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AUTORES: Rodolfo Pacagnella, ANA CAROLINA ROSA JUNQUEIRA LEONARDO, Carina Robles Angelini,
PALAVRA-CHAVE: conhecimento, sexualidade, ensino médico
INTRODUÇÃO: As queixas relacionadas à sexualidade humana devem ser abordadas pelos profissionais da saúde, incluindo médicos, enfermeiros e psicólogos. No entanto, sabemos que quando este tema surge no contexto clínico, muitas vezes é trabalhado de forma superficial, inserido em um processo de medicalização do corpo. Diante disso, supõe-se que a saúde sexual seja um tema pouco considerado durante a formação dos profissionais de saúde, especialmente dos médicos. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o nível de conhecimento que estudantes de Medicina têm sobre sexualidade humana.
MÉTODOS E MATERAIS: foi realizado um estudo transversal com 481 alunos de Medicina matriculados do primeiro ao sexto ano de graduação em quatro faculdades de Medicina do interior do estado de São Paulo. Os dados foram coletados de maneira remota entre agosto de 2021 e junho de 2022. Os questionários foram enviados após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, sendo respondidos de maneira anônima visando preservar o sigilo e a privacidade dos participantes desta pesquisa. O nível de conhecimento foi avaliado através de questões de verdadeiro e falso, sendo considerado um nível satisfatório acertos em mais de 70% das afirmativas propostas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Entre os 481 participantes, 219 alunos afirmaram que tiveram contato com o tema da sexualidade durante o curso de graduação. Entretanto, 68,95% relataram que os temas foram abordados de maneira insuficiente. A maioria dos estudantes mencionou que os temas abordados ao longo do curso abrangiam questões de fisiopatologia sexual e também questões relativas ao comportamento sexual. De todos os participantes, 63,1% acertaram mais de 70% das afirmativas de conhecimentos em sexualidade. Observou-se uma associação positiva entre o ano de graduação e a presença de conhecimento satisfatório em temas da sexualidade (p<0.001). Diante disso, conclui-se que menos da metade dos alunos entram em contato com a temática durante o curso de graduação em Medicina. Entretanto, essa abordagem é voltada para aspectos orgânicos, mas também comportamentais da sexualidade. Mesmo assim, nota-se que há uma defasagem no ensino desse assunto na faculdade, sendo que os próprios estudantes consideram que a abordagem do tema se dá de maneira insuficiente. É primordial que as universidades busquem abranger de maneira mais frequente o ensino da sexualidade humana em seus currículos, podendo trazer impactos positivos no futuro, quando esses profissionais forem atuar em sua prática clínica.
ESTE TRABALHO FOI APROVADO PELO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)? Sim
FINANCIAMENTO: Capes
EIXO TEMÁTICO: EIXO 5 - Currículo, gestão, inovação e permanência