O espanhol Corsino Rey Galán, chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Universidade de Oviedo, Espanha, esteve na última quarta-feira (16) no anfiteatro da Divisão de Patologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp para dividir sua experiência no uso do marcador procalcitonina (PCT), utilizado no diagnóstico de infecções bacterianas e sepse – uma infecção geral grave causada por bactérias.
Apesar de a procalcitonina já ser utilizada há bastante tempo no cotidiano laboratorial, ela ainda não é utilizada no HC. De acordo com o coordenador da Divisão de Patologia Clínica do HC, Carlos Emílio Levy, a procalcitonina não é um marcador perfeito, mas é o que, na atualidade, mais se aproxima dos quadros diagnósticos de sepse. “Queremos saber se vale a pena ou não, incorporar esse marcador na rotina do hospital”, disse.
De acordo com o patologista clínico César Alex O. Galoro, mesmo sendo um pouco mais caro, o exame não teria dificuldades para ser incorporado no HC, levando em consideração a adequação tecnológica. “As tabelas atuais ainda não cobrem o valor referente ao custo do teste, no entanto, ele pode contribuir para reduzir o tempo de internação”, explica.
Praticamente não existem trabalhos sobre a utilização da PCT na área pediátrica, de acordo com o pediatra Ricardo Mendes Pereira, do Departamento de Pediatria da FCM. Segundo Ricardo, é um campo de interesse que está crescendo, que pode ajudar na diferenciação etiológica entre bactéria e vírus, na suspensão de antibióticos e como marcador de complicação de doenças infecciosas.
“Trabalhos realizados com a população adulta demonstram que pela evolução do marcador, é possível suspender ou não o antibiótico ministrado quando ainda havia dúvidas em relação ao tipo da infecção causada. No caso dos pacientes que apesar de estarem tratando com antibióticos não apresentaram uma evolução satisfatória da dosagem do exame, foi possível pensar na complicação da infecção”, explicou o pediatra.
Texto: Camila Delmondes - ARP-FCM/Unicamp