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AUTORES: Alóide Ladeia Guimarães, Andre Eduardo Mei, Julio César Gonçalves Trabanco, Lilian Thiago Montanha,
PALAVRA-CHAVE: interprofissionalidade, cuidado integral, metodologias ativas
QUAL PROBLEMA FOI ABORDADO?
Os profissionais ingressantes nos programas de residência multiprofissional em saúde vêm de distintas realidades e vivências, sendo que a maioria se formou recentemente e tem pouca experiência de trabalho em equipe. Em muitos casos, a formação priorizou apenas ações dentro do próprio núcleo profissional, não estimulando o desenvolvimento de ações colaborativas. Como consequência, observa-se uma limitação na oferta de cuidado abrangente e integral, promovido de forma interprofissional. Neste sentido, o trabalho do tutor e preceptor visa promover além do fortalecimento do núcleo profissional, a ampliação da visão quanto ao trabalho em equipe e em rede de cuidado.
O QUE FOI TENTADO?
O programa de Residência Multiprofissional tem por objetivo formar profissionais de saúde com perfil crítico-reflexivo, por meio da prática interdisciplinar em serviço para atuação no SUS. São previstas estratégias como preceptoria e tutoria de campo em todos os cenários de prática de formação, possibilitando discussão sobre o cotidiano entre profissionais de diferentes núcleos, explorando lacunas individuais e coletivas na formação e as necessidades dos usuários da rede de atenção, favorecendo a formação. Os cenários de prática podem desenvolver estratégias próprias, como visitas técnicas em dispositivos da rede, elaboração de ações a partir de linhas de cuidado e inserção dos residentes na arena da interprofissionalidade, por meio de discussão de casos, grupos e construção de projetos de cuidado. O programa tem currículo organizado por eixos orientadores e atividades formativas, com ênfase em metodologias ativas de ensino-aprendizagem, pautado em modelos que incentivem a prática interprofissional e ação colaborativa, promovendo a transdisciplinaridade.
QUE LIÇÕES FORAM APRENDIDAS?
No decorrer da prática de tutoria de campo e preceptoria tem sido possível desmistificar a inter e a transdisciplinaridade, tornando estes conceitos mais concretos e factíveis, por meio do trabalho interprofissional. Ademais, considera-se essencial ter vivências reais no cotidiano do cuidado, uma vez que a prática e a clínica têm a potência de ilustrar e ensinar sobre o que está entre, através e além das disciplinas. Em relação aos espaços de preceptoria e tutoria de campo, o que podemos colocar como principal aspecto nesta análise é o que tange à riqueza do trabalho em equipe. Por meio da residência os profissionais transitam em vários cenários de práticas de formação no SUS, se relacionando com usuários, equipes e gestão local, preceptores, tutores e docentes, o que contribui para que eles conheçam e aprendam a valorizar os saberes locais, assim como os acadêmicos, bem como vivenciam práticas diversificadas, buscando qualificá-las e transformá-las coletivamente. Nos espaços de preceptoria e tutoria de campo, estas vivências são colocadas em processo de análise e reflexão, promovendo ressignificação e aprendizado. A proposta de formação do profissional residente no cotidiano das atividades nas unidades de saúde promove um olhar dinâmico, porém é nos espaços destacados de preceptoria e tutoria, que ele digere, reflete e se debruça de maneira mais crítica, não apenas no conceito, mas nas sutilezas e mazelas das práticas.
REFERÊNCIAS: CAMPINAS. Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família. Projeto Pedagógico. 2022. Disponível em https://saude.campinas.sp.gov.br/programas/residencia_multiprofissional_AB/Projeto_Pedagogico_PRMS_AB_SF.pdf. Acessado em 26/04/2023 CETRANS. Carta da Transdisciplinaridade. Disponível em http://cetrans.com.br/assets/docs/CARTA-DA-TRANSDISCIPLINARIDADE1.pdf, Acessado em 20/04/2023. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Marco para ação em educação interprofissional e prática colaborativa. Genebra: OMS, 2010. PEDUZZI M, AGRELI HF. Teamwork and collaborative practice in Primary Health Care. Interface (Botucatu). 2018; 22(Supl. 2):1525-34.
AGRADECIMENTOS: Aos usuários do SUS, que participam do processo de formação dos profissionais residentes; Aos residentes que nos possibilitam revisar nossos conhecimentos e práticas, no exercício da preceptoria, tutoria e docência. Aos trabalhadores das unidades, que se constituem como cenários de prática de formação, por contribuir cotidianamente no processo formativo dos residentes.
ESTE TRABALHO FOI APROVADO PELO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)? Não se aplica
EIXO TEMÁTICO: EIXO 3 - Ensino interprofissional e ações de inclusão