I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO NA SAÚDE - 2023



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MOTIVAÇÕES E DIFICULDADES PARA REALIZAR ATIVIDADES EXTRACURRICULARES DURANTE A FORMAÇÃO MÉDICA: UMA PERSPECTIVA DISCENTE



AUTORES: Dayanne de Aguiar Viana , Jade Rodrigues Santos , Natália Machado Oliveira , Rodrigo Francisco de Jesus, Luiz Fernando Quintanilha, Katia de Miranda Avena,

PALAVRA-CHAVE: Currículo; Educação Médica; Estudantes de Medicina; Motivação.




RESUMO

INTRODUÇÃO: O processo de aprendizagem e formação profissional possui estreita relação com as escolhas acadêmicas dos estudantes. Neste cenário, a realização de atividades extracurriculares pode contribuir no desenvolvimento de habilidades e competências profissionais, favorecendo as trilhas de formação. Levando-se em conta que as escolhas para a realização dessas atividades se dão por questões motivacionais abrangentes, torna-se relevante compreender as necessidades e demandas que as envolvem. Sendo assim, o presente estudo verificou as motivações e dificuldades dos estudantes de Medicina para realizar atividades extracurriculares ao longo de sua formação acadêmica, considerando as variáveis sociodemográficas e acadêmicas dos mesmos.

MÉTODOS E MATERAIS: Foi realizado um estudo observacional, transversal, com metodologia quanti-qualitativa, incluindo estudantes dos ciclos básico e clínico do curso de Medicina de instituições privadas em Salvador, Bahia. Utilizou-se uma amostra não probabilística, recrutada pelo método snowball. Foi aplicado um questionário on-line, anônimo, semiestruturado, contendo perguntas acerca do perfil sociodemográfico, familiar e acadêmico dos estudantes, bem como sobre a prática de atividades extracurriculares, suas dificuldades e motivações. A associação entre as variáveis categóricas foi realizada através do teste Qui-quadrado, sendo considerados valores de p<0,05 como estatisticamente significativos. Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin para o tratamento dos dados qualitativos. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CAAE: 57511922.5.0000.5032).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Participaram do estudo 221 acadêmicos com idade de 27,5+/-7,8 anos, predominantemente mulheres (69,7%), solteiros (73,8%), sem filhos (79,2%), que não possuem graduação prévia (50,2%) e que mantém dedicação exclusiva aos estudos (67,0%). Observou-se que 82,8% dos participantes realizam atividades extracurriculares, sendo maior a prevalência de atividades desportivas (44,8%), palestras e seminários científicos (39,4%), atividades artísticas e culturais (33,5%), e participação em iniciação científica (28,1%). Dentre os participantes que realizam atividades extracurriculares, a carga horária dispendida foi de 6,0 horas/semanais [IC95% 2,0-13,5 horas/semanais], sendo os estágios extracurriculares os que demandaram a maior carga horária de dedicação (4,0 [3,0-8,0] horas/semanais). Os estudantes que não possuem filhos (p=0,033) e sem dependentes financeiros (p=0,041) realizam mais frequentemente atividades extracurriculares. Não houve diferença estatisticamente significativa em relação ao gênero, estado civil e graduação prévia. Dentre as motivações para realizar atividades extracurriculares, as mais frequentemente relatadas estão relacionadas ao aprimoramento curricular e aperfeiçoamento de habilidades e competências profissionais. Já as dificuldades apontadas estão associadas a questões que envolvem gestão do tempo e adaptação à rotina acadêmica. Frente ao exposto, é possível concluir que é alta a prevalência de atividades extracurriculares realizadas por estudantes de Medicina, estando estas majoritariamente vinculadas a atividades desportivas, científicas e culturais. Diante do interesse no aprimoramento curricular e aperfeiçoamento de competências e habilidades, a dificuldade no gerenciamento do tempo e adaptação à rotina acadêmica representam os principais obstáculos identificados pelos estudantes. Reconhecer esses antagonistas à trajetória acadêmica pode auxiliar na mudança de hábitos, atitudes e comportamentos, de maneira a aproveitar as oportunidades, sem que haja prejuízos na produtividade, qualidade de vida e desempenho acadêmico.


REFERÊNCIAS: Ferreira IG, Carreira LB, Botelho NM, Souza LEA. Atividades extracurriculares e formação médica: diversidade e flexibilidade curricular. Interdisciplinary Journal of Health Education. 2016;1(2):114-124. Nikkar-Esfahani A, Jamjoom AA, Fitzgerald JEF. Extracurricular participation in research and audit by medical students: opportunities, obstacles, motivation and outcomes. Med Teach. 2012;34(5):317-24. Roulin N, Bangerter A. Extracurricular activities in young applicants’ resumes: what are the motives behind their involvement? Int J Psychol. 2013;48(5):871-80.



ESTE TRABALHO FOI APROVADO PELO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)? Sim


EIXO TEMÁTICO: EIXO 4 - Engajamento estudantil e desenvolvimento discente