Psicanálise Leiga e Seus Destinos

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PSICANÁLISE LEIGA E SEUS DESTINOS

Entre a arte e a política

 

Data: 14, 15 e 16 de abril de 2014

Local: BOATE 701 DO CLUBE MONTE LÍBANO. 
AV. BORGES DE MEDEIROS, 701, LEBLON, RIO DE JANEIRO, RJ

 

                                     

Em tempos onde a globalização clama pela regulamentação de tudo e estende seus tentáculos por toda a parte, trazendo efeitos nefastos para o exercício da psicanálise, como se pode verificar na Itália, na Áustria, na Alemanha, dentre outros países, aqui no Brasil, temos que estar vigilantes. Todo o tempo corremos o risco de sermos capturados por propostas indecentes, que ganham a roupagem de Projetos de lei que têm por objetivo a pasteurização terapêutica visando a normatização do sujeito e a medicalização do social.

A questão da independência da psicanálise em relação aos outros saberes, e mais especificamente, em relação ao saber médico, denominada por Freud em 1926 como “psicanálise leiga”, para defender a prática da psicanálise por não-médicos, teve como mote a proibição em 1925,  pelo Conselho Municipal de Viena, sofrida por Theodor Reik, membro não-médico da Sociedade Psicanalítica de Viena, de praticar a psicanálise. Tal processo, embora tenha sido anulado, levantou uma discussão que não cansa de se reinscrever, revelando a tentativa de diversos campos, não apenas o médico, mas também o religioso e o psicológico, de subsumirem a psicanálise a seus domínios.

O fato da prática psicanalítica não estar sustentada por um conselho profissional que a regulamente com códigos e normas de conduta não se dá por arrogância. Trata-se da impossibilidade de se aferir objetivamente o condicionante principal da formação de um psicanalista, que é seu próprio tratamento psicanalítico, cuja efetividade não se resume a frequentar o consultório de um analista por um tempo, mas implica a dimensão experiencial do surgimento de variáveis imponderáveis do desejo que comprometem um sujeito com a escolha desse ofício.

A complexidade dessa questão, além da exigência de estudos teóricos e supervisão de seu trabalho clínico por um analista mais experiente, revela que não há protocolo geral que possa suprir as exigências de sustentação dos singulares princípios éticos que norteiam a prática da psicanálise.  Pois nela somos convocados todo o tempo a não suturar o hiato existente entre o plano ideal e a inevitável “queda na real” e a nos sustentarmos, paradoxalmente, na falta de garantias e naquilo que podemos fazer com isso.

Vale lembrar que a sustentação desses princípios, pautados pela singularidade da ética da psicanálise exilada do alento da visada idealizante do Bem Supremo, não exime o psicanalista do compromisso com seu tempo, e com os discursos, produções e ideais que lhe são inerentes. Muito pelo contrário, o caráter crítico da psicanálise, que condiciona sua própria pestilência e no qual é gestado todo seu poder de transformação, a compromete a estabelecer conexões com quase todos os campos do saber, fecundando e sendo fecundada por eles.

Se não há pré-requisitos de formação médica, psicológica, ou algo do gênero para a formação de um psicanalista, isso não significa que não haja pré-condições para o seu exercício – a mais importante das quais, destacada por Freud, é o compromisso com a investigação, com o desejo incansável de saber, que nesse campo coincide com a própria potência terapêutica da psicanálise, exigindo uma constante conexão com outras áreas do saber.

No IV Colóquio Internacional do Corpo Freudiano, destacaremos a conexão da psicanálise com a arte e a política, na medida em que, coincidentemente, esses campos são pautados por um saber que se rege pelo ato e não pela academia.  Leigos, cada um, a seu modo, são convocados a um ato criador, que não lhes vem nem pela casta, nem pelo conhecimento universitário ou muito menos por alguma Escola Superior.

Psicanalistas, artistas e políticos, por um processo de passagem, peculiar a cada um deles, e que necessariamente os implica subjetivamente, assumem ofícios que não dependem do reconhecimento oficial ou institucional. São, portanto leigos, necessariamente. Entretanto, por isso mesmo, tais ofícios demandam a ousadia da criação, o endereçamento a um saber que escapa ao conhecimento porque se encontra no real. Como tem sido sustentado o rigor dessa empreitada de, na criação, sair da mesmice e acolher a Alteridade – ou como se tem declinado dela –, é uma das questões que contemplaremos em nosso IV Colóquio. Convidamos a todos a se engajarem nessa nossa manifestação, munidos com os recursos pertinentes a suas áreas.

Para abrilhantar ainda mais esse nosso encontro, contaremos com a participação de psicanalistas, políticos e artistas reconhecidos nacional e internacionalmente, dos quais destacamos particularmente a presença sempre instigante e enriquecedora dos nossos convidados internacionais: Alain Didier-Weill, Catherine Kolko, Jacques Barbier, Jean-Michel VivèsNora Markman e Paolo Lollo, da França, e Paola Mieli, dos Estados Unidos. O programa completo será divulgado em breve.

Esperamos poder compartilhar pesquisas, ideias, experiências, contatos e momentos de fruição artística. Esperamos por você.

Comissão organizadora: Denise Maurano, Heloneida Neri, Marco Antonio Coutinho Jorge, Maria Ormy Moraes Madeira, Patrick Werner dos Anjos.

 

 


 

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Até 15 de fevereiro | R$ 250,00
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Profissionais

Até 15 de fevereiro | R$ 350,00
Até 10 de março | R$ 400,00
A partir de 11 de março | R$ 450,00

 

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