No dia 26 de janeiro foi comemorado o Dia Nacional de Luta contra a Hanseníase. Popularmente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele, os nervos, os olhos, além de outros órgãos. O Brasil registrou mais de 33 mil casos novos da doença em 2012 e se mantém ainda fora da meta preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o controle da doença.
De acordo com a dermatologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Andréa Eloy, o homem é a única fonte de infecção do bacilo da hanseníase. A transmissão se faz através de uma pessoa doente não tratada que elimina o bacilo para o meio externo, através das vias aéreas superiores, ou seja, de gotículas de saliva ou aerossóis. "No entanto, é necessário o contato íntimo e prolongado com o indivíduo doente para a transmissão da doença", explica.
Segundo a dermatologista Renata Ferreira Magalhães, professora da disciplina de dermatologia da FCM da Unicamp, “após um período de incubação de dois a dez anos, o doente pode apresentar manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica ao calor e frio, ao tato e à dor, em qualquer parte do corpo. Eventualmente, podem surgir nódulos e lesões mais avermelhadas, muitas vezes acompanhadas por dor em trajetos de nervos. Se não tratada, a doença pode levar a sequelas muito importantes, como deformidades e feridas que não cicatrizam nas mãos e nos pés”.
O tratamento contra a hanseníase é composto por dois ou três medicamentos e pode durar de 6 a 24 meses, dependendo de cada caso. Ele é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a área de dermatologia do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp é um serviço de referência aos casos encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) via Departamento Regional de Saúde para o diagnóstico e tratamento da doença.
Veja folder da Sociedade Brasileira de Dermatologia com informações sobre a hanseníase.