O Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação (Cepre) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp comemorou, na manhã desta quinta-feira (14), 42 anos de existência. A comemoração foi marcada pela realização do seminário História e Identidade, no Salão Nobre da FCM. A palestra de abertura foi proferida pela professora e pesquisadora da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, Maria Cristina Menezes.
“A preocupação com a preservação do patrimônio material e imaterial é uma obcessão no mundo todo. A preservação de espaços físicos pode nos remeter a práticas de ensino de outros tempos e ajudar a contar a nossa recente história”, disse Maria Cristina.
Fundado em 1973 pelo médico otorrinolaringologista Gabriel Porto, o Cepre se estruturou a partir dos atendimentos nas áreas da deficiência visual e da surdez. Os atendimentos eram realizados no centro de Campinas, no prédio das Cruzadas das Senhoras Católicas, um orfanato de meninas cegas. Até 1985, o Cepre funcionava como centro de reabilitação e ensino e era conhecido como Centro de Reabilitação Gabriel Porto ou, simplesmente, Gabriel Porto.
“O Cepre continua com os princípios de atuação interdisciplinar e com o compromisso de excelência na formação profissional acadêmica e nos serviços prestados, sempre, à comunidade”, disse Angélica Bronzatto, coordenadora do Cepre, durante a mesa de abertura do seminário.
Foi em torno do Cepre que se criaram e desenvolveram o curso de graduação em fonoaudiologia da FCM, o curso de pós-graduação em saúde, interdisciplinaridade e reabilitação e o Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação (DDHR).
“O primor no atendimento às pessoas com deficiência visual e auditiva consagrou a criação do curso de fonoaudiologia em 2001”, disse Christiane Marques do Couto, coordenadora do curso. “O Departamento é um projeto institucional que nasceu no Cepre”, reafirmou Rita de Cássia Ietto Montilha, chefe do DDHR.
Maria Elisabete Rodrigues Freire Gasparetto, coordenadora de pós-graduação em Saúde, Interdisciplinaridade e Reabilitação, anunciou que a partir de 2016 será oferecido o programa de doutorado. “A competência e comprometimento dos docentes em atividades de assistência e pesquisa proporcionaram essa conquista”, revelou Maria Elisabete.
O diretor da FCM Ivan Felizardo Contrera Toro reforçou que o Cepre é o maior exemplo de assistência bem feita que pode ser indutora da formação de qualidade na graduação, pesquisa e extensão. “Isto é possível porque o Cepre tem em seu quadro pessoas comprometidas com o próximo, com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com os alunos”, disse Toro.
História do Cepre
O Cepre foi criado em 1973 pelo médico otorrinolaringologista Gabriel O. S. Porto, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Desde o início, o Centro – que era conhecido como “Centro de Reabilitação Gabriel Porto” atuou no atendimento de pessoas com deficiência visual (baixa visão e cegueira) e deficiência auditiva.
Naquela época, os profissionais contratados foram capacitados para o atendimento a pessoas cegas ou surdas em cursos de especialização especialmente organizados para essa equipe, de modo a capacitá-la a atuar em Atividades da Vida Diária, Orientação e Mobilidade e Uso de Recursos Especiais para Leitura e Escrita (deficiência visual) e Habilitação e Educação (deficiência auditiva).
Esse Centro foi instalado no prédio da Cruzada das Senhoras Católicas, à rua Dr. Quirino, no centro de Campinas. Naquela época, no mesmo prédio, e em suas imediações, funcionavam outros Departamentos da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), instalada inicialmente no prédio inacabado da Maternidade de Campinas e, posteriormente, na Santa Casa de Campinas.
Ao longo dos anos, as equipes multiprofissionais do Centro Gabriel Porto foram ampliadas com a contratação de pessoal nas áreas de: Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Linguística, Pedagogia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Em 1991, tendo em vista a ampliação das atividades de ensino e pesquisa dos profissionais do Cepre, este teve seu regimento aprovado e passou a ser designado como “Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Prof. Dr. Gabriel Oliveira da Silva Porto” - Cepre.
Foi intensificada a oferta de cursos de formação na área da deficiência visual e surdez, em nível de extensão e especialização e nesses 42 anos o Cepre teve participação intensa na formação de pessoas, no atendimento à comunidade, tendo se dedicado, também, nos últimos 12 anos na formação de alunos de graduação e mais recentemente ainda, na formação de alunos de pós-graduação.
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