Maria Aparecida Mendonça Jordão Martins estudou matemática na Unicamp e em 2001 resolveu dar uma guinada em sua vida: virou artista. Ou como ela mesma diz, “sempre fui artista” desde menina. Dos lápis de desenhar aos números e depois para as telas, os trabalhos que ela trouxe para a exposição “Lugares”, aberta nesta quarta-feira (14) no Espaço das Artes da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), explora o invisível, o emocional.
O professor do curso de artes visuais da PUC-Campinas e do Instituto de Artes da Unicamp, Helder Oliveira, disse que quando viu pela primeira vez os trabalhos de Maria Jordão, ficou empolgado com a qualidade de sua pintura. Tratava-se de uma clara homenagem contemporânea à pintura do início do século XX, período de intensos debates que trouxeram novas soluções para a arte e para o ofício do pintor.
“Inconscientemente, um sorriso me invadiu o espírito, pois era nítido, que se tratava de alguém que levava o ato de pintar muito a sério. Alguém com convicção suficiente para se dedicar a essa linguagem, proclamada, algumas vezes, na História da Arte como morta”, escreve Oliveria num texto crítico à obra da artista.
Pintar é a maneira que Maria Jordão fala. Ela trabalha e expõe os lugares internos, da memória, do encontro e do desencontro, da passagem e dos erros. Sua técnica é uma adaptação da pintura a óleo para o acrílico. As cores e poética de tonalidades que se equilibram com uma racionalidade característica da abstração fazem o visitante sentir que vale a pena entrar no mundo da pintura criado pela Maria Jordão.
“Aqui é lugar de passagem. As pessoas param, olham o meu trabalho e completam a minha criação. A arte é uma forma de amenizar a vida. Toda criança, se fosse estimulada desde cedo, teria chance de ser artista. Primeiro vem a dedicação. O talento vem depois”, disse Maria Jordão.
A exposição “Lugares” fica até o dia 14 de outubro, das 8h30 às 17h30, inclusive final de semana, no Espaço das Artes da FCM, à rua Tessália Vieira de Camargo, 126, cidade universitária “Zeferino Vaz”, distrito de Barão Geraldo, Campinas, SP. Entrada franca.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/UNICAMP
Fotos: Mário Moreira - CADCC-FCM/UNICAMP