O curso de Medicina é o mais concorrido do vestibular da Unicamp de 2015. O aumento do número de inscritos foi de 40,2% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Comvest. (Veja tabela). Foram 22.415 candidatos inscritos para as 110 vagas oferecidas na Faculdade de Ciências Médicas (FCM). No ano passado, o número de candidatos foi de 15.989. A relação candidato-vaga subiu de 145,4 para 203,8. Desde que a Unicamp desenvolveu seu vestibular próprio, o curso de medicina ocupa a primeira colocação como o mais disputado da Universidade.
O coordenador do curso de graduação em Medicina da FCM, Emílio Carlos Elias Baracat, ficou surpreso com o número de candidatos inscritos para o curso de Medicina, uma vez que o aumento total de inscritos para o vestibular da Unicamp oscilou 4% em relação ao ano passado. Segundo Emílio, alguns fatores externos e internos à faculdade podem ter contribuído para isso, como o fato da saúde ser um tema prioritário para a sociedade e para os governos municipais, estaduais e federal. Outro fato que pode ter encorajado os jovens a disputarem uma vaga foi a mudança da redação para a segunda fase do vestibular da Unicamp.
Analisando propriamente o curso de Medicina, Emílio destaca outros fatores que podem ter contribuído para esse aumento, como por exemplo o corpo docente altamente qualificado da FCM e o fato da instituição promover uma avaliação continua de seus cursos. A incorporação de novas tecnologias para o ensino médico é outro ponto prioritário. Emílio cita as áreas de simulação médica, a telemedicina, a plataforma MOODLE, o software de anatomia, a sala de imagens e outros recursos avançados na incorporação do conhecimento, adotados pelo curso de Medicina da FCM. A avaliação permanente da reforma curricular é outro atrativo que mostra que a faculdade não está cristalizada e procura aprimorar o conteúdo das disciplinas.
“Temos quatro avaliações externas que colocam o curso de Medicina na Unicamp sempre à frente de outras instituições de ensino, como o Clinical Science Examination (IFOM), a prova do Cremesp, o ENADE e o Teste de Progresso. Temos, ainda, uma prova prática anual que avalia competências clínicas, compreensão do ato médico e habilidade total dos alunos do quinto e sexto ano. O Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e a vinda de professores especialistas estrangeiros para ministrar aulas e implantar novas linhas de pesquisa mostram o quanto a Universidade está empenhada com a internacionalização. Este ano, 30 alunos se inscreveram no programa CSF, e se aprovados, devem ir para faculdades de Medicina no exterior", disse Emílio.
Outro programa apontado pelo coordenador do curso de Medicina que o diferencia dos demais e atrai os alunos é Programa Médico-Pesquisador. Por esse programa, o aluno pode, ao final do terceiro ou quarto ano, trancar a graduação e passar para a pós-graduação por dois anos. Após esse período, o aluno retorna o curso normal de Medicina e, ao final, ele recebe dois diplomas: o de graduação e o de pós-graduação. “Em fevereiro teremos o primeiro aluno com doutorado defendido por esse programa. Isso qualifica o curso e mostra que ele tem abertura para outras iniciativas”, disse Emílio.
Desde o primeiro ano, os estudantes são estimulados a desenvolver projetos de iniciação científica e vivenciam o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde de Campinas. A partir do quarto ano do curso, eles passam a atuar no Hospital de Clínicas (HC), no Hospital da Mulher “Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti” (Caism) da Unicamp e no Hospital Estadual Sumaré (HES) – áreas chamadas de campos de estágio – com a supervisão dos professores. “A Unicamp não abandona a formação colocando prioridade em pesquisa. Ela trabalha com os dois. É com a pesquisa que você qualifica o ensino e a assistência permeia ambos”, disse.
Guia do Estudante
O curso de Medicina recebeu cinco estrelas na avaliação do Guia do Estudante (GE), publicado pela editora Abril. O curso de Farmácia recebeu também cinco estrelas e os cursos de Fonoaudiologia e Enfermagem receberam quatro estrelas. A avaliação passa a circular nas bancas a partir do dia 10 de outubro no GE Profissões Vestibular 2015. (Veja os critérios de avaliação do GE). “Provavelmente, a pontuação do Guia do Estudante levou também em consideração o mercado. Medicina, apesar de ser um curso difícil e de muito desgaste, é um curso que sempre garante emprego frente às grandes necessidades nacionais”, disse Emílio.
Além das 110 vagas disputadas pelo vestibular, a FCM oferece mais cinco vagas para alunos do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS), vindos de escolas públicas de Campinas.