O inverno e a chegada do frio, como ocorreu nesta semana, é outro agravante que preocupa profissionais de saúde no Estado. Nesse período, historicamente a quantidade de doentes com problemas respiratórios aumenta na rede hospitalar e a capacidade de atendimento nos hospitais beira o limite. O médico pneumologista e intensivista Luiz Cláudio Martins, que é professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, explica que as doenças respiratórias pulmonares, virais e não virais, têm sua sazonalidade. "É natural que, em qualquer época de frio, elas aumentem como um todo, não só as infecciosas. A asma, por exemplo, aumenta muito, como aumentam os casos de doenças virais, como os de (gripe) H1N1, especialmente nos idosos."
Para esse aumento sazonal de casos, diz ele, a rede está dimensionada. A novidade que preocupa é a sobreposição com os casos da covid-19. "Esse aumento é certo, vai acontecer. E junto com a covid-19, é óbvio que vai sobrecarregar ainda mais a rede." Martins conta que no HC da Unicamp os registros de crianças com a covid-19 internadas ainda são baixos, mas nas enfermarias de pediatria, há lotação de casos de doenças respiratórias, em decorrência do frio. "É muito preocupante."