Epilepsia no centro do debate acadêmico

 

A epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por crises recorrentes. Um terço dos pacientes epilépticos não respondem à medicação. A ciência busca, então, novas abordagens para o tratamento e prevenção da epilepsia.

Na quinta-feira (12), duas palestras envolvendo pesquisas na área do diagnóstico e tratamento da epilepsia aconteceram na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A primeira palestra intitulada “MicroRNA-134 como um alvo para a prevenção e tratamento da epilepsia” ocorreu no anfiteatro da pós-graduação. A palestrante foi Cristina Ruedell Reschke, do Departamento de Fisiologia e Medicina Física, Royal College of Surgeons, na Irlanda.

Surgiram evidências de que uma classe de RNA chamado microRNA (miRNA) tem potencial para pesquisa e tratamento da epilepsia. No cérebro, as miRNAs controlam a força sináptica, canais iônicos, inflamação neuronal, apoptose e função glial, processos que promovem a crises epilépticas, se descontrolados.

“A miARN-134 desempenha um papel chave na excitabilidade cerebral. Experiências mostraram que silenciando a miR-134 no cérebro de cobaias as crises epilépticas diminuiam”, explica Cristina.

A segunda palestra denominada “A evolução do mapeamento da ictal e atividade epiléptica interictal usando fMRI” aconteceu no anfiteatro do Departamento de Neurologia. O palestrante convidado foi Louis Lemieux, da UCL, de Londres. Ele foi recepcionado pela pesquisadora Ana Carolina Coan, do Cepid Brainn.

O professor Lemieux é um dos pioneiros no uso concomitante de eletroencefalograma (EEG) e ressonância magnética (RM) funcional no estudo de redes neuronais relacionadas à epilepsia. Atualmente, seu grupo de pesquisa é um dos únicos no mundo capazes de estudar o uso concomitante de RM funcional com eletrodos invasivos.