“Cada pessoa com fibrose cística é um caso único e temos que fazer um tratamento personalizado para cada paciente.” Esse foi o alerta dado pela pesquisa portuguesa Margarida Amaral na semana passada aos alunos do programa de pós-graduação em Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Margarida está na Unicamp pelo Programa Pesquisador Visitante. Desde 2007, a pesquisadora da Universidade de Lisboa mantém estudos com o grupo de fibrose cística da FCM.
“O diferencial da Universidade é capacitar médicos que podem fazer a prática, a clínica e a ciência. Margarida é uma pesquisadora que está inserida no contexto internacional e tem um entendimento grande no aspecto crítico, científico e tecnológico da fibrose cística”, disse o médico e professor Dirceu Ribeiro, coordenador do Laboratório de Fisiologia Pulmonar da FCM da Unicamp.
Dentre as inovações apresentadas pela pesquisadora portuguesa para o diagnóstico da fibrose cística está a biópsia retal. Esse teste é usado para casos de difícil diagnóstico da doença que não são conclusivos com o teste do suor.
“É uma técnica bem sensível, rápida e pouco invasiva que pode ser feita em crianças, inclusive. Todos os pacientes da Unicamp que fizeram esse teste disserem que não se importariam em realizá-lo novamente. Inclusive, o estudo foi publicado recentemente num periódico internacional”, revelou Margarida.
Outras pesquisas em parceria entre as duas Universidades estão sendo firmados com o apoio de agências de fomento de ambos os países. Essas pesquisas focam no desdobramento de novas terapias para o tratamento dos pacientes com fibrose cística de acordo com cada mutação genética.
“São projetos promissores na área da medicina personalizada. O efeito aditivo de algumas substâncias tem se mostrado melhores em casos mais brandos da doença”, disse.
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