A gestação é um fenômeno fisiológico e, por isso mesmo, sua evolução costuma ocorrer sem intercorrências na maior parte dos casos. Contudo, uma parcela de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença ou sofrerem algum agravo, apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto quanto para a mãe: é o chamado grupo de “gestantes de alto risco” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
Caldeyro-Barcia (1973) define Gestação de Alto Risco como aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada. Os fatores de risco gestacional podem ser identificados no decorrer da assistência pré-natal e, conforme acompanhamento da evolução, deve ser indicada assistência com tecnologia mais complexa do que comumente ocorre na assistência pré-natal de baixo risco.
De acordo com o Manual Técnico Gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde (2010), nestes casos, a decisão sobre via de parto e o momento ideal para este evento mobiliza fortemente profissionais e usuários. Recomenda-se que a decisão seja tomada de acordo com cada caso e é fundamental o esclarecimento da gestante e sua família, garantindo a sua participação no processo decisório.