Em um país com dimensões continentais, com uma ampla história de colonialismo, escravidão e desigualdades sociais que permeiam até os dias de hoje como o Brasil, é razoável a presunção de que existam diversas populações distintas com demandas também distintas. Entretanto, ao observar o ensino, em especial na área da saúde, percebe-se uma ementa majoritariamente criada e voltada a uma só população. No Brasil, segundo o IBGE, 56,10% da população é autodeclarada negra (preta ou parda), ainda assim a maioria de nossos protocolos, índices e preceitos relacionados a doenças e promoção de saúde são voltadas à população branca. Uma das formas de diminuir essa discrepância histórica perpassada por um caminho de racismo e opressão, é incentivar que pessoas pretas acessem os espaços de criação e ciência, onde possa existir um olhar voltado aos seus e isso começa por nós, estudantes.
A Liga Acadêmica de Saúde da População Negra (LASPNE) foi criada no ano de 2021, com o objetivo de aprender sobre temáticas dessa população, cujas pesquisas são escassas no território brasileiro, e proporcionar conhecimento sobre o assunto para a comunidade interna e externa. Os temas abordados, de amplo modo, estarão vinculados ao quadro de saúde geral e social da população negra, bem como: saúde mental, determinantes sociais na saúde, promoção e prevenção à saúde, entre outros.