Células envolvidas na resposta imune
Nos animais vertebrados a resposta imune é dicotômica (humoral e celular). O aparelho celular, que é base do processo imune é constituido essencialmente por células do sistema hematopoético:
os linfócitos que se distinguem em 02 grupos de populações chamados linfócitos T e B e diversas célula auxiliares não linfóides tendo como o mais importante os macrófagos. Essas tres populações celulares estão implicadas na resposta imune e na tolerância.
Ontogenese das células sanguineas dos vertebrados superiores
(Esquema simplificado)
1) Macrofagos:
Os macrófagos possuim em sua membrana receptores específicos com o fragmento Fc de imunoglobulinas e pelo composto C3 do complemento e não possuem receptores específicos para os antígenos. O papel dos macrófagos na resposta imune é vital pois quando ocorre a depleção do macrófagos existe a diminuição da resposta imune. Isso se deve ao fato dos macrófagos serem grandes apresentadores de antígenos (APC) além é claro de sua cooperação na resposta imune natural com a destruição de microrganismo inespecificamente.
2) Linfócitos:
A aparente semelhança morfológica do linfócitos não demonstra sua extrema heterogeneidade. Isso constitui um importante obstáculo para uma compreensão aprofundada de suas funções, de sua regulação e da natureza química das substâncias por eles secretadas. A origem dessa diversidade depende de alguns fatores:
(1) Diferenciação em linhagens celulares distintas, representados por linfócitos B e T e suas Sub-populações.
(2) Heterogeneidade de estados funcionais (células em repouso ou ativadas, células memórias e efetoras)
(3) Heterogeneidade da especificidade molecular dos receptores induvidualmente expressos sobre células distinta.
O nome especificidade molecular distinta exprimido pelos receptores linfócitários é da ordem de dez milhões (Paul et al. Nature, 1981, 294:697). Desses dois tipos celulares pode-se estimar que existam aproximadamente 108 tipos de linfócitos diferentes sendo que a população global é de 1012 linfócitos em um homem adulto. É evidente que o estudo da especificidade de um linfócito é impossível. A abordagem experimental possível está no estudo da população de uma classe particular seleciona por diferentes meios de ativação, por estímulo policlonal como por lecitina ou certos produtos bacterianos separados por ação física ( trituração de células) ou imunológicas (onde são fixados anticorpos específicos de marcadores antigênicos).
Os linfócitos T e B portanto possuim em sua membrana receptores que demonstram um grau de especificidade de reconhecimento por um antígeno, similar ao encontrado nos anticorpos séricos. As célula B possuim como receptores de imunoglobulinas pertencentes seja ao isotipo m , seja d . A caracterização química dos receptores das células T é mais complicadas. Estudos recentes indicam que as moléculas são diferentes das imunoglobulinas, porem possuem idiotipos de partes variadas de imunoglobulinas.
Os linfócitos T são divididos em sub-populações especializadas, cada uma com um papel essencial na regulação da resposta imune (produção de anticorpos e células citotóxicas). Os linfócitos T helper podem amplificar e regular a resposta imune e os linfócitos T supressores inibem. Toda maturação dos linfócitos T (apresentação de receptores, diferenciação e seleclonal clonal) ocorre no timo, onde o contato das células imaturas com o epitélio especializado produz hormonios tímicos (isolado na França por J.F.Bach et al) que induzem a diferenciação.