No Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) celebrado na quarta-feira (29), a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp contou com programação especial de conscientização. Além de exposição multimídia realizada pelo Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS) e palestra sobre fatores de risco e prevenção, com o professor do Departamento de Neurologia da FCM, Wagner Avelar, a programação contou com recital de piano “Expandindo EmCena” de Vania Eger Pontes, doutoranda do Instituto de Artes (IA). Neste sábado (1), a comemoração continua no centro de Campinas, com esclarecimentos à população sobre fatores de risco, medição de glicemia, aferição de pressão arterial e do Índice de Massa Corpórea (IMC).
Recital de piano explora movimentação e sugere: equilíbrio é a chave
Ao lado do câncer e das doenças cardiovasculares, o derrame (como também é conhecido o AVC) é uma das principais causas de morte no Brasil. Aliar o conhecimento sobre os fatores de risco e prevenção, a uma vida equilibrada, pode contribuir para diminuir o alto índice de mortalidade pela doença entre os brasileiros. Essa é uma das conclusões que se pode tirar do recital “Expandindo EmCena”, da pianista Vania Eger Pontes, executado na FCM. A apresentação surpreendeu o público presente ao explorar diferentes elementos em cena, para além do piano.
O recital é o desdobramento prático de pesquisa que investiga o movimento na técnica pianística. As chamadas técnicas expandidas, segundo explicou Vania, exploram outros recursos sonoros do instrumento, como as cordas (harpa) na parte interna do piano, percussão e uso de baquetas. “Explorar todos esses recursos implica uma nova postura corporal, que exige técnica de movimentação como estabilizar, equilibrar e dar fluxo de movimento”, explicou a artista.
“Equilibrar a mente e o corpo na adversidade, essa é a ideia”, disse o professor Jônatas Manzolli, coordenador do NICS e orientador da pesquisa. Ter um recital de piano em uma programação de conscientização do AVC, segundo ele, favorece a compreensão do público quanto à mecânica do corpo, a movimentação espacial e a cognição, fatores intimamente ligados ao bom funcionamento do cérebro. “A música propicia o equilíbrio entre a mente e o corpo, e o trabalho da Vânia é a expansão desse equilíbrio. Um equilíbrio instável, na ponta dos pés, nas situações do dia a dia que nos deixam com estresse”, explicou.