Resumo
Introdução: Estudos anteriores envolvendo ducto deferente isolado de humano e de Rattus norvegicus (rato) demonstraram a liberação de 6-nitrodopamina (6-ND) e a sua ação como um modulador endógeno da contratilidade deste tecido. Visto que esse endógeno se apresenta em humanos e é pouco discutido pela comunidade científica, mais dados necessitam ser gerados para se obter um melhor entendimento de seu papel no organismo. Objetivos: Portanto, o presente trabalho propõe avaliar se a vesícula seminal isolada de rato também apresenta liberação basal de 6-ND, os mecanismos envolvidos na liberação desta catecolamina e a sua ação na capacidade contrátil do tecido. Métodos: Vesículas seminais passaram por avaliação da liberação basal de 6-ND, dopamina, noradrenalina e adrenalina através de um processo LC-MS/MS. Avaliou-se também a liberação basal na ausência e presença do inibidor de óxido nítrico L-NAME, bloqueador de canais de sódio voltagem-dependente tetrodotoxina (TTX), inibidor da NADPH oxidase NOX1/4 GKT137831 e peróxido de hidrogênio através do mesmo processo LC-MS/MS. Nos estudos funcionais, avaliou-se a contração induzida por 6-nitrodopamina, dopamina, noradrenalina e adrenalina neste tecido, na ausência e presença de 6-nitrodopamina, dopamina, noradrenalina e adrenalina em diferentes concentrações como agentes potencializadores da contração, o efeito da TTX na contração, além do L-NAME e da presença e ausência do epitélio nas contrações induzidas por estímulo elétrico. A expressão de tirosina hidroxilase foi investigada por imunohistoquímica e hibridização “in situ” fluorescente. Resultados: A 6-nitrodopamina foi a catecolamina mais liberada, quando comparada com noradrenalina, adrenalina e dopamina. Pré-incubação com L-NAME reduziu apenas a liberação de 6-ND e a pré-incubação de GKT137831 ou peróxido de hidrogênio causou aumento seletivo na liberação de 6-ND. Pré-incubação com tetrodotoxina não afetou a liberação das catecolaminas. Todas as catecolaminas produziram contrações concentração-dependente em vesícula seminal de rato, porém a 6-ND se apresentou menos potente que as outras catecolaminas. Já em baixa concentração, a 6-ND potencializou significativamente as contrações induzidas por noradrenalina, adrenalina e dopamina, fator que não foi observado na presença de tetrodotoxina. Imuno-histoquímica e hibridização “in situ” fluorescente revelou a presença e a expressão de tirosina hidroxilase nas células epiteliais de vesícula seminal de rato. Conclusão: Essa é a primeira demonstração da liberação de 6-nitrodopamina em vesícula seminal de rato e os resultados indicam que a 6-ND liberada pelo epitélio modula a contratilidade da vesícula seminal isolada de rato.
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