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AUTORES: Matheus Santarosa Cassiano, Francisco Praxedes Longhi Zanetti, Silvia Maria Riceto Ronchim, Nelio Neves Veiga Júnior, Angélica Maria Bicudo, Eloísa Helena Rubello Valler Céleri,
PALAVRA-CHAVE: transtornos mentais, psiquiatria, educação médica, avaliação.
INTRODUÇÃO: Os transtornos mentais podem acometer 25% da população ao longo da vida. Para a formação do médico generalista, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Medicina, a saúde mental é considerada uma das seis grandes áreas que devem ser contempladas no projeto pedagógico ao longo do curso de graduação. O Teste de Progresso (TP) é uma ferramenta na garantia de qualidade na avaliação formativa e seriada do estudante de medicina. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de questões em Saúde Mental no TP e comparar com a prevalência dos transtornos mentais na atenção primária à saúde (APS).
MÉTODOS E MATERAIS: Foram selecionadas 27 questões das provas aplicadas entre os anos de 2012 a 2022 para um consórcio de dez escolas médicas brasileiras, de acordo com as Matrizes de Conteúdo do TP: 21 na área de Clínica Médica (distúrbios psiquiátricos; alcoolismo e drogadição); 2 em Pediatria (doenças e síndromes neurológicas e diagnósticos diferenciais); 2 em Ciências Básicas (mecanismo de ação e efeitos colaterais de fármacos no sistema nervoso central); 2 em Saúde Coletiva (ética e biótica; principais enfermidades em atenção primária à saúde). Todas as questões foram classificadas segundo as categorias diagnósticas da revisão da quinta edição do Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V-TR), além de determinados seus respectivos índices de dificuldade, baseados no desempenho dos alunos do sexto ano, e de discriminação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período, 2,05% das questões corresponderam aos temas em saúde mental: 6 (22,2%) em transtornos do espectro da esquizofrenia, 6 (22,2%) transtornos relacionados ao uso de substâncias, 4 (14,8%) em transtornos depressivos, 1 (3,7%) transtornos bipolares, 2 (7,4%) transtornos do neurodesenvolvimento, 2 (7,4%) transtornos de ansiedade, 3 (11,1%) transtorno neurocognitivo maior, 1 (3,7%) transtorno do estresse pós-traumático, 2 (7,4%) delirium. Nos índice de dificuldade e discriminação, as questões alcançaram média de 0,368 (0,05-0,72) e 0,334 (0,05-0,55), respectivamente. Discussão: No contexto da atenção primária à saúde, a prevalência de morbidade psiquiátrica varia entre 46 e 56%, principalmente transtornos mentais comuns (TMC), como depressão (25.7%) e ansiedade (38.9%). Há disparidade entre a prevalência destes transtornos na população e os conteúdos abordados nas questões, assim como uma baixa proporção de questões em Psiquiatria no TP e uma representação não correlata com a prevalência de outros transtornos mentais da população. Confere-se uma elevada proporção de questões com baixo índice de dificuldade e baixa capacidade de discriminação entre alunos com melhor e pior desempenho geral. Conclusão: TMC devem ser prioridade na formação do médico. Como avaliação formativa, o TP pode contribuir com estratégias de avaliação e diagnóstico de deficiências na formação através do aprimoramento da qualidade das questões em Psiquiatria.
REFERÊNCIAS: Gonçalves DA, Mari Jde J, Bower P, et al. Brazilian multicentre study of common mental disorders in primary care: rates and related social and demographic factors. Cad Saude Publica. 2014;30(3):623-632 Hamamoto Filho PT, de Arruda Lourenção PLT, do Valle AP, Abbade JF, Bicudo AM. The Correlation Between Students' Progress Testing Scores and Their Performance in a Residency Selection Process. Med Sci Educ. 2019 American Psychiatic Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Revised Edition (DSM-V-TR). Arlington, VA: American Psychiatric Association, 2022 Hamamoto Filho PT, Silva E, Ribeiro ZMT, Hafner MLMB, Cecilio-Fernandes D, Bicudo AM. Relationships between Bloom's taxonomy, judges' estimation of item difficulty and psychometric properties of items from a progress test: a prospective observational study. Sao Paulo Med J. 2020;138(1):33-39
AGRADECIMENTOS: Departamento de Psiquiatria da FCM/Unicamp, Prof. Dr. Pedro Tadao Hamamoto Filho - FMB/Unesp
ESTE TRABALHO FOI APROVADO PELO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)? Não se aplica
EIXO TEMÁTICO: EIXO 2 - Avaliação