A diversidade de novos modelos animais específicos para determinados ensaios experimentais tem crescido exponencialmente em razão do uso das diferentes técnicas de manipulação genética, como por exemplo, a transgenese.
Na impossibilidade de manter um grande número de matrizes vivas desses modelos, os Centros de Animais de Laboratório de países da América do Norte e da Europa desenvolveram projetos para criopreservar germoplasmas (embriões, ovários e espermatozóides) como forma de transporte e armazenamento seguros e econômicos destes novos modelos.
Atento a essa tecnologia, o Centro Multidisciplinar para Investigação Biológica na Área de Ciências em Animais de Laboratório (Cemib) da Unicamp, em conjunto com outras Instituições Brasileiras e Sul-Americanas, planejam expandir suas atividades na área de criopreservação de germoplasmas murinos.
Com o intuito de promover a criação de bancos repositórios que permitam atender as exigências das Pesquisas com relação à demanda desses novos modelos animais, o Cemib promove até amanhã (30), o II Curso de Criopreservação de Germoplasmas e o I Colóquio sobre Repositórios de Modelos Animais Criopreservados, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
O encontro possibilitará a troca de conhecimentos entre especialistas do Brasil e de Instituições dos Estados Unidos e da Europa que são referências na área de criopreservação. Na ocasião, pesquisadores do Brasil, Itália, Alemanha, Uruguai, Argentina e França também discutem estratégias para a formação de uma rede de laboratórios integrados, nos moldes do European Mouse Mutant Archieve (EMMA) que possa atender, futuramente, o Brasil e a América Latina.
De acordo com Rovilson Glioli, diretor do Cemib, a ciência de animais de laboratório adquiriu uma tal complexidade na produção de modelos específicos que torna difícil manter as linhagens vivas em biotério de criação. Outra dificuldade apontada pelo diretor do Cemib na tarde desta quinta-feira durante a abertura do evento, é o transporte e transferência de animais vivos entre os países.
“A única forma de manter a linhagem viva é manter o patrimônio genético criopreservado. Necessitamos atingirmos um nível do que é feito no mundo para trabalhar com embriões criopreservados”, disse Glioli.
A diretora da Coordenadoria de Centros e Núcleos (Cocem) da Unicamp Ítala D´Ottaviano, disse que há anos acompanha o trabalho desenvolvido no Cemib e parabenizou toda a equipe pelos excelentes resultados alcançados.
“O Cemib tornou-se um centro de referência nacional e internacional em sua área de atuação e, junto à Unicamp, ele tem se mostrado um centro com esforços relevantes para toda a Universidade”, disse Ítala.
Texto e fotos: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp