Visando oferecer capacitação contínua sobre os riscos do trabalho que envolve a manipulação de materiais químicos e biológicos, o II Seminário Boas Práticas de Laboratório reuniu nessa quinta-feira (5), na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas, cerca de 350 profissionais de Campinas e região, atuantes em áreas laboratoriais e assistenciais, tais como, biólogos, auxiliares de laboratório, bioteristas, enfermeiros, biomédicos e farmacêuticos.
“Visamos uma prática diária mais segura, que minimize os riscos ocupacionais, e certamente contribua com o meio ambiente”, ressaltou a pesquisadora Cláudia Vianna Maurer Morelli, sobre a importância do encontro para a formação, atualização e capacitação dos profissionais da área da saúde que manejam produtos biológicos e químicos.
Não por acaso, os riscos biológicos e químicos são os temas principais desta segunda edição do evento, explicou Lania Carla Splendor Costa, presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes da FCM e coordenadora do seminário. “Segundo a Organização Mundial de Saúde, existe cerca de 35 milhões de pessoas envolvidas no trabalho na área saúde, sendo que 12% da população trabalhadora está exposta a materiais biológicos”.
Convidado da palestra “Exposição ocupacional a material biológico”, o presidente da Comissão Interna de Biossegurança do Instituto Fernandes Figueira e coordenador docente dos cursos de biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz, Hamilton Coelho falou sobre o risco diário de contaminação, no qual os trabalhadores estão submetidos, e que pode variar de acordo com a categoria profissional, a atividade realizada ou setor de atuação. “Todos os dias os profissionais da saúde saem de casa com o propósito de salvar vidas, mas também diariamente estão expostos aos riscos de adquirir uma doença ocupacional”.
Hamilton lembrou ser de fundamental importância conhecer o manual de condutas da área, que relaciona as diversas sistemáticas de atendimento dos diferentes níveis de complexidade, o diagnóstico, as medidas preventivas e as notificações das exposições a material biológico, prioritariamente, em relação à transmissão do HIV e das hepatites B e C. “Infelizmente, não temos no país o dado percentual em relação à quantidade de profissionais que se acidentam a partir da exposição a material biológico, por isso mesmo é tão importante notificar os acidentes para que possamos ter acesso a essa informação e, a partir dela, cobrar políticas de segurança no trabalho”, disse.
Durante a programação, o público também participou de palestras com os pesquisadores Mário Hiroyuki Hirata, da Universidade de São Paulo (USP), e Jorge Luiz Nobre Gouveia, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), sobre os padrões de biossegurança em laboratórios de pesquisa, os riscos associados ao manuseio de produtos químicos em laboratórios de ensino e pesquisa, e os aspectos de saúde e segurança na ocorrência de emergência química.
O II Seminário Boas Práticas em Laboratório é organizado pela Faculdade de Ciências Médicas por meio da CSArh, CIPA, Câmara de Pesquisa, Comissão de Gestão Ambiental e Comissão de Biossegurança, com o apoio da diretoria da Faculdade e da Assessoria de Relações Públicas, e em parceria com a Agência de Formação Profissional (AFPU) da Unicamp.
Camila Delmondes - ARP - FCM/Unicamp