As implicações socioambientais decorrentes do uso de agrotóxicos foi tema do fórum “Problemas dos agrotóxicos: olhares e alternativas”, promovido na última sexta-feira (25), na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O encontro aconteceu no anfiteatro da Comissão de Pós-Graduação (CPG) e foi promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, como parte integrante da disciplina Tópicos em Saúde Ambiental (SC397), com a participação de representantes da academia, de movimentos sociais e da agricultura orgânica.
O engenheiro ambiental José Santos Prata, do Comitê Nacional de Combate aos Agrotóxicos (CNCA), abriu a série de palestras, debruçando sobre o tema na perspectiva dos movimentos sociais. O doutorando do Departamento de Saúde Coletiva (DSC) da FCM, Pedro Henrique Barbosa de Abreu, foi convidado a falar do ponto de vista acadêmico. Fechando o debate, o presidente da Associação Nacional de Agricultura Orgânica, Guaraci Maria Diniz Júnior, falou sobre as alternativas agroecológicas.
Aberta a sessão de perguntas, o público presente mostrou-se bastante interessado em buscar respostas relacionadas ao papel do Estado em regular o uso de agrotóxicos, à contribuição da ciência no desenvolvimento de novos produtos e técnicas e à visão dos profissionais da saúde sobre a questão. “Quais são as novas tecnologias? Como é feita a rotulagem dos produtos”, questionou uma das participantes.
Mais do que pontuar os problemas, o encontro teve como objetivo, discutir as alternativas agroecológicas disponíveis, além de refletir sobre de que maneira os agrotóxicos impactam na saúde humana e no meio ambiente.
“Literalmente, todos estão expostos”, disse a enfermeira Elizabeth Regina de Melo Cabral, pós-graduanda do DSC e uma das organizadoras do evento. De acordo com ela, diversos estudos têm sido realizados na área da saúde para investigar o papel dos agrotóxicos em doenças como câncer, distúrbios mentais e alterações no leite materno. “Não se trata de uma questão meramente ideológica, mas de saúde pública”, afirmou.
Da discussão surgiu a proposta de elaboração de uma carta aberta à população, alertando sobre os riscos do uso massivo desses produtos, além da realização de fórum de combate aos agrotóxicos, apoiado pelo CNCA.