A escalada de violência em bairros e comunidades têm trazido imensa repercussão psicossocial para suas vítimas e pessoas próximas. Muitas dessas pessoas recusam procurar ajuda no próprio bairro por medo de represálias e ou de estigmatização. Por outro lado, existe uma carência de dispositivos para a realização desse cuidado, assim como faltam evidências sobre a efetividade de diferentes abordagens terapêuticas.
O ambiente universitário mostra-se fértil para o desenvolvimento de tecnologias, porém os grandes Hospitais Universitários (HUs) encontram-se comumente muito pouco articulados à rede de serviços municipais e às demandas sociais de sua própria área de cobertura. Torna-se importante que as ofertas desenvolvidas pelos HUs possam ser articuladas desde seu planejamento com o gestor do SUS local.
O presente estudo caracteriza uma pesquisa de implementação, com um componente avaliativo quase experimental, para desenhar de maneira participativa e ascendente, implantar, e posteriormente avaliar um novo serviço de assistência psicossocial às vítimas de violência de um distrito sanitário de uma grande cidade brasileira.
O controle das condições de planejamento, implementação e avaliação permitirá apontar uma nova tecnologia de cuidado, adequada à realidade das grandes cidades brasileiras e aos aspectos culturais e psicossociais da população alvo. Espera-se também propiciar uma experiência efetiva de integração do cuidado entre os vários níveis de atenção da rede de saúde local.