A primeira turma do recém-criado Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp assistiu, na tarde desta quarta-feira (17), a aula inaugural "Trabalho em equipe multiprofissional", proferida pelo médico Jamiro da Silva Wanderley, professor do Departamento de Clínica Médica da FCM. Do processo seletivo participaram 50 profissionais, dos quais 16 foram aprovados, sendo oito da área de enfermagem, quatro da área de fonoaudiologia e quatro da área de nutrição.
Esses profissionais, divididos em quatro grupos, passam a atender a partir de quinta-feira (18) crianças, adolescentes, adultos e idosos nos Centros de Saúde, Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e Hospital Estadual de Sumaré (HES) parceiros do projeto. São 60 horas semanais de treinamento em serviço e ensino nos ambulatórios do complexo da área da saúde da Unicamp. Os profissionais atuarão por dois anos na categoria R1 (Residentes 1).
O programa é coordenado por Maria Francisca Collela dos Santos, professora do curso de Fonoaudiologia da FCM. A coordenação da Comissão de Residência Multiprofissional (Coremu) é de Luciana de Lione Melo, professora da Faculdade de Enfermagem (FENF) da Unicamp. O projeto também tem a colaboração e acompanhando da professora Patrícia Prada, do curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) do campus de Limeira. “Estamos satisfeitas com o projeto que vai permitir o aperfeiçoamento profissional dos egressos dos três cursos”, disse Francisca Colella.
A diretora-associada da FCM, Rosa Inês Costa Pereira, disse que embora começando um pouco tarde em relação à Residência Médica, em dois anos é possível dobrar o número de residentes na Residência Multiprofissional. “A estrutura da FCM está à disposição para auxiliar na formação de vocês. Será uma rotina puxada e de grande dedicação”, disse Rosa Inês.
A diretora-associada pró tempore da Faculdade de Enfermagem, Maria Isabel Pedreira de Freitas, destacou que hoje em dia nenhum profissional consegue fazer tudo sozinho. Segundo Maria Isabel, dividir experiências com profissionais de outras especialidades da área da saúde é algo imprescindível e muito rico. “Aproveitem as diferenças e respeitem opiniões divergentes que podem mostrar um novo olhar sobre um problema”, disse Maria Isabel.
O médico Jamiro da Silva Wanderley disse que colocar pessoas com habilidades diferentes no mesmo “pacote” da saúde não é fácil, porém interessante. Para isso, alerta, é necessário conversar bastante para “afinar os ponteiros”. Segundo Wanderley, esse exercício deve ser constante dentro de uma equipe multiprofissional. “Temos a prática de mexer na nossa quitanda, mas quando têm outros, complica. Mas fica legal. É preciso ir atrás dos sonhos e aprender sempre”, recomendou o médico usando sua descontração habitual perante a plateia cativa.
Texto: Edimilson Montalti - ARP-FCM/Unicamp
Fotos: Mario Moreira - ARP-FCM/Unicamp