TDAH Metilfenidato

O Metilfenidato é um fármaco estimulante do sistema nervoso central (SNC) indicado como primeira escolha no tratamento de TDAH, utilizado como um instrumento de melhoria do desempenho cognitivo de crianças e adolescentes.

O ALERTA TERAPÊUTICO EM FARMACOVIGILÂNCIA 01/2013 - METILFENIDATO (Julho de 2013) cita dados da Anvisa que apontam o uso crescente desse fármaco em todas as regiões do país, apresentando um aumento de consumo de 164% entre 2009 e 2011. Nesse mesmo período, o estado de São Paulo apresentou um aumento de 111,89% no consumo. O comportamento do consumo é variável durante o ano, apresentando queda de consumo nos períodos de férias e maior aumento no segundo semestre escolar. 

Esse mesmo ALERTA cita um estudo da Agência Europeia de Medicamentos que em 2009 reavaliou o aumento do risco do metilfenidato em problemas cardio e cerebrovasculares e em transtornos psquiátricos, concluindo que o metilfenidato não está indicado para todas as crianças diagnosticadas com TDAH, essa decisão deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa da gravidade e cronicidade dos sintomas das crianças. Além disso, esse mesmo órgão, é contra o uso de metilfenidato em idosos e, quando não autorizado, em adultos com TDAH.

"O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (CVS/SES/SP) avaliou 553 notificações de suspeitas de reações adversas associadas ao uso do metilfenidato, recebidas no período de dezembro de 2004 a junho de 2013. A análise destes resultados indicou:

a) O uso indevido de metilfenidato em crianças menores de 06 anos, faixa etária para a qual o uso está expressamente contraindicado em bula. As reações adversas relatadas incluíram sonolência, lentidão de movimentos e atraso no desenvolvimento;
b) Em 11% dos relatos analisados observou-se a prescrição para indicações não aprovadas pela Anvisa, como depressão, ansiedade, autismo infantil e outros condições, dentre eles ideação suicida;
c) Associação entre o uso do medicamento e o aparecimento de reações adversas graves, com destaque para os eventos cardiovasculares (37,8%) como taquicardia e hipertensão, transtornos psiquiátricos (36%) como depressão, psicose e dependência, além de distúrbios do sistema neurológico como discinesia, espasmos e contrações musculares involuntárias;
d) Na faixa etária de 14 a 64 anos os eventos graves envolveram acidente vascular encefálico, instabilidade emocional, depressão, pânico, hemiplegia, espasmos, psicose e tentativa de suicídio;
e) O uso do metilfenidato pode ter contribuído para o óbito de cinco pacientes em tratamento, considerando-se que o medicamento pode causar ou agravar distúrbios psiquiátricos como depressão e ideação suicida;
f) Uso em idosos maiores de 70 anos. Embora a bula dos medicamentos com metilfenidato aprovada no Brasil não faça referência ao uso nessa faixa etária, as agências reguladoras internacionais não recomendam sua prescrição em maiores de 65 anos."
 
Segundo o protocolo de uso do Metilfenidato de Campinas , o Metilfenidato está inidcado no tratamento de crianças e adolescentes de 8 a 18 anos que sejam criteriosamente diagnosticado com TDAH. Como já foi dito, nem todas as crianças hiperativas ou com dificuldades de atenção devem ser tratadas com Metilfenidato. O TDAH deve ser diagnosticado após avaliação detalhada da história do paciente por equipe multidisciplinar. Depois disso, a prescrição do Metilfenidato vai depender da gravidade dos sintomas, adequação à idade da criança e a outras possibilidades de trabalho psicoterapêutico e pediátricos.