Nos dias 24 e 25 de abril, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, a partir das 18 horas, acontece o Curso de Respostas Médicas Avançada em Desastres (da sigla em inglês ADMR) que foca situações de catástrofe. Um dos palestrantes do evento é o médico-socorrista e cirurgião geral Luciano Silveira Eiffer, que atendeu as vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, RS. Luciano faz a última palestra desta quarta-feira (24).
Catástrofe é aquela situação em que as necessidades de atendimento excedem os recursos materiais e humanos imediatamente disponíveis, havendo necessidade de medidas extraordinárias e coordenadas para se manter a qualidade básica ou mínima de atendimento. O objetivo do curso é preparar e capacitar profissionais de saúde a lidar com situações de emergência e catástrofes, diminuindo consideravelmente o impacto de uma tragédia na sociedade.
O curso é composto por aulas expositivas, interativas e mesas-redondas com a presença de convidados com ampla experiência na área de trauma, atendimento pré-hospitalar e desastres. Cada participante do curso receberá o livro “Manual de Resposta Médica Avançada em Desastres”, que é a base bibliográfica para o curso. O evento é organizado pela disciplina da Cirurgia do Trauma e Liga do Trauma da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, com o apoio da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT).
O auditório da FCM fica à rua Tessália Vieira de Camargo, 126, Unicamp. Campinas.
Telemedicina
De acordo com Luciano Eifler, médico do SAMU de Porto Alegre, RS e membro da SBAIT, uma das ferramentas que permitiu a troca de experiências e a discussão de condutas e estratégias de tratamento dos pacientes foi a telemedicina. Ela foi utilizada em razão de diversos hospitais locais terem pacientes com lesões e desafios terapêuticos semelhantes. Integraram essa discussão o Ryder Trauma Center, em Miami, Estados Unidos e o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.
“A possibilidade de discussão dos casos em tempo real com centros nacionais e internacionais é extremamente importante e traz benefícios para os pacientes, pois qualifica a assistência e unifica condutas”, diz Eiffer.
A respeito de Santa Maria, Eifler explica que a reunião iniciou com o relato das equipes que realizaram o atendimento pré-hospitalar, passando pela organização do comando na cena e a estratificação de risco das vítimas nos hospitais locais. Também foi discutido sobre a apresentação clínica, indicações de via aérea definitiva e exames solicitados nas primeiras horas após a exposição à fumaça, além da descrição do transporte aeromédico.
Na opinião do médico Gustavo Pereira Fraga, professor responsável pela disciplina de Cirurgia do Trauma da FCM da Unicamp e presidente da SBAIT, o que ocorreu em Santa Maria serve como aprendizado.
“A telemedicina pode ajudar na triagem dos pacientes, trocas entre os diversos serviços, discussões de casos complicados e suporte de centros nacionais e internacionais que já vivenciaram situações semelhantes”, diz Fraga que utiliza o serviço de telemedicina com hospitais do Canadá, Estados Unidos, Haiti e Iraque.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp