Educadores, alunos e profissionais participam da jornada do Pró-Saúde

 

Estimular a reflexão e as práticas construtoras da integralidade no cuidado da saúde e a formação dos profissionais que trabalham no Sistema Único de Saúde (SUS). Este é o objetivo da Jornada de Metodologias Ativas de Aprendizagem e Trabalhos Educativos em Grupo do Pró-Saúde da Unicamp que começou nesta terça-feira (3) na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e termina amanhã. Durante dois dias, professores e alunos dos cursos de medicina, enfermagem e fonoaudiologia e profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) farão rodas de conversa, dinâmica e trabalhos em grupos e participaram de seis oficinas com 30 pessoas cada. “Queremos sensibilizar os participantes sobre o SUS, trocar experiências e criar serviços que possam ser aplicados nas UBS e nas instituições de ensino”, disse a fonoaudióloga Maria Francisca Colella dos Santos, coordenadora da Comissão Gestora Local do Pró-Saúde 2, do curso de fonoaudiologia da FCM da Unicamp.

O Pró-Saúde foi  lançado em 2005, por meio de Portaria Interministerial entre os Ministérios da Saúde e da Educação. Um de seus objetivos é diminuir o distanciamento entre as universidades e a prestação real dos serviços de saúde, incentivando mudanças na formação de médicos, enfermeiros e fonoaudiólogos, de acordo com as necessidades da população brasileira. Segundo o enfermeiro e coordenador do Pró-Saúde da Enfermagem, José Luiz Tatagiba Lamas, o Pró-Saúde é a oportunidade de unir pessoas que estão nas duas pontas da rede de saúde. Para Angélica Maria Bicudo Zeferino, o Pró-Saúde propiciou uma institucionalização com responsabilidade da inserção do aluno nas UBS e uma parceria profícua com a prefeitura de Campinas.

O secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, disse que há 20 anos os pacientes vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) eram tratados com tomografia e ressonância magnética, mas eram considerados inválidos, pois havia uma excessiva medicalização. A discussão sobre a interdisciplinaridade começou a ser discutida pela Universidade e hoje esses pacientes deixaram de ser vistos apenas pelos médicos e passaram a ser avaliados e acompanhados por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros e fonoaudiólogos. “Vocês, alunos, têm um papel importante dentro do SUS, porque trabalhando, aprendendo, vocês terão a oportunidade de recuperar seres humanos. Talvez esta seja a grande alavanca para o SUS cumprir a sua missão”, disse Saraiva.

A diretora-associada da FCM, Rosa Inês Costa Pereira, disse que programas como este sempre terão o apoio da diretoria da faculdade e que uma das funções da Universidade é motivar a discussão, a participação e a interação com todos os grupos.  “É gratificante constatar a significativa interação entre sociedade e universidade”, comentou Rosa Inês.

As oficinas programadas até amanhã são: O que é aprender? O que é ensinar? O que é educar?; Aprender a aprender; Metodologias ativas; Ponto de vista; Relações de ensino e aprendizagem; Educação permanente em saúde, a pedagogia crítica e o método freiriano de educação de adultos; O grupo familiar e sua relação com o processo de saúde e doença; Dimensões do ser humano, grupos,  educação e saúde.