De 10 a 14 de setembro acontece no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp a décima edição da Semana de Fonoaudiologia. A Semana de Fonoaudiologia é um evento acadêmico científico organizado pelos alunos do primeiro ao quarto ano do curso de Fonoaudiologia da Unicamp. Na programação deste ano, destaque para a fonoaudiologia forense, motricidade orofacial e intervenção com crianças vítimas de violência física e psicológica. Participação especial de Irene Marchesan, presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e da fonoaudióloga Leny Kyrillos, presença constante no programa Bem Estar, da Rede Globo.
De acordo com a professora Regina Yu Shon Chun, coordenadora geral da 10ª Semafon, o evento é uma oportunidade dos alunos partilharem o conhecimento. Em todas as mesas-redondas programadas para semana, ex-alunos do curso de Fonoaudiologia participam como debatedores. Na parte científica da programação, mais de 40 trabalhos serão apresentados nas categorias oral e pôster. Três serão premiados no último dia do evento, na sexta-feira (14).
Para a vice-coordenadora do evento, Rita de Cássia Ietto Montilha, a interdisciplinaridade é a marca da Semafon e do próprio curso de Fonoaudiologia, compartilhado entre FCM e Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp. Uma das disciplinas, inclusive, é dada no Instituto de Física (IF). Nos primeiros anos do curso de Fonoaudiologia, a disciplina era ministrada por Marcelo Knobel, pró-reitor de graduação da Unicamp, presente na abertura da 10ª Semafon, ocorrida nesta segunda-feira (10) à tarde.
“Os melhores eventos são organizados por alunos e há uma forte tendência da presença feminina nos diversos cursos da Unicamp”, observou, inicialmente, Knobel.
A diretora da FCM Rosa Inês Costa Pereira disse que diversos cursos da FCM e da Unicamp dedicam semanas para eventos de graduação e eles são importantes por propiciarem momentos de reflexão não só para os alunos, mas também para os gestores administrativos.
“Eventos como a Semafon ajudam a traçar novos rumos dentro da grade curricular e influenciam dentro da faculdade e da Universidade ações futuras para a melhoria do ensino”, disse Rosa Inês.
Segundo Knobel, uma dessas mudanças é a implantação da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) na Unicamp. Knobel adiantou que está em estudo, juntamente com o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel Porto” (Cepre) da FCM, a contratação de duas especialistas em Libras para participação em eventos e em aulas na Universidade.
“Pensamos em criar um centro para gerir isto de forma adequada e seguir o que está na legislação. Não é fácil introduzir conceitos, mas é importante enfrentarmos essa questão. O curso de Fonoaudiologia da Unicamp contribui para o avanço do Brasil devido à capacitação e à estrutura em que foi montado. Mas precisamos melhorar com foco no país e no mundo” disse Knobel.
Sobre a Semana de Fonoaudiologia
A Semana de Fonoaudiologia foi criada no ano de 2003, por iniciativa das alunas da I e II Turmas da Unicamp e pela professora Maria Francisca Colella dos Santos. O evento começou em pequenas proporções, em um anfiteatro com capacidade para 150 pessoas e cujo público-alvo eram as próprias alunas do curso. Apesar da pouca experiência da Comissão Organizadora, o evento apresentou alto grau de satisfação tanto por parte dos participantes quanto por parte dos palestrantes.
Assim, tanto em 2004 como em 2005, ocorreram a II e III Semana de Fonoaudiologia, respectivamente, com participação em massa dos alunos da instituição, profissionais de dentro e fora da Unicamp e até mesmo de diversos alunos de fonoaudiologia da Universidade de Goiânia. Nesses anos, as atividades ocorreram em um espaço maior, o auditório da Faculdade de Ciências Médicas.
Em 2007 e 2008, o evento também contou com uma gama de palestrantes do mais alto nível atuantes nas diversas áreas da fonoaudiologia e com a participação de mais estudantes e profissionais de outras instituições. Em 2009, na sétima edição da Semana de Fonoaudiologia, ocorreu algumas mudanças como a escolha de um tema geral para o evento "A Interdisciplinaridade na Atuação Fonoaudiológica", a premiação de trabalhos científicos e a ação social no Lar dos Velhinhos de Campinas.
Em 2010, a Semana de Fonoaudiologia Unicamp passou a ser conhecida pela sigla Semafon. Contou com a presença de profissionais de destaque para tratar de temas como a atuação fonoaudiológica com queimados, equoterapia e autismo, dentre outros. Os dez anos de criação do curso de Fonoaudiologia da Unicamp também foram comemorados na Semafon de 2011, que trouxe temáticas diferenciadas, como atuação fonoaudiológica com pacientes psiquiátricos, fonoaudiologia assistida por animais, audiodescrição, fonoaudiologia na carreira militar e fonoaudiologia empresarial, por exemplo.
Texto e fotos: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp