Ivone Panhoca
Temos mais uma palestrante confirmada para nossa semana de fonoaudiologia que, modéstia à parte: será um SUCESSO! Ivone Panhoca que nos agraciou com sua presença na última edição da SEMAFON, no ano passado, com o tema "vivências em fonoaudiologia" estará de volta esse ano para uma mesa redonda em neurologia.
Ela é Fonoaudióloga, Mestre em Lingüística e Doutora em Ciências pelo Instituto de Estudos de Linguagem da UNICAMP. Pósdoutoramentos pelas University of Houston/Texas - USA; Washington University in St. Louis/Missouri - USA e Universidad de Salamanca – España.
Contamos com a presença de todos e em breve mais novidades!
Comissão 2011
Palestra sobre audiodescrição
Olá pessoal!
Temos mais uma palestrante confirmada: Lívia Maria Villela de Mello Motta, tem mestrado em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com foco na formação reflexiva de professores de inglês. Doutorado em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com trabalho sobre o ensino-aprendizagem de inglês para alunos cegos e com baixa visão. Tem experiência na área de formação de professores e coordenadores, atuando principalmente com os seguintes temas: ensino-aprendizagem, ensino-aprendizagem de inglês, inclusão escolar, inclusão cultural e inclusão no mercado de trabalho de pessoas com deficiência. Trabalha no Instituto Paradigma como consultora na área de inclusão educacional, econômica e cultural. Foi responsável pela preparação dos audiodescritores da primeira peça brasileira com audiodescrição no Brasil - repare em quão importante são os profissionais que se propõem a falar sobre seu trabalho na nossa semana de fonoaudiologia!
Mas afinal, o que é essa palavra "estranha"?
O primeiro intuito, além de procurar no dicionário, é separar a palavra e tentar adivinhar seu significado, então seria semelhante a algo descrito para ouvir. E é isso mesmo:
"audiodescrição é um recurso de acessibilidade que permite que as pessoas com deficiência visual possam assistir e entender melhor filmes, peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas e outros, ouvindo o que pode ser visto. É a arte de transformar aquilo que é visto no que é ouvido, o que abre muitas janelas para o mundo para as pessoas com deficiência visual. Com este recurso, é possível conhecer cenários, figurinos, expressões faciais, linguagem corporal, entrada e saída de personagens de cena, bem como outros tipos de ação, utilizados em televisão, cinema, teatro, museus e exposições." fonte
Pense como esse trabalho é importante e significativo para todos aqueles que possuem deficiência visual, alguns eram perspicazes o suficiente para perguntar sobre o que assistiam, ou melhor, o que escutavam na TV, cinema, teatro, pedindo que descrevessem o que acontecia. Entretanto nem sempre esse trabalho era feito com sucesso, portanto a necessidade de pessoas especializadas para realização e implantação desse feito. Mais um passo em direção ao progresso e a inclusão.
Para saber mais sobre audiodescrição compareça a IX SEMAFON!
Comissão 2011
Dr. Gilberto Guanaes Simões Formigoni
Confirmado para participar da IX SEMAFON, o Dr. Gilberto Guanaes Simões Formigoni: formado pela Escola Paulista de Medicina em 1981, fez Residência Médica em Otorrinolaringologia na Faculdade de Medicina da USP em 1984, onde fez Doutorado em Pediatria.
É membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e da Academia Americana de Otorrinolaringologia. Atualmente trabalha no Hospital das Clínicas da FMUSP e atende em seu consultório com ênfase em Otorrinolaringologia Geral e Tratamento dos Distúrbios Respiratórios do Sono.
Fono confirmada para mesa redonda de Oncologia
Nair Katia Nemr confirmou sua presença na IX SEMAFON para participar da mesa redonda, cujo tema é Oncologia devido à sua área de atuação enfaizar voz, câncer de cabeça e pescoço e metodologia cietífica.
Confira um pouco da sua formação e atuação: Graduação em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1984), Especialização em Administração Hospitalar, Mestrado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Doutorado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Possui larga experiência em Fononcologia, Administração Hospitalar e Metodologia Científica. Foi Editora Científica da Revista CEFAC - Atualização Científica em Fonoaudiologia. Atualmente é professor assistente doutor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; professora do CEFAC- Saúde e Educação, responsável pelo Programa de Comissões Hospitalares da Coordenadoria de Serviços de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. É Parecerista Consultivo dos seguintes periódicos: Revista CEFAC e Revista Pró-Fono.
Comissão 2011
Exclusiva entrevista com Débora Brum!
Conseguimos uma entrevista com nossa palestrante DÉBORA MEURER BRUM sobre fono empresarial, que ela virá falar na IX SEMAFON, enquanto isso pode sanar algumas dúvidas e aguardar ansiosamente para daqui 2 meses escutá-la pessoalmente!
"Débora Brum, fonoaudióloga formada pelo IPA/RS, mestre em Distúrbios da Comunicação Humana pela UFSM/RS, especialista em Voz pelo CEV/SP e em Audição pelo IPA/RS. Consultora Empresarial na área de Comunicação Humana e Coach formada pela Sociedade Brasileira de Coaching / SP. Fonoaudióloga da TV Record em Porto Alegre. Docente do curso de Especialização em Psicologia Organizacional do Instituto de Desenvolvimento Global – IDG/RS e do curso de Especialização em Psicologia Clínica do Instituto Fernando Pessoa, em 2009 e 2010."
SEMAFON: O que é a Fonoaudiologia Empresarial?
Débora Brum: É uma área recente dentro da fonoaudiologia que tem como principal foco o desenvolvimento da excelência na Comunicação Humana, ou seja, busca o aperfeiçoamento da competência comunicativa dos profissionais que trabalham nas empresas.
Que pessoas podem se beneficiar dos serviços da Fonoaudiologia Empresarial?
DB: Atualmente a comunicação tem sido uma habilidade extremamente valorizada e exigida em qualquer área profissional ou cargo dentro da empresa, desde a recepcionista até o presidente da empresa. Para quem trabalha com vendas, atendimento ao público, quem participa de reuniões, faz apresentações de projetos ou produtos, ministra treinamentos, ou quem lidera equipes, precisa se comunicar bem, com clareza, segurança e objetividade. Portanto, qualquer profissional pode se beneficiar com os nossos serviços.
Quais são as principais atividades realizadas pela Fonoaudiologia Empresarial?
DB: Nossa atuação é feita por meio de treinamentos, palestras, assessoria, consultoria, avaliações diagnósticas, orientações, workshops...
Que peculiaridades/especificidades o trabalho da Fonoaudiologia Empresarial possui em relação a outros atendimentos fonoaudiológicos?
DB: Primeiramente a grande diferença é que nós não atuamos nas empresas com reabilitação ou tratamento, e sim com o aperfeiçoamento da comunicação. É um trabalho que exige uma visão ampla do processo de comunicação, não somente sob o ponto de vista fonoaudiológico, mas também do ponto de vista empresarial. Falar a linguagem do cliente e da empresa, entender as necessidades e demandas de quem nos contrata, manter o foco em resultados e benefícios para o nosso cliente é fundamental para quem trabalha nesta área.
Como o fonoaudiólogo deve se preparar para atuar nesta área?
DB: É importante realizar cursos de especialização e aperfeiçoamento na área de Fonoaudiologia Empresarial. Por exemplo, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte existem cursos com profissionais bastante experientes nesta área. Além disso, é necessário também buscar conhecimentos em outras áreas, como marketing, gestão de pessoas, liderança, vendas, negociação, etc.
A Fonoaudiologia Empresarial é uma área que está em expansão, certo? Quais são as perspectivas para o futuro?
DB: São muito boas. O profissional que estiver bem preparado e capacitado certamente vai ter êxito nesta área.
Comissão 2011
Entrevista com Lívia Motta!
Já mostramos uma entrevista com a Débora Brum em julho e com a Camila Mantovani em junho. Agora em agosto temos uma entrevista com Lívia Maria Villela de Mello Motta, sobre quem você poderá ler mais no post feito sobre ela. Mas, vamos a entrevista SUPER EXCLUSIVA:
SEMAFON: O que é a audiodescrição e a que tipos de materiais audiovisuais ela se aplica?
Lívia Motta: A audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional, que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em eventos culturais (peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais, óperas, desfiles, espetáculos de dança, concertos, shows, filmes, documentários, espetáculos circenses), turísticos (passeios, visitas), esportivos (jogos, lutas, competições), acadêmicos (palestras, seminários, congressos, aulas, feiras de ciências, experimentos científicos, histórias) e sociais (casamentos), por meio de informação sonora. É uma atividade de mediação linguística, uma modalidade de tradução intersemiótica, que transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão cultural, social e escolar.
S: Que pessoas podem se beneficiar da audiodescrição? Por quê? Qual é a importância desse recurso?
LM: Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos. Ela permite uma equiparação de oportunidades, ou seja a pessoa com deficiência visual pode assistir e entender, assistir e comentar, assistir e tecer suas considerações a respeito do filme, peça de teatro ou outro espetáculo, sem depender de um amigo ou parente para lhe explicar aquilo que não pôde compreender pela falta da visão. Com o recurso, esse público, que tem sido historicamente e culturalmente excluído das artes visuais, poderá aprender ou reaprender a apreciar este tipo de arte, e passará também a consumir produtos culturais.
S: Como a audiodescrição é realizada?
LM: A audiodescrição pode ser feita ao vivo, como em peças de teatro, óperas, espetáculos de dança, eventos acadêmicos, esportivos e outros; e também gravada, como em filmes, documentários, comerciais, vídeo clips. Tanto na audiodescrição ao vivo como na gravada, é essencial a elaboração de um roteiro que contenha todos os aspectos visuais na forma de texto para serem inseridos preferencialmente entre as falas dos personagens. São utilizados os mesmos equipamentos de tradução simultânea, fones de ouvido e retransmissores, de forma que a pessoa com deficiência visual assista aos eventos junto com as pessoas que enxergam, sem nenhuma interferência ou prejuízo para ambas.
S: Qual é o preparo necessário para ser um audiodescritor?
LM: Fazer um curso de audiodescrição para conhecer o recurso, suas especificidades e princípios, é, sem dúvida, o primeiro passo para tornar-se um audiodescritor. Entretanto, mais do que o conhecimento teórico, o engajamento em oportunidades de prática é determinante para a consolidação do aprendido e para a formação do profissional audiodescritor. Colocar a mão na massa, elaborando roteiros para diversos gêneros de espetáculos durante e depois do curso, apresentando-os, em seguida, em instituições, escolas e outros lugares, podendo ouvir o feedback de pessoas com deficiência visual, e contando com a participação de colegas e pares mais desenvolvidos - tudo isso é essencial na formação profissional e para que possamos ter, realmente, um produto de qualidade que atenda com responsabilidade às exigências do público com deficiência visual, que há anos aguarda pela chegada do recurso.
É uma nova profissão que exige dos interessados um bom comando da língua portuguesa, conhecimento sobre a deficiência visual, senso de observação, fluência verbal, bom repertório cultural e conhecimento sobre acessibilidade cultural. Pessoas com graduação em Letras, Rádio e TV, Cinema, Comunicações, Artes Cênicas, Locução, terão mais facilidade para desenvolver as habilidades necessárias.
S: A audiodescrição é um recurso de acessibilidade recente em nosso país? Que perspectivas você vê para a área de audiodescrição com a evolução da televisão digital e outras tecnologias?
LM: O dia 1º de julho de 2011 foi um marco histórico para a acessibilidade comunicacional no Brasil. A partir desta data, passou a ser obrigatória a exibição de pelo menos duas horas de programação semanal com audiodescrição pelas emissoras de televisão abertas com sinal digital. Embora, a data tenha sido adiada tantas vezes, desde 2008, e o número de horas drasticamente reduzido - inicialmente eram duas horas diárias, ainda assim é motivo de comemoração.
A televisão é, sem sombras de dúvidas, a maior fonte de entretenimento do brasileiro, considerando que em 95,7% dos domicílios brasileiros existe pelo menos um aparelho de TV, segundo informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, de 2009.
Além de promover o acesso à informação, cultura e entretenimento para milhares de pessoas, a entrada da audiodescrição na televisão abrirá novas possibilidades, fazendo com que mais e mais pessoas conheçam e percebam sua relevância para a inclusão cultural, social e escolar da pessoa com deficiência visual.
Entretanto, muitas pessoas ainda não têm acesso à tecnologia digital, o que impede a recepção da audiodescrição, causando frustração e ansiedade para o grande público com deficiência visual, que tão ansiosamente aguardava por esse momento.
S: Na sua opinião, como os fonoaudiólogos podem utilizar a audiodescrição no trabalho com cegos e pessoas com baixa visão?
LM: Os fonoaudiólogos muito poderão contribuir para a disseminação do recurso, considerando que preparam profissionais da voz, trabalham em escolas e instituições com professores, famílias, pessoas com e sem deficiência, estão inseridos em equipes multidisciplinares.
Jornalistas, locutores, apresentadores, comentaristas, profissionais de comunicação em geral, ao conhecerem o recurso e seus benefícios e ao se darem conta que aquilo que fazem e apresentam precisa também chegar a outros públicos e não somente ao público que enxerga, poderão incluí-lo em suas práticas cotidianas. Verbalizar, transformar em palavras aquilo que está sendo exibido em imagens será essencial para a compreensão e a equiparação de oportunidades. Da mesma maneira, professores e familiares poderão refletir sobre a importância de práticas mais descritivas.
figuras: Lívia Motta no lançamento de seu livro.