O ser humano vive horas, dias, anos e décadas, mas o que são todos esses anos perto da eternidade que uma obra-prima tem para sensibilizar outras pessoas, influenciar suas vidas, revolver sentimentos e instigar pensamentos? A arte é uma das janelas que a vida deixa para romper a fronteira do tempo e perpetuar-se pela história, o que faz dela um fenômeno cultural atemporal. A arte de cuidar é um exemplo disso, apesar de se apresentar de diferentes formas em cada cultura e de se reinventar através do tempo, na busca incessante pelo alívio das dores e da cura do próximo. No cuidado, entretanto, não basta somente olhar o homem físico, material, feito de carne, ossos, vísceras; é preciso também olhar para o ser interior, pensante, que possui uma história, uma vivência e um caráter próprio. É nesse sentido que se coloca o cuidado em relação à saúde como arte.
Com o tema “A vida é curta, a arte longa”, o Centro Acadêmico Adolfo Lutz da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp promove até quarta-feira (20) o V Congresso de Arte e Saúde da Unicamp, no auditório-5 da FCM. A abertura acontece nesta segunda-feira (18) com a apresentação de taiko, a arte dos tambores japoneses. No Japão feudal, taikos eram usados para motivar as tropas e a ideia é justamente motivar os congressistas a entrarem de mente aberta no evento que traz palestras sobre o desenvolvimento da arte de curar, a arte secreta de Michelangelo, Frida Kahlo e outras apresentações artísticas.
De acordo com a organização do evento, são esperadas entre 150 e 200 pessoas das artes da saúde, artes, história e de outras localidades do Brasil. “A arte é capaz de revelar sentimentos escondidos e despertar sensações que você não contaria para ninguém. Nosso objetivo com o congresso é despertar esse lado humano e mostrar os processos de criação artística, fazendo uma ponte entre o artista e o espectador”, explicou Thais Florence Duarte Nogueira, uma das organizadoras o Casu.
No encerramento do evento será entregue o V Prêmio Viva à Arte, projeto que a cada ano elege uma área dentre das Artes, representada neste ano por um concurso literário do gênero poesia. No total, 13 poesias disputaram a votaram dos congressistas. As três primeiras ganharam como prêmios um certificado, um trabalho artístico realizado por artesãos de instituições de reabilitação em saúde mental e uma quantia em dinheiro. A programação completa e informações sobre o V Casu.
Texto: Edimilson Montalti