Tao e medicinas ocidentais e orientais são tema de simpósio
Publicado por: Camila Delmondes
01 de dezembro de 2015

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O Laboratório de Práticas Alternativas, Complementares e Integrativas em Saúde (Lapacis) do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médias (FCM) da Unicamp promove, nesta quinta-feira (22), no anfiteatro 1 da faculdade, o II Simpósio de Práticas Alternativas, Complementares e Integrativas e Racionalidades Médicas. O tema desta edição é o cuidado.

Na parte da manhã, Livia Kohn, da Universidade de Boston, e Eduardo Frederico de Souza, do Grupo de Racionalidades Médicas e Práticas em Saúde do Departamento de Políticas e Instituições de Saúde do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) fizeram o workshop “O Tao e o cuidado”. Na parte da tarde, duas mesas-redondas abordaram as racionalidades médicas ocidentais e orientais do cuidado.

O termo “racionalidade médica” foi criado por Madel Luz nos anos de 1991 e 1992 num estudo comparativo de quatro sistemas médicos: a medicina ocidental contemporânea ou biomedicina e as medicinas homeopática, tradicional chinesa e a ayurvédica. Segundo a pesquisadora, toda racionalidade médica supõe um sistema complexo, simbólico e empiricamente estruturado de cinco dimensões: anatomia, fisiologia, doutrina médica, sistema de diagnose e sistema de intervenção terapêutica. 

“Enquanto a medicina ocidental trabalha baseada na noção de normal e patológico, as orientais trabalham com a noção de processo de adoecimento e saúde. O indivíduo nunca está completamente saudável ou doente. Neste momento de pós-modernidade, as barreiras culturais estão menos demarcadas, e elas são fundamentais para entender os pontos-cegos da medicina ocidental”, disse o sociólogo e professor da FCM, Nelson Filice de Barros.

No final do evento foi lançado o livro “Intercâmbio solidário de saberes em saúde – racionalidades médicas e práticas integrativas e completares”, organizado por Marilene Cabral do Nascimento e Maria Inês Nogueira. O livro é uma publicação da editora Hucitec.

O simpósio teve o apoio do Ministério da Saúde, Centro Acadêmico Adolfo Lutz, Liga de Medicina Integrativa, Laboratório de Pesquisa Qualitativa em Saúde ((LPQS) e Grupo de Racionalidades Médicas e Práticas em Saúde.

Lapacis

Desde 2006, foi publicado a Portaria 971 do Ministério da Saúde que institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a política nacional das práticas integrativas e complementares e preconiza a implantação da medicina homeopática, da medicina tradicional chinesa, da acupuntura, do termalismo e, sob observação, da medicina antroposófica.

Vários municípios do Brasil, inclusive Campinas, oferecem homeopatia, fitoterápicos e algumas práticas da medicina tradicional chinesa da atenção primária e secundária. O Lapacis desenvolve diversas pesquisas sobre essas práticas e, recentemente, submeteu um edital de pesquisa junto ao CNPq para ampliar suas pesquisas.

De acordo com Nelson Filice de Barros, que também é o coordenador do Lapacis, com a aprovação do edital, os pesquisadores do laboratório irão investigar quais são as práticas integrativas e complementares que existem na atenção primária da região metropolitana de Campinas que envolve 19 municípios e, aproximadamente, três milhões de pessoas. O prazo da pesquisa é de dois anos.

“Vamos complementar esse estudo mapeando quem são as pessoas que praticam essa atividade e analisar o custo-efetividade de pessoas com diabetes e hipertensão que realizam o tratamento convencional e somam a isso, ao mesmo tempo, a prática de alguma terapia não convencional, como acupuntura ou yoga”, revelou Nelson.

    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp

Foto: Marcelo Oliveira -  CADCC-FCM/Unicamp

 



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