Em Audiência Pública na Câmara dos Deputados, a docente da FCM, Diama Bhadra Vale, abordou os desafios e a luta por direitos das mulheres na carreira científica
Publicado por: Camila Delmondes
30 de outubro de 2023

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Em destaque na imagem, a docente do DTG da FCM, Diama Bhadra Vale, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília/Foto: divulgação

Dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) mostram que muito embora 60% das bolsas de iniciação científica sejam destinadas às mulheres, esse número é menor quando observada a percentagem no mestrado (52%) e doutorado (50%). No contexto das bolsas de produtividade ofertadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o cenário ainda é ainda mais preocupante com apenas 35% destes auxílios concedidos às pesquisadoras.

Neste contexto, foi realizada no mês de agosto, na Câmara dos Deputados, em Brasília, Audiência Pública para discutir os desafios e a luta por direitos das mulheres na carreira científica. O encontro – que culminou no lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas – fez parte da agenda de discussões do Observatório do Conhecimento, rede formada por Associações e Sindicatos de Docentes de universidades de diferentes estados brasileiros e parceiros da área da educação, ciência e pesquisa que se articulam em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade e da liberdade acadêmica. 

A docente do Departamento de Tocoginecologia (DTG) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Diama Bhadra Vale, participou do debate como diretora da Associação de Docentes da Unicamp (AdUnicamp), destacando em sua fala a importância da mulher na geração do conhecimento, a partir da perspectiva do papel da Universidade no desenvolvimento da sociedade.

“Existe um problema muito grande quando os referenciais para o pensamento crítico e também a gestão das instituições que produzem este conhecimento são referenciadas numa lógica patriarcal que reforça os estereótipos de gênero e naturalizam o assédio e a não compreensão dos processos que as mulheres passam durante o seu ciclo de vida”, afirmou.

A docente da FCM falou, também, sobre o denominado ‘efeito tesoura’, caracterizado pelo baixo número de mulheres na autoria dos artigos científicos, na obtenção de bolsas de produtividade e, especialmente, nos cargos de gestão das instituições de pesquisa.

“Percebemos que a estrutura de produção de conhecimento ainda é fortemente influenciada por uma estrutura de poder centralizada no domínio social dos homens. Ainda estamos produzindo conhecimento sob a perspectiva de um sujeito, em sua maior parte: homem, branco, de classe social privilegiada”, acrescentou. Assista a fala completa, aqui.

A íntegra da Audiência Pública está disponível no site da Câmara dos Deputados. Assista.



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