O tabaco de enrolar deixou de ser "caipira", ganhando um caráter "moderninho". Se antes era típico da área rural, agora conquista cada vez mais adeptos no meio urbano.
De acordo com a última pesquisa do Ministério da Saúde e do INCA (Instituto Nacional do Câncer) sobre o tema, divulgado em 2011, o consumo de tabaco solto abrangia 5,1% da população e de cigarro industrilizado, 14,4%. O consumo de tabaco solto na área rural era de 13,8% e na área urbana, 3,6%.
Um dos pontos que faz com que o cigarro de enrolar conquiste mais adeptos é o ritual, que engloba o ato de escolher, comprar e enrolar o tabaco antes de fumar, segundo a psquiatra Renata de Azevedo, do Chefe do Departamento de Psicologia Médica e Psquiatria da Unicamp, com atuação na área de dependência química. Ela afirma que esse ritual pode dificultar ainda mais a decisão de parar de fumar.
"Os rituais são muito gostosos. O ritual preenche o tempo, relaxa e, às vezes, fica mais difícil de abandonar o próprio ritual do que a substância. Várias pessoas que param de fumar sentem tanta falta da nicotina quanto de tirar o cigarro do maço, acender, ver a fumaça. Quanto mais ritual, mais difícil de ficar sem", diz.