A Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp lança nessa sexta-feira (05), edital inédito de Acesso Direto ao Programa de Residência Médica em Dermatologia. Na proposta, após a residência de três anos na FCM, o médico dermatologista deverá desenvolver um projeto de pesquisa de pós-graduação na Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista, pelo mesmo período. A medida integra o Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas do Ministério da Saúde, e visa atender regiões do país, carentes desses especialistas pelo Sistema Único de Saúde. Acesse o hotsite do Processo Seletivo Dermatologia Compromisso Social.
A iniciativa tem, como estratégia, proporcionar equidade na formação e na distribuição de profissionais. De acordo com o dermatologista e coordenador do projeto, Paulo Eduardo Neves Ferreira Velho, na atualidade as regiões Sul e Sudeste do Brasil são as que mais oferecem formação na especialidade, e são também as que concentram a maioria absoluta de dermatologistas do país. “Nossa proposta é tornar a FCM um facilitador no processo de interiorização de especialistas pelo Brasil, onde a necessidade é mais evidente. Dos 27 estados brasileiros, apenas Roraima, Acre, Amapá e Rondônia não possuem subsedes da Sociedade Brasileira de Dermatologia”, explica.
Ainda de acordo com Paulo Velho, embora a distribuição de especialistas não seja uma responsabilidade direta da universidade pública, a academia pode e deve ser inovadora em auxiliar o governo a atingir tal objetivo. “Formamos bons médicos e, no caso da residência, bons especialistas. Podemos auxiliar a gestão pública, em suas diversas instâncias, a atingir tal objetivo”, ressalta.
De acordo com o diretor da FCM, Ivan Felizardo Contrera Toro, a universidade pública tem a obrigação e o compromisso social de propor maneiras para diversificar a ação dos médicos especialistas. “A Unicamp está inovando na tentativa de ajudar a saúde pública do Brasil. Este é o primeiro projeto piloto para suprir uma necessidade de especialistas em lugares onde hoje eles não existem, no âmbito do SUS. Pretendemos propor esse tipo de modelo para outras áreas da residência médica”, revela Toro.