Imagine fazer um curso de inglês no Brasil conversando com professores norte-americanos ou ingleses. Ou então, implantar um chip no cérebro e saber tudo sobre medicina. Ficção científica ou evolução das tecnologias de ensino? A equipe da Comissão de Ensino a Distância (CEaD) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp esteve em Brasília, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, no mês de junho, participando do “2º Ciclo de Seminários Internacionais Educação no Século XXI: modelos de sucesso sobre ensino a distância”.
Lá, eles puderam trocar experiências com especialistas brasileiros e estrangeiros em ensino a distância, como Paul Bacsich, do Reino Unido; François Marchessou, da Universidade de Poitiers, da França; Eva Kampits, da New England Association of Schools and Colleges, dos Estados Unidos; João Vianney, da Unisul de Santa Catarina; Anna Beatriz Waehneldt, do Senac e Fredic Michael Litto, da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed).
De acordo com a pedagoga que compõea equipe do CEaD da FCM, Anita Zimmermann, não existe ainda um “know-how” no mundo sobre ensino a distância. Todos estão experimentando formas de melhorar a estrutura pedagógica e a qualificação da equipe que trabalha com o ensino a distância.
“As dificuldades e os sonhos são os mesmos
Dentre as tecnologias apresentadas pelos palestrantes, destaque para a TV digital e o uso de palm-tops e celulares, em que o aluno poderá assistir às aulas. A experiência da Universidade de Santa Catarina (Unisul) comprava isso. No exame do Enad, os alunos dos cursos a distância tiveram melhores notas que os de ensino presencial. “Na Unisul, não existe diferença entre o aluno que faz o curso a distância ou em sala de aula. Inclusive, ele pode mudar de um sistema para o outro quando quiser”, disse João Vianney, que falou sobre o cenário do ensino a distância no Brasil.
Exemplo similar tem o Senac, que já desenvolveu uma plataforma para o ensino médio a distância.
Na opinião de José Maria Otávio, da CEaD da FCM, o ensino a distância não substituirá o ensino presencial, mas servirá como um elemento a mais para a difusão do conhecimento e atualização, tanto para profissionais já formados ou no ensino superior, dando mais qualidade ao ensino. “Outro ponto forte é o valor do curso, bem mais em conta que os cursos acadêmicos”, comentou José Maria.
Para Anita, José Otávio e Marli, o seminário mostrou que o ensino a distância é um caminho sem volta, fruto da globalização, em que cada um decidirá o tempo e onde quer estudar. Entretanto, todos alertaram que a disciplina é do aluno, a tecnologia é da ciência e o conteúdo dos professores, que buscam a harmonização entre a proposta educacional e a satisfação do usuário.