O estudante do ensino médio Lucas Cendes, de 16 anos, foi contemplado com menção honrosa pelo Instituto Nacional de Saúde (Nacional Institutes of Health - NIH), órgão máximo de pesquisa dos Estados Unidos na área biomédica. Ao estagiar no Laboratório de Biologia Computacional e Bioestatística (LBCB), da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp – por intermédio do Instituto Brasileiro Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia – BRAINN – Lucas combinou técnicas analíticas utilizadas na identificação de mutações genéticas, com estratégias avançadas de computação, envolvendo equipamentos de alta performance e distribuição de tarefas entre os diversos processadores envolvidos nos cálculos matemáticos e estatísticos.
De acordo com o bioestatístico e pesquisador do LBCB, Benilton Sá de Carvalho, a inovação proposta por Lucas permitiu aumentar o fluxo de processamento de amostras, possibilitando melhores condições no procedimento de identificação de alterações do código genético, que podem estar associados a uma série de doenças, dentre as quais, a epilepsia. “Ao identificar essas mutações, temos condições de dar um melhor diagnóstico e até mesmo direcionar o paciente para tratamentos mais efetivos”, observou Benilton.
Focado e seguro de que a ciência da computação é a carreira que pretende seguir no futuro, Lucas fala com prioridade sobre a inovação proposta ao laboratório da FCM. “A análise de variantes de genoma é um processo bastante intensivo. A única solução para a diminuição de tempo do processo computacional é a sua paralelização, permitindo que os dados sejam divididos em várias unidades de processamento. Isso faz com que várias informações sejam analisadas ao mesmo tempo, diminuindo assim o tempo da análise”, diz o jovem pesquisador.
Benilton explica que a inovação proposta por Lucas está relacionada a um procedimento utilizado em pesquisas genéticas chamado de “Identificação de Variantes”, que analisa o código genético dos indivíduos em busca de mutações. De acordo com o pesquisador, ainda que tal análise utilize apenas uma versão resumida do genoma (exoma), ele ainda envolve procedimentos estatísticos complexos, que demandam muito tempo e poder computacional. “Com o uso da estratégia proposta pelo Lucas, pudemos reduzir o tempo de processamento significativamente. Tarefas que costumavam durar até 24 horas, agora podem ser executadas em, aproximadamente, três horas”, explicou Benilton.