Enviado por Edimilson Montalti em Ter, 30/06/2020 - 08:28 G1 Campinas Uma pesquisa desenvolvida na Unicamp, em Campinas (SP), promete auxiliar no diagnóstico do vírus da zika em casos de bebês que nasceram com microcefalia e a mãe não apresentou sintomas da infecção durante a gestação. Em vez de analisarem uma única amostra da placenta, conforme orienta o protocolo do Ministério da Saúde, os cientistas estabeleceram um novo padrão com maior representatividade na coleta, e os resultados mostraram efetividade: em 14 amostras que testaram positivo, todas deram negativo no método atual. Diante do cenário, os autores do trabalho sugerem ao Ministério da Saúde uma readequação do protocolo, pelo menos em centros e cidades com maior estrutura médica, para um retrato mais fiel dos casos envolvendo o zika. De acordo com Maria Laura Costa do Nascimento, professora do departamento de Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a testagem em placenta é essencial para o diagnóstico. "A placenta é um local de persistência viral, mesmo meses depois da infecção. Muitas vezes a paciente tem poucos sintomas clínicos, e a janela para colher no sangue é pequena, e podemos perder a oportunidade do diagnóstico nesse momento", explica. Coautor do trabalho, o professor José Luiz Proença Módena, do Instituto de Biologia da Unicamp, destaca que a ideia inicial era entender a dinâmica de infecção do vírus em diferentes regiões da placenta e eles viram que com uma maior amostragem, a capacidade de detecção do zika no órgão aumentou muito.