Pesquisa da FCM que investiga reorganização cerebral pós-AVC é premiada na África do Sul
A aluna de doutorado do Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Jéssica Viventini, recebeu o Prêmio Phillip M. Rennick Award, durante o Congresso da International Neuropsychological Society (INS), realizado na África do Sul, de 5 a 8 de julho.
A honraria reconheceu a pesquisa Functional reorganization of the default mode network in ischemic stroke: a prospective study, orientada pelo neurologista do Departamento de Neurologia da FCM, Li Li Min, como o melhor trabalho científico apresentado no evento por um estudante de pós-graduação.
A pesquisa investigou a fase de reorganização cerebral que acontece após o Acidente Vascular Cerebral (AVC), e que envolve a capacidade de restabelecimento ou compensação dos prejuízos causados pela lesão cerebral.
“A Default Mode Network (DMN) é uma rede cerebral que vem sendo associada a processos autorreferenciais, como habilidades cognitivas e emocionais. O objetivo do meu trabalho foi avaliar esta rede no primeiro e sexto mês após o AVC, a partir do uso de ressonância magnética funcional”, conta Jéssica.
Foi verificado como resultado do estudo, o aumento da conectividade da DMN no primeiro mês após o AVC, quando comparado ao sexto mês após o evento. “A conectividade aumentada da rede no período subagudo do AVC pode estar associada a uma falha na supressão de atividade da rede, que está associada com processos autorreferenciais. No entanto, seis meses após o AVC há uma melhora funcional nesta rede, sugerindo que os seis primeiros meses são cruciais para o período de reorganização neural”, explica a pesquisadora.
Jéssica conta também que, agora, a pesquisa caminha para uma próxima fase. “O passo seguinte é associar essa análise prospectiva da rede a sintomas de depressão e ansiedade, pois nossa hipótese é que em pacientes depressivos/ansiosos pode haver uma falha nessa reorganização natural”, finaliza.