I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO NA SAÚDE - 2023



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FORMACAO E DESENVOLVIMENTO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO EM SAUDE: FRAGILIDADES E FORTALEZAS



AUTORES: Luiz Fernando Quintanilha,

PALAVRA-CHAVE: docentes; educação em saúde; ensino superior; pessoal de saúde.




RESUMO

INTRODUÇÃO: A pandemia escancarou a necessidade de discutirmos com profundidade a qualidade da formação em Saúde no País, destacando-se o papel central do professor nesse processo. As recentes mudanças na práxis docente, incluindo as metodologias ativas, o incremento de tecnologias, a virtualização do trabalho e as características da nova geração de estudantes exigem do professor conhecimento, capacitação e adaptabilidade. Neste contexto, será que os professores atualmente em atividade na educação superior em Saúde no País estão preparados para todas essas mudanças? Nesse âmbito, o objetivo deste artigo foi investigar a formação e a atividade docentes no ensino superior em Saúde, considerando perfil, engajamento e principais percepções profissionais.

MÉTODOS E MATERAIS: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, de abordagem descritiva e analítica, que investigou a capacitação didático-pedagógica e as percepções da atividade docente de 223 professores do ensino superior em Saúde de todo o Brasil. Foram incluídos no estudo professores de cursos de Saúde de centros universitários ou universidades com pelo menos cinco cursos nessa área autorizados ou reconhecidos pelo MEC. Os docentes foram convidados a preencher um formulário virtual, semiestruturado contendo questões sociodemográficas de única escolha e de percepções, utilizando a escala Likert com cinco níveis de respostas, sendo considerados três estratos – concordância (total ou parcial), indiferença e discordância (total ou parcial). Foram realizadas análises das frequências das respostas e, para os dados categorizados, foi aplicado o teste Qui-quadrado para observar diferenças do padrão de respostas dadas pelos professores. Foi considerado um erro alfa de 5% nas análises, o que corresponde a um valor de p<0.05 para denotar significância estatística de uma associação e/ou comparação. O presente trabalho está em consonância com a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre os professores avaliados, a maioria considera sua função docente como principal (71,30%), afirma conhecer as Diretrizes Curriculares Nacionais dos seus respectivos cursos de atuação (91,48%) e relata familiaridade com os elementos relacionados ao corpo docente presentes nos documentos de avaliação de curso e institucionais (83,41%). Embora declarem, notadamente os profissionais da rede privada (89,8% versus 73,08% da rede pública, (p<0.001), que suas instituições possuem adequada infraestrutura, há um relativo descontentamento no tocante à remuneração, especialmente entre profissionais com formação original em Medicina (59,57% versus 34,88% em outras formações, p=0.001). No contexto de virtualização do trabalho docente, 85,20% afirmam utilizar ferramentas tecnológicas e 69,06% se sentem aptos para atuar no ensino remoto, bem como 58,74% o consideram eficaz. Este estudo lança luz sobre um tema ainda pouco explorado no País, mas que representa grande impacto na qualidade da formação de profissionais de saúde brasileiros


REFERÊNCIAS: FELDEN, E. L. Desenvolvimento profissional docente: desafios e tensionamentos na educação superior na perspectiva de coordenadores de área. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, DF, v. 98, n. 250, p. 747-763, set./dez. 2017. LOCATELLI, C. Os professores no ensino superior brasileiro: transformações do trabalho docente na última década. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, DF, v. 98, n. 248, p. 77-93, jan./abr. 2017 QUINTANILHA, L. F.; FARIAS, C. S. S.; ANDRADE, B. B. Formação e envolvimento pedagógico entre docentes do ensino superior em Saúde: uma análise dos cursos médicos. Revista Internacional de Educação Superior, Campinas, v. 7, e021026, 2021.

AGRADECIMENTOS: A Mariana Araújo Pereira, Bruno Bezerril Andrade e Evelise Maria Labatut Portilho pelas contribuições.



ESTE TRABALHO FOI APROVADO PELO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)? Sim


EIXO TEMÁTICO: EIXO 1 - Desenvolvimento Docente