0,001), enquanto aquelas com maior expressão de BCL6 > 0,65 (OR 6,0, IC 95 1,53-23,64, p = 0,01) e BMP6 > 3,4 (OR 5,1, IC 95 1,61-15,83, p = 0,006) tiveram riscos aumentados em 6,0 e 5,1 vezes, respectivamente. No acompanhamento de 12 meses, mulheres com expressão de CXCL1 < 0,158 tiveram um risco aumentado em 5,37 vezes de sangramento vaginal desfavorável (OR 5,37, IC 95 1,63 - 17,73, p=0,006). Conclusão: Usuárias do DIU-LNG 52 mg com expressão relativa elevada de CXCL9 tiveram risco aumentado de sangramento vaginal aos 3 meses e as com expressão elevada de TIMP1 tiveram maior probabilidade de sangramento vaginal aos 12 meses. Além disso, usuárias de implantes contraceptivos ENG com expressão elevada de BCL6 e BMP6 apresentaram um risco maior de sangramento vaginal aos 3 meses. A redução na expressão de CXCL1 foi associada a um risco elevado de sangramento nos acompanhamentos de 3 e 12 meses.

Palavras-chaves: dispositivos intrauterinos hormonais, implantes contraceptivos liberadores de etonogestrel, sangramento vaginal, expressão gênica, endométrio.



VETORES DA DOENÇA DE CHAGAS COMO POTENCIAIS TRANSMISSORES DE Bartonella spp.

Candidato(a): Luciene Silva dos Santos Orientador(a): Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho
Doutorado em Clínica Médica Coorientador(a): Marina Rovani Drummond
Apresentação de Defesa Data: 25/04/2025, 14:00 hrs. Local: Auditório da pós-graduação
Banca avaliadora
Titulares
Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho - Presidente
Renan Bressianini do Amaral- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Rovilson Gilioli
Luiz Claudio Martins
Kaio Cesar Chaboli Alevi- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP
Suplentes
Ananda Müller Pereira - Ross University School of Veterinary Medicine
Jackeline Monsalve Lara - Universidade Estadual de Campinas
Elaine Folly Ramos - Universidade Federal da Paraíba
Elisa Nunes Secamilli - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade Estadual de Campinas
Andrea Fernandes Eloy Da Costa Franca

Resumo


As bartoneloses são doenças potencialmente fatais causadas por bactérias do gênero Bartonella. Estas bactérias infectam diversos animais, incluindo os seres humanos, e sua transmissão está comumente vinculada a vetores hematófagos, tais como pulgas, piolhos, mosquitos e carrapatos. Recentemente, fora do Brasil, o DNA de Bartonella spp. foi identificado em triatomíneos, vetores da doença de Chagas. Diante da possível competência vetorial de triatomíneos na transmissão de Bartonella henselae, foram conduzidos estudos com os seguintes objetivos: (1) avaliar a ocorrência de DNA de B. henselae e Trypanossoma cruzi em Triatoma sordida coletados em campo em áreas peridomiciliares de município brasileiro; (2) investigar a possibilidade da infecção pela mesma bactéria em Rhodnius prolixus mantidos em insetário; (3) avaliar a ocorrência do DNA de B. henselae em amostras sanguíneas de patos (Cairina moschata) usados na alimentação dos insetos e (4) a ocorrência em dez diferentes tecidos de camundongos BALB/c obtidos em um Centro de Bioterismo acreditado internacionalmente (que se pretendia utilizar para avaliar o potencial vetorial de triatomas experimentalmente infectados com B. henselae). O outro objetivo foi (5) desenhar um controle sintético para diminuir a contaminação cruzada na PCR nested visando o gene fstZ usado nas amostras de triatomíneos silvestres. Também foi usada em triatomíneos de campo e de insetário a PCR em tempo real qualitativa visando o gene gltA, que, como a nested, é específica para B. henselae. Para avaliar a presença de T. cruzi nos insetos coletados em campo foi realizada PCR convencional visando o kDNA. Nas amostras dos patos, a pesquisa do DNA de B. henselae se deu utilizando culturas líquida e sólida e a PCR nested. Nas amostras dos camundongos utilizaram-se as reações nested, em tempo real e ainda uma convencional visando também o gene gltA. Como resultado o controle sintético desenhado para a PCR nested mostrou-se eficaz; dos 81 indivíduos T. sordida silvestres, 23 (28,4 ) apresentaram detecção do DNA de B. henselae e nenhuma amostra apresentou detecção para o DNA de T. cruzi; dos 84 indivíduos R. prolixus pesquisados do insetário, o DNA da bactéria foi detectado em quatro (4,8 ) deles. Ainda, a presença de DNA bacteriano foi detectada no sangue de nove dos dez (90 ) patos analisados e entre os BALB/c, todos os dez animais (100 ) apresentaram detecção do DNA do B. henselae em pelo menos dois tecidos. Os resultados indicam a primeira detecção de B. henselae em T. sordida silvestres, R. prolixus de insetário, C. moschata e camundongos BALB/c de biotério. A elevada taxa de positividade em T. sordida sugere uma forte associação entre esses insetos e a bactéria. Da mesma forma, a alta detecção em patos indica que esses animais podem atuar como reservatórios e fonte de infecção para R. prolixus. A identificação de B. henselae em camundongos BALB/c, amplamente utilizados em pesquisas biomédicas, ressalta a necessidade de novos estudos em linhagens de laboratório. Os achados reforçam a importância de investigar o potencial vetorial dos triatomíneos na transmissão de B. henselae.



Candidato(a): Thaís Traina Jorge Orientador(a): Susan Elisabeth Domingues Costa Jorge
Mestrado em Ciências Médicas
Apresentação de Qualificação Data: 30/04/2025, 09:30 hrs. Local: Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
Banca avaliadora
Titulares
Erich Vinicius De Paula - Presidente
Angela Maria Moraes
Bruno Deltreggia Benites- Centro de Hematologia e Hemoterapia da Unicamp
Suplentes
Eder De Carvalho Pincinato
Guilherme Rossi Assis De Mendonca